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Ricardo Fischer fora da Seleção de novos: entenda

Causou estranheza a ausência do nome de Ricardo Fischer na mais recente lista divulgada pela Confederação Brasileira de Basquete, dos jogadores que compõem a Seleção Brasileira de novos. É o seguinte: além de um torneio amistoso na França, esse time irá representar no Brasil na Universíade, que será disputada na Rússia de 6 a 17 de julho. E o armador do Bauru Basket não é universitário. Portanto, não faria sentido ele compor o elenco para apenas um torneio. O próprio Ricardo comentou o caso com o Canhota 10:

“O comitê organizador não aceitou, pois trata-se de campeonato de universitários. Isso ocorreu comigo e mais dois atletas. Mas nada impede convocações futuras”, conta Ricardo, que foi muito jovem jogar na Suíça. “Saí com apenas de 16 anos para o basquete europeu e depois disso não consegui mais concluir meus estudos, pois o dia a dia dos treinos e viagens me impediram. Mas isso não é desculpa para meu erro!”, conclui, resignado.

No Brasil, prosperar no esporte invariavelmente exige sacrifícios. Fosse uma seleção de futebol de universitários, raríssimos craques profissionais figurariam numa equipe dessas. Se Ricardo assume ser um erro, é porque tem a dimensão da importância dos estudos. Ele é jovem, dá tempo de correr atrás — sobretudo para seu futuro, pós-carreira. Perdeu uma grande oportunidade agora, mas seu basquete graduado o manterá como selecionável.

O Ligeirinho foi convidado a treinar junto com o time, mas pediu dispensa ao treinador José Neto. “Conversei com ele e ficou decidido não me apresentar e fazer uma boa pré-temporada no meu clube”, revela.

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Canhota 10 na estreia de Larry Taylor na Seleção Brasileira de basquete

Feliz ao encontrar os jornalistas de Bauru (fomos numa "caravana")

Direto de São Carlos

Para quem acompanhou a saga de Larry Taylor para se naturalizar, finalmente havia chegado a hora: a estreia na Seleção Brasileira. Uma hora e meia de carro até São Carlos… Não poderíamos perder. E lá foi a “caravana” bauruense registrar esse grande momento. Além do Canhota 10, a dupla do BOM DIA Gustavo Longo e Luly Zonta e o colega blogueiro João Paulo Benini (a crônica dele, no Papo com o Papa, está aqui), que a torcida do Bauru Basket tanto conhece das coberturas do Jornada Esportiva.

Esperando o término da partida preliminar entre Grécia e Nigéria, o time brasileiro estava ali, papeando na entrada da quadra. Fomos até Larry, eu o chamei e o Alienígena abriu aquele sorrisão, feliz por ver seus “conterrâneos”. Confessou estar nervoso, ansioso, e demonstrou isso em quadra – o próprio técnico Rubén Magnano reconheceu, mas disse que já esperava essa reação, além de elogiar o comportamento defensivo do gringo brasuca.

O Brasil começou  a partida contra a Nova Zelândia com Raulzinho como titular na armação. Larry entrou no decorrer do primeiro quarto, jogou boa parte do segundo e do último períodos, totalizando 18min22 em quadra – anotou 4 pontos (dois deles em lances livres), pegou 3 rebotes e distribuiu 3 assistências (apesar de o scout ter marcado só duas). O jogo terminou com vitória tranquila do Brasil por 73 a 49.

Na coletiva pós-jogo, ele e Nenê (colegas de quarto, aliás) foram os nomes destacados para falar com a imprensa. Nenê comentou a alegria de jogar em casa (é natural de São Carlos) e respondeu ao repórter (gente boa) Abel Neto, da TV Globo, sobre o estilão brasileiro do Alienígena – a pauta dele era a estreia do norte-americano naturalizado, que deve ir ao ar sexta-feira no Globo Esporte.

Já Larry reconheceu seu nervosismo, disse ter se assustado quando Magnano o chamou para entrar no jogo e se disse pronto para atuar na posição 2 (assim o fez por alguns minutos, enquanto Benite armava). Respondia a tudo e a todos com aquele sorrisão que não sai de sua boca. E confessou que falhou em algumas palavras do Hino – ele cantou de forma tímida, mexendo pouco a boca, mas cantou! Quer ver o desempenho dele? Confira abaixo (perdoe pelas tremidas, eu não tinha tripé e sou bem amador ao filmar)! E mais abaixo ainda, fotos exclusivas dessa noite memorável.

Aquecimento: uma cravada para soltar a musculatura...
Anúncio do time: cumprimentando o colega de quarto, Nenê
Canta, Larry! Instantes que precederam a execução do Hino Nacional
Time posado: o primeiro registro
Em quadra: ele foi se soltando aos poucos
Fala, Magnano! O Alienígena ouve atentamente as orientações do treinador
E aí? A Amarelinha caiu bem nele?
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Coluna da semana: entrevista com Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira de basquete masculino

Depois de breve problema na hospedagem e uma virose, voltando a canhotar. A seguir, a entrevista exclusiva com Rubén Magnano, publicada na edição de 13 de junho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Fala, Magnano

Somente uma vez este espaço, predominantemente voltado para o futebol, pediu licença para falar só de basquete. Pois chegou a segunda. Afinal, não é todo dia que se fala com um campeão olímpico: Rubén Magnano, medalha de ouro treinando a Argentina, em 2004, e hoje técnico da Seleção Brasileira de basquete masculino. A coluna ouviu o comandante às vésperas da apresentação dos jogadores – a preparação para a Olimpíada começa hoje, em São Paulo. Conforme contei aqui, estou escrevendo a biografia de Larry Taylor e Magnano contribuiu com precioso depoimento sobre o novo armador brasileiro. O papo rendeu aspas que reproduzo a seguir – sobre o Alienígena rumo a Londres e também a participação de Ricardo Fischer, agora jogador do Bauru Basket, no período de treinamentos.

Larry em Londres
“Tem que trabalhar, ganhar sua vaga. Agora, tenho que ver como ele se encaixa nesse novo processo de convocação, esse novo trabalho, e avaliar isso. Acho que vai dar certo, ele tem boa condição, boa mentalidade. Vamos treinar e vamos ver.”

Estilo de jogo
“Eu não vou tirar a natureza de jogo do Larry. Ele tem que continuar jogando com naturalidade e tranquilidade, entendendo que o ímpeto ofensivo é importante, mas que o aspecto solidário do jogo é muito importante. Saber basicamente que um time nacional não é um clube. Acho que ele vai conseguir fazer isso, pois é muito inteligente, tem boa cabeça. Devo fazer minha avaliação, não é a mesma coisa jogar no clube e na seleção, pela responsabilidade, pela pressão, tudo isso vou avaliar e tomar uma decisão.”

Menos tempo em quadra
“Geralmente, um atleta acostumado a ser pontuador em seu clube não tem a mesma quantidade de arremessos, por exemplo, que tem no time. Nem tantos minutos de jogo. A ideia é que ele, na quantidade de tempo em que estiver em quadra, produza cem por cento de tudo o que faz defensiva e ofensivamente.”

Alienígena na ala
“Acho que ele pode atuar na ala, apesar de não ter tanta estatura. Mas pela força que tem, pelo arremesso, poderia fazer a posição dois eventualmente, sem dúvida. Taticamente, há muitas variáveis que posso usar. Essa é uma possibilidade.”

Gente boa
“Quando ele trabalhou comigo, na preparação para o Pré-olímpico, sem dúvida ele fez o que pedi. Aí, conheci mais de perto o Larry como indivíduo, como jogador. E fiquei impressionado com a qualidade de pessoa que ele é.”

Ricardo Fischer
“Esse garoto ganhou essa oportunidade de ser convidado para treinar com a Seleção adulta pelo seu trabalho. Pelo que vi durante a Liga, pela conversa que tive com Régis Marrelli. Minha ideia é que ele viva essa experiência para ver em que nível chegará em relação a atletas de sua posição. Com certeza, se for inteligente, vai fazer uma avaliação de onde se encontra. Por isso convoco jovens para trabalhar conosco.”

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Está publicada oficialmente a naturalização de Larry Taylor, do Bauru Basket

Agora sim, podem estourar o champanhe. Foi publicada no Diário Oficial da União de hoje a naturalização de Larry Taylor, o armador, astro e referência do Itabom/Bauru. Uma vitória pessoal desse cara que merece muito, do projeto Bauru Basket – que terá grande visibilidade daqui pra frente – e também um ganho para o basquete brasileiro. Aqui, o link da página (em alguns navegadores não abre). Abaixo, a reprodução dela (com grifo meu). Parabéns, Larry!

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Brasil x Gana: Mano Menezes pressionado

Treinador precisa de bom resultado para se afirmar

Texto de Fernando BH originalmente publicano do jornal Mais Notícia, de Ituiutaba-MG (edição 93)

Paciência com treinador de clube todo mundo sabe: não resiste a três derrotas. Na Seleção Brasileira, porém, a sobrevida é maior por causa do projeto de quatro anos e até mesmo porque as partidas são espaçadas. Enquanto uma torcida arma a guilhotina após ver seu time perder seguidamente em questão de dias, com a Amarelinha há um respiro entre um insucesso e outro. Portanto, nunca é demais recordar: Mano Menezes contabiliza derrotas nos principais amistosos que disputou até agora: Argentina, França e Alemanha. Sem contar a desclassificação precoce na Copa América. Fosse a CBF um clube de futebol, o ex-treinador corintiano já estaria com a baixa na carteira de trabalho. Entretanto, quando assumiu o comando, havia um recado claro do presidente Ricardo Teixeira: o foco é renovar o time para 2014, nem que isso custe resultados negativos no percurso. É nesse discurso em que Mano se apoia.

As caras novas realmente tomaram conta do Escrete (termo em desuso, mas imortalizado por Nelson Rodrigues): Thiago Silva, Ganso, Neymar e Pato são presença cativa nas convocações — estes, os acertos. Mano erra ao insistir em Lucas Leiva, em detrimento de Hernanes. Até pouco tempo, errava em manter André Santos com a camisa 6 — tomara que finalmente se entenda com Marcelo, disparado o melhor lateral-esquerdo.

Outro ponto marcante dos chamados do treinador são os (poucos) remanescentes da última Copa: Júlio César, Maicon, Daniel Alves, Lúcio, Ramires e Robinho. Atletas que acredita terem condições físicas para 2014, o que inclui Kaká, de quem tem esperado o momento ideal para convocar. O que falta no meia do Real Madrid, hoje, sobra em Ronaldinho, a novidade da última lista: boa condição física, motivação e apoio popular. Mano, aliás, sabe bem como jogar com a galera, escalar o “time do povo”.

Apesar das garantias de Teixeira, o comandante da Seleção está pressionado e tem uma Olimpíada pela frente — a obsessão pelo ouro já derrubou Vanderlei Luxemburgo, em 2000. Pressionado a ponto de resgatar Ronaldinho; a ponto de queimar Ganso no último jogo, contra a Alemanha. A margem de erro de Mano Menezes queimou quase toda a gordura. Contra Gana, adversário do amistoso dia 5 de setembro, engana-se quem pensa ser alvo fácil para fortalecer o Brasil — eles foram os melhores africanos do último Mundial. Então, perder ou empatar em Londres (a nova capital do futebol brasileiro…) não será nenhum absurdo, mas motivo suficiente para a que a guilhotina volte à pauta.