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Bauru 3, Paulistano 0: é campeão!

Amarela, só a cor da medalha e do troféu. Pipoca, só para quem ficou em Bauru e curtiu na telinha (ou na grande emoção do Jornada Esportiva). Hoje, ninguém mais se lembra que o Paulistano havia vencido três partidas na temporada. As três que valiam mais foram vencidas com propriedade pelo Paschoalotto Bauru, que, ao fazer 79 a 68, apoiado por dezenas de baurenses que invadiram os Jardins, enfim chegou ao sonhado título paulista. Que tem que ser muito saboreado. E por enquanto é isso. O Canhota 10, que acompanhou de perto essa saga — e lamentou muito não estar na capital hoje — ainda falará muito dessa conquista. Por enquanto, parabéns à Associação Bauru Basketball Team, aos patrocinadores e à torcida, que fez linda festa na Invasão Furiosa — ou Inferno Azul, como queiram — que proporcionaram na casa do adversário.

O jogo
Com o clima de decisão aflorado, a bola começou queimando, mas logo a redinha estava balançando, lá e cá, com Bauru e Paulistano alternando a liderança do placar. Enquanto Larry e Ricardo lideraram a pontuação dos visitantes, Holloway puxava os anfitriões, que terminaram na frente o primeiro quarto, 17 a 19.

O segundo período mostrou o Paulistano a fim de fazer valer o fator quadra (não fator torcida…) e Bauru só foi pontuar a 7min. Mas, aos poucos, o Paschoalotto foi impondo seu jogo. A 3min do fim, delírio do lado azul da arquibancada. O Dragão virou o placar com uma bolaça de três de Barrios, ao mesmo tempo em que a arbitragem anotou uma falta antidesportiva de Mineiro em Andrezão, fora do lance. E ainda ao mesmo tempo em que abriram os portões do ginásio e mais bauruenses entraram no ginásio! Aí, foi a vez de Murilo deitar na marcação paulistana e levar boa vantagem para os vestiários: 39 a 32 (excelente parcial de 22 a 13).

No terceiro período, as defesas atentas, sobretudo a do Paulistano, que diminuiu a diferença. Mas o ataque do time da capital não foi eficiente, tanto que cometeu duas violações. Não tivesse desperdiçado tiros de fora, teria folga na frente. Até os irmãos Fischer guardarem cada um a sua bolinha e, aí sim, alcançarem essa tranquilidade no marcador, mantida até o fim da parcial (empatada em 18 a 18), que terminou com erros alternados no ataque: 57 a 50.

O quarto decisivo começou com cara de campeão, em bandejas de Larry e principalmente nas mãos de Fabian Barrios: dois chutes precisos e assistência linda (pós-infiltração) para Ricardo Fischer guardar mais três e ir pra galera, que foi ao delírio com enterrada de Gui e nova bola de fora do argentino. Rapaz, os guerreiros começaram a deitar a 5min do fim, contra um Paulistano nervoso, atordoado. E que viu a ponte aérea Murilo-Gui fechar com chave de ouro o show bauruense nos Jardins. E enquanto o cronômetro zerava com 79 a 68, Larry e Guerrinha, que lutaram desde 2008 por esse momento, já se abraçavam. E começou a festa sem limites!

Abre aspas*
“O título é importante porque marca a geração. A gente vem trabalhando, nem sempre consegue. Estamos batalhando faz tempo. Ganhamos dentro da quadra. Esse título é de todo mundo que veste a camisa”, comemorou Guerrinha.

“Bauru está iniciando um novo ciclo de vitórias. Mas hoje não dá pra falar, estou muito emocionado”, disse Rodrigo Paschoalotto, presidente do patrocinador máster.

“Foi difícil, o time do Paulistano é bom, mas estávamos focados. Queríamos ser campeões e conseguimos”, celebrou Larry Taylor, antes de ser carregado pela torcida.

“O time foi bem montado, a diretoria trabalhou bem, aí está o resultado. Estava engasgado esse título. Valeu a torcida que viajou. Bauru merece, a gente merece!”, disse Andrezão.

“Estou feliz porque as bolas entraram…”, e nada mais ouvi do que o emocionado Barrios, aos prantos, falou.

“O time do Paulistano impôs muita dificuldade, mas tivemos merecimento de entender o que tínhamos que fazer para ganhar o jogo. Com o terceiro lugar do Sul-Americano, o time se uniu mais. E ganhar por 3 a 0 na casa do adversário mostrou o peso da nossa equipe. E parecia que estávamos em Bauru, com a torcida aqui. Estão todos de parabéns!”, disse o auxiliar Hudson Previdelo.

“A gente merece mais ainda, pelo empenho de cada jogador. A torcida compareceu, foi o dia que mais senti a galera do nosso lado. Obrigado em nome de todos os atletas. Vamos comemorar! O Murilo é pé-quente, voltou para ser campeão junto com esse elenco valoroso”, comemorou Murilo, a estrela que assumiu a responsabilidade de craque do time e deu conta do recado.

*Declarações a João Paulo Benini e Chico José (Jornada Esportiva/Auri-Verde)

Números
Fabian Barrios: 23 pontos, 4 rebotes, 4 assistências
Ricardo Fischer: 15 pontos, 3 assistências
Murilo Becker: 14 pontos, 10 rebotes
Larry Taylor: 13 pontos, 5 rebotes, 4 assistências

Festa de gerações
Na festa na quadra, três ex-presidentes que ajudaram nessa caminhada: Rodrigo Coube, Pedro Poli e Joaquim Figueiredo. Outros tantos nomes fortes dos bastidores, entre patrocinadores, pessoas de suporte da equipe e colegas de imprensa viram de perto a comemoração. Coisa linda. Campeão, Bauru!

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Próximo do título paulista, Guerrinha é a cara de Bauru

Há tempos estou com este texto na cabeça e tinha que publicá-lo antes de o Campeonato Paulista ser decidido. Porque, se campeão, pareceria elogio de oba-oba. E antes ainda garante que, em caso de derrota, eu deixe claro que não mudaria uma linha do que penso sobre Guerrinha.

Vamos lá. Há poucos dias, quando Bauru perdeu a semifinal da Liga Sul-Americana — e assim como ocorreu em outras eliminações recentes, principalmente para São José no Paulista 2012 — houve quem pedisse a cabeça do treinador. Com o elenco mais qualificado, a palavra obrigação e a obsessão por um título (que não vem desde 2002) passaram a ganhar força entre torcedores. E humor de torcedor é algo que tem que ser colocado na conta. Afinal, é pela arquibancada que se joga, eles pagam ingresso e têm opinião. Tudo certo. E, democraticamente, uns o queriam fora, outros tantos não imaginam Bauru sem Guerrinha.

Nem eu. Jorge Guerra é a espinha dorsal do que ele mesmo gosta de chamar de projeto. Foi ele quem reativou o basquete em Bauru, trazendo patrocinador máster (GRSA) debaixo do braço e se desdobrando em todas as áreas — de limpar a quadra a fazer as vezes de assessor de imprensa e marqueteiro. Foi quem tomou a frente em todos os momentos espinhosos: brigou pela volta da Panela de Pressão, clamou pelo apoio do empresariado quando as portas quase se fecharam de novo. Falou grosso contra o poder público, mesmo em momentos de festa: criticou a Semel num dia de moção de aplausos à Associação na Câmara e, em outro evento, mesmo com todo o carinho que tem por Larry Taylor, não foi à entrega do título de Cidadão Bauruense ao Alienígena, contra o oportunismo eleitoral de uma sessão a dois dias do pleito municipal.

Defensor ardoroso do Bauru Basket, ele chega até a exagerar, é verdade. A ponto de reclamar de matérias veiculadas na imprensa. Chia mesmo, mas está no seu papel, defendendo o seu lado. E, no fundo, entende o nosso lado. Enfim, vive intensamente pelo basquete e é um agregador, basta ver o tamanho da diretoria hoje, tem quem cuida da base, quem corre pela logística, pelo marketing. Para quem tanto centralizou na época das vacas magras, ele soube soltar as rédeas a partir de dias melhores. Basta ver que seu auxiliar, Hudson Previdelo, hoje é celebrado como o melhor técnido de base do país; e Vitinho Jacob, diretor técnico, tem influência direta na formação do elenco e também é ouvido em decisões dentro da quadra.

Dentro da quadra. Ok, até aqui só falei do Guerrinha ‘manager’ e é o lado ‘treineiro’ que pega na opinião de alguns. Sobretudo quando o quinteto fica afoito na hora de decidir. Às vezes tenho essa impressão também, mas não domino basquete taticamente a ponto de ser tão assertivo na crítica. O que posso dizer é que, olhando ao redor, ele não deve nada aos colegas. Já tirou muito leite de pedra e conquistou posições nos últimos anos que não condiziam com a qualidade do elenco que tinha em mãos. E, o mais importante: o forte elenco atual é formado por muita gente dos elencos de temporadas anteriores, isto, surge aí a principal faceta do treinador, a de formador. Gui Deodato era um moleque magrelo e sonhador há alguns anos. Andrezão, um promessa nascida em Franca buscando minutos. Fischer, um simples arremessador que não sabia defender. Jeff Agba, um trombador que desenvolveu um chute de meia-distância impecável. Pilar, um reboteiro que hoje é celebrado como um dos mais versáteis atletas do basquete brasileiro — sob o comando de Guerrinha, seu humor foi controlado, a pedido do treinador, com ioga; agora, sob as ordens do catimbeiro Gustavinho, o Eclético se exaltou na hora decisiva.

Talvez apenas Larry Taylor tenha sido um golpe de sorte, afinal, tem gringo que dá certo, outros não. O mérito está na cumplicidade que o ex-armador da Seleção criou com o ala que aprendeu a armar, além da confiança que depositou nele. E entre os de talento nato, a visão de oportunidade: Ricardo saiu da reserva de Fúlvio em São José e não foi para vir para a reserva de Larry, já estava nos planos apostar no Ligeirinho. Quanto a Murilo, resgatar a função 4 em seu jogo foi corajoso, o que permitiu que Lucas Tischer vivesse aqui o melhor momento de sua carreira, finalmente titular em um time de ponta nos últimos anos.

Enfim, o título paulista pode coroar todo esse trabalho e Guerrinha merece essa taça. Mas já ouvi dele, várias vezes, com uma calma de irritar a sede do torcedor, que há muito mais em jogo do que um troféu. Que ele trabalha por um grupo forte, unido, de caráter e com comprometimento. Por isso, às vezes, grandes talentos foram embora e a princípio poucos entenderam — mas, assim, ele manteve o clima de amizade dos vestiários. Na última temporada, uma certa ciumeira ameaçou azedar tudo e isso foi decisivo para a remontagem do elenco com menos sotaque ianque — e vieram dois boas-praças de sangue latino.

Guerrinha acha que a glória virá na hora certa. Ela parece bem próxima. Mas, se não vier, há muito trabalho, épicas vitórias e lágrimas de alegria por esse caminho que não podem ser ignoradas. Os detalhes, os segundos que separam os degraus do pódio são do jogo. Fosse como a cultura do futebol, ele já poderia ter caído. Marrelli caiu em São José e a corrente que pressionou por sua saída deve ser a mesma que agora vaia Edvar Simões. Não se faz basquete com impaciência e a luta de Guerrinha, que começou em 2007, é a prova disso. E, com paciência, o título, quando vier, será saboreado também sem pressa, uma festa sem hora para acabar.

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Bauru 2, Paulistano 0: encaixou!

“Nem adianta muito teorizar agora. A desconfiança só vai passar quando Bauru, finalmente, derrotar o Paulistano nesta temporada. Tem que ser dia 2 (e 3 também!). Time e torcida para isso, sobra!” Foi o que escrevi depois da derrota para o Paulistano, pelo NBB, a terceira para o time da capital na temporada. Pois bem, os guerreiros responderam às desconfianças, mantiveram a invencibilidade em jogos decisivos na Panela nesta temporada. Ao vencer por 83 a 76, o Paschoalotto Bauru está a uma vitória de conquistar o título paulista. Convenhamos, será merecido. Mas se o Paulistano conseguir virar, será uma façanha elogiável. Enfim, é esporte. Por isso mexe com os nervos de tanta gente, e eles seguiram aflorados nesta terça-feira. Confira como foi a vitória e seus bastidores.

O jogo
O ginásio estava mais cheio do que ontem, muito mais quente e, principalmente, com Bauru mais ligado desde o início da partida. O que não mudou foi  a intensidade de Tischer logo de cara. Ele puxou a pontuação do primeiro quarto, acompanhado de Murilo, que já levantou a galera na primeira cesta, belo tiro de fora. Assim — e com Gui nvoamente aparecendo, que bom –, o Dragão abriu 17 a 8. Foi quando Renato Carbonari se impôs, equilibrou um pouco, mas não o suficiente para evitar a boa parcial alvilaranja: 24 a 17.

Fernando Fischer: mais uma boa partida
Fernando Fischer: mais uma boa partida

O segundo quarto foi mais quente ainda. O árbitro Pacheco, que já havia dado faltas técnicas no primeiro período para mostrar que não haveria a permissividade de ontem, deu sonora bronca em Pilar, após reclamação. O ex-bauruense seguiu pilhado, mas levou consigo outro esquentado: a arbitragem flagrou uma discussão entre eles e mandou os dois para o chuveiro, a 6min30 do intervalo. Tretas à parte, jogando quem arrepiou foi Fabian Barrios, com três bolaças de fora. Fischer também entrou bem. Sem o Diabo Loiro e com Murilo com duas faltas, coube a Mathias ajudar no garrafão. Afoito, perdeu algumas bolas, mas fez uma cesta na hora certa. No lado vermelho, Arthur Pecos tentou mudar o panorama da fração, mas os donos da casa foram melhores (27 a 20), levando boa diferença para a merecida pausa: 51 a 37.

Na volta, o Paulistano mostrou que ainda estava no jogo. Abriu 2 a 10, em reação comandada por Dawkins, que seguiu metendo bola de tudo o que é jeito, até seu time ficar a um ponto, a 3min33 do término do terceiro quarto. Mas Larry mostrou quem manda, numa linda cesta de fora na jogada seguinte. Só que Holloway resolveu jogar e, no fim das contas, excelente parcial dos visitantes (16 a 29), que mandaram a diferença para o espaço: 67 a 66.

Entretanto, Larry veio do espaço e  converteu de três para abrir os trabalhos do quarto decisivo. Andrezão entrou bem, ampliou e os vermelhos só foram pontuar a 5min22 do fim. A diferença  que se abriu nessa metade do período foi decisiva, até porque o Paulistano seguiu contando com o protagonismo de Dawkins. A 1min do fim, as coronárias ainda testadas: quatro pontos de frente, o Dragão gastou a posse de bola, errou, Ricardo pegou o rebote, mas errou o passe. Mas Murilo foi lá roubou de novo e deu para o Ligeirinho sofrer falta. Um lance livre dentro, outro no aro, Murilo pega o rebote e nova falta. Guarda os dois, vibra muito. Já era, arerê, 83 a 76 e 2 a 0 na série.

Abre aspas
“Não teve motivo nenhum para ser expulso. Mas a arbitragem estava um pouco nervosa hoje. São seres humanos e temos que aceitar o erro deles também. O Paulistano está ganhando muitos jogos brigando com a arbitragem e chutando lances livres. A gente não pode cair nesse joguinho. Temos que continuar jogando basquete como time grande. Falta um jogo, uma vitória”, relatou Lucas Tischer.

“Não ganhamos nada, demos um grande passo. Só que a pressão mudou de lado. Agora é trabalhar a semana. Vamos em busca do título. Sinceramente, nós não temos culpa de as tabelas coincidirem. É ruim falar isso, mas o jogo do sábado [pelo NBB] seria importante. O foco total é na segunda-feira”, comentou Murilo Becker.

“Vamos tentar fechar a série em São Paulo. Não vai ser fácil. Fizemos nosso objetivo de ganhar em casa. A arbitragem foi boa hoje, deixou a gente resolver o jogo na quadra”, avaliou Larry Taylor.

“Quem joga em casa, tem a obrigação da vitória. Estávamos cansados, eles jogaram todas as fichas no segundo tempo e nosso time, enquanto teve gás, foi brilhante. Quando faltou, administramos. Mas tivemos força e coração para buscar essa vitória importantíssima. O Paulistano veio aqui para reverter a vantagem. Nós jogamos para manter a possibilidade de decidir em casa. Não estamos pensando no quinto jogo, no terceiro, mas o campeonato é muito duro. A arbitragem foi excelente hoje, o Pacheco teve o controle da partida. Na primeira, o time do Paulistano falou muito. Tivessem botado dois pra fora também no primeiro jogo, todos já ficariam espertos”, disse o técnico Guerrinha.

Números
Murilo Becker: 17 pontos, 10 rebotes
Fabian Barrios: 16 pontos
Larry Taylor: 13 pntos, 4 rebotes, 8 assistências
Fernando Fischer: 10 pontos, 4 rebotes

A versão de Lucas Tischer
O Canhota 10 falou com o pivô sobre a confusão do jogo 1, entre ele e Kenny Dawkins — o Paulistano emitiu nota alegando agressão do bauruense. “A publicação do Paulistano é mentirosa e não vou responder mentira. O que aconteceu é que ele [Dawkins] me deu uma porrada no meio do jogo, sem motivo nenhum. Eu fui perguntar porque ele tinha feito isso, se estava sendo tratado com respeito. Ele se exaltou, a gente discutiu e acharam que foi uma briga. O Gustavinho aproveitou para criar um drama em cima disso e tentar motivar a equipe dele, mas foi um grande erro. Nosso time não caiu nessa pilha. Está tudo bem. O time ganhou bem hoje e está achando cada vez mais o caminho da vitória”, contou o camisa 99.

Panela de…
O calor foi tanto que a pressão arterial de Ricardo Fischer chegou a baixar…

Marrentinho
No jogo de nervos, os técnicos Gustavinho e Guerrinha se provocaram durante a partida, cada um com suas “armas”. Mas o mais jovem, no fim da partida, negou-se a cumprimentar o mais experiente.

Pilar desabafou
O ala-pivô ficou transtornado com a desqualificação na partida. Foi acalmado e levado ao hotel por membros da diretoria bauruense. De lá, desabafou no Facebook contra a qualidade da arbitragem brasileira. Sobre passar a ser perseguido pelos juízes a partir de agora, ele avisou: “Vai lá da um tapinha falso e dorme feliz!!! Ótimo jeito de viver! Cansei. Não, sem tapinha! A partir de agora, sou vítima!!!”.

Mistão contra São José no NBB
Na partida contra os joseense pelo NBB, no sábado (7/dez), Guerrinha levará à quadra o panamenho Josimar Ayarza (que não joga o Paulista) e Lucas Tischer, eliminado do jogo 3 pela desqualificação. Para reforçar a molecada, irão ainda do time principal: Luquinha, Scaglia, Gui, Andrezão, Mathias e Kesley. Ficam em Bauru, poupados, Larry, Ricardo, Barrios, Fischer e Murilo.

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Bauru 1, Paulistano 0: em jogo tenso, Ricardo decide

Foi um jogo de nervos. Digno de uma final. Poderia ter menos blablablá, é verdade, mas faz parte de uma decisão. O mais importante, entre tanto falatório entre jogadores e arbitragem, é que na quadra o Paschoalotto Bauru fez valer sua superioridade, ao vencer o Paulistano por 81 a 76 na abertura o playoff decisivo do Campeonato Paulista. Assim, o Dragão segue invicto em jogos decisivos na Panela, nesta temporada. Se seguir assim, leva o caneco. Atitude, raça, sangue frio, houve tudo na vitória bauruense. Assim, faltam duas vitórias para acabar o nó na garganta da galera. Nesta terça, também às 20h, tem mais um round na Caverna do Dragão.

O jogo
A partida começou com um bom sinal: Gui Deodato, confiante, de cara emplacou duas infiltrações. Do outro lado, entretanto, Dawkins não descuidou. Bem marcado por Larry Taylor, o outro gringo, Holloway, passou despercebido no primeiro quarto, que foi de Lucas Tischer, com nove pontos e a garra de sempre. Aos gritos de “O Pilar é nosso!”, o ex-guerreiro errou bandeja fácil e, no contra-ataque, Fernando Fischer fez linda bola de três no estouro do cronômetro, para desgarrar um placar que vinha apertado: 18 a 14.

O segundo período começou amarrado, um lá e cá de ataques desperdiçados. Até que veio uma cravada de Tischer daqui, duas bandejinhas de Pilar de lá, uma linda assistência de Andrezão para Murilo completar. Novo chute de Fernando Fischer levantou a galera. Mas o time da capital, um carrapato de roupa vermelha, sempre ali… Tanto que foi para o vestiário na frente, 30 a 31 (parcial de 12 a 17), e a torcida ensaiou uma vaia…

… que virou aplauso, no intervalo, quando foi exibido para a galera o troféu do terceiro lugar na Liga Sul-Americana. Na quadra, os visitantes voltaram melhor, com Dawkins atento abrindo mais quatro pontos. Atentos também na marra, os boleiros dos Jardins não deixaram o trio de arbitragem em paz. Falam muito, Gustavinho e cia. Depois de um primeiro tempo zerado, Ricardo apareceu no jogo, com bola de três, jampezinho certeiro e chamando a torcida, que acendeu a 3min do fim e empurrou o time, que virou o placar com duas bolaças de Barrios, abrindo a maior vantagem na partida até então (nove pontos). No fim das contas, o Paulistano diminuiu, mas foi uma boa fração (28 a 22), com os guerreiros entrando no momento decisivo na frente: 58 a 53.

Pilar: de aplaudido a vaiado em menos de 40 minutos
Pilar: de aplaudido a vaiado em menos de 40 minutos

Hora da verdade. E foi duro de ver Renato Carbonari matando mais uma bola de três. Só que Larry devolveu. Mas os vermelhos viraram, de tanto falar com a arbitragem, de tanto catimbar. A torcida deixou de lado o carinho com Pilar — nem tinham vaiado lance livre do camisa 17 — e mandou tomate cru para o Eclético. Quando Cérsar errou dois lances livres na hora certa, o Dragão não desperdiçou a chance de retomar a frente do placar, que teimou em trocar de lado, até que Barrios, de novo ele, ô mãozinha certeira, guardou mais uma do perímetro… “Quem é que manda aqui???”, vibrou Murilo. Inacreditavelmente, na jogada seguinte, o craque do time errou uma bandeja fácil e Dawkins, no contra-ataque, mandou de três. A cabeça já estava quente com a arbitragem, aí veio a comemoração vistosa dos americanos do Paulistano e o tempo esquentou atrás do banco visitante. Quando o jogo recomeçou, Ricardo Fischer chamou a responsabilidade e, com duas infiltrações decisivas, decidiu a sofrida vitória, finalizada com  excelente atuação da defesa, que não deixou Holloway e César chutarem com folga. Ufa, a porteira abriu.

Abre aspas
“Falaram de pressão, por causa das três derrotas, mas não tem nada disso. Foram dois jogos do Paulista com desfalques e o do NBB foi atípico, estávamos pensando na Sul-Americana. É muito bom começar a decisão com o pé direito, mas isso não é nada ainda. Amanhã tem mais”, disse Ricardo Fischer, o herói da partida, com todos os seus 19 pontos no segundo tempo.

“É complicado. Fico impressionado que na Sul-Americana a gente nem vê o árbirtro. É triste isso, eles tiverqam uma sequência muito alta de lances livre. Mas a gente tem que ganhar mesmo assim, passar por cima disso tudo”, comentou Fernando Fischer, que celebrou o retorno à Panela. “O clima é muito bom. Ainda estou com o cansaço da viagem, mas ver essa galera empurrar… E bom é ganhar jogo que está valendo”.

“A vitória  vai dar muita confiança para o time no segundo jogo. Sobre essa rivalidade, não nos afeta. Já foi Franca, São José… A temporada é longa e acontece muita coisa, mas agora é a hora da verdade. Nós temos um elenco melhor e mais experiente. O trabalho do Gustavinho é excelente, mas a gente sente que eles vêm para o jogo para tirar nosso foco. Antes, estávamos pensando em outro campeonato. Agora, o time está focado”, falou Guerrinha, que admitiu que o NBB, agora, fica em segundo plano.

Fischer agradece o apoio da galera
Fischer agradece o apoio da galera

Números
Ricardo Fischer: 19 pontos, 5 rebotes, 7 assistências
Lucas Tischer: 14 pontos, 6 rebotes
Murilo Becker: 12 pontos, 9 rebotes
Larry Taylor: 11 pontos, 7 rebotes
Fabian Barrios: 11 pontos (3/4 nos chutes de três!)

#tamojunto
Houve uma longa conversa entre Guerrinha e alguns torcedores. É que o tom das críticas subiu nas redes sociais após o tropeço ma semi sul-americana e o treinador também se manifestou. No fim das contas, o teor do papo foi conciliatório, afinal, os dois lados querem a mesma coisa, o título paulista.

No grito?
É lamentável que a partida tenha sido pautada pelas reclamações, com dedo na cara do árbitro e tudo e nenhuma falta técnica… É a segunda vez que o Paulistano vem a Bauru nesta temporada com a mesma tática, ganhar na marra. Desta vez, não deu.

Atualizado: Paulistano alega agressão
Como me alertou o colega Rafael Placce (Jornada Esportiva e Papo com o Papa), o Paulistano emitiu nota alegando que Lucas Tischer teria agredido Kenny Dawkins no corredor dos vestiários. Resta saber se essa história terá desdobramentos. Essa hostilidade que se criou entre Bauru e Paulistano, aliás, é algo que não dá pra entender e que não faz bem nenhum para o espetáculo.

Atualizado 2
O Bauru Basket emitiu nota de esclarecimento negando a agressão e lamentando as atitudes provocativas de Dawkins, Mineiro e César.

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De vilão a herói: a reviravolta de Fernando Fischer no Bauru Basket

Quando Bauru perdeu em casa para São José na semifinal do Paulista 2012, grande parte da responsabilidade pela derrota recaiu sobre Fernando Fischer — e o Canhota 10 deu voz a seu desabafo. Um ano depois, agora reserva, ex-capitão e reconquistando seu espaço depois de uma invasiva cirurgia no tornozelo, ele foi um dos protagonistas da vitória sobre Franca, em situação semelhante (quinto jogo, em Bauru).

O camisa 14 ficou no banco durante o primeiro quarto, mas jogou 26min dos 30 restantes. E anotou 11 pontos, em três bolas de fora, sua especialidade — a mão segue calibradíssima, 50% de acerto no campeonato –, e mais uma num jampezinho (neologismo meu). Além disso, instigou a galera pedindo aplausos, reuniu os colegas para motivá-los, agiu como um dos líderes que é do elenco.

Ainda no calor da emoção da classificação, toquei no assunto do ano passado, que sei que o magoou muito, e pedi para comparar com o momento atual. Fernando não adotou o estilo Zagallo (vão ter que me engolir), apenas lembrou as dificuldades que passou e reiterou que teve o mesmo empenho, lá e aqui. Confira o depoimento:

“Fiquei bem chateado ano passado, porque foi uma cobrança excessiva. Eu tinha números bons e feito bolas importantes em outros jogos. Mas tudo bem. A vida de qualquer profissional é assim. É outra história agora. O que eu aprendi depois dessa cirurgia, o que eu passei, as desconfianças de até voltar a correr… E entrei para bater lance livre decisivo no jogo contra São José, que valeu o primeiro lugar da primeira fase. Aprendi muito com o Guerrinha, que torcedor é assim: hoje estão me parabenizando, amanhã, se a gente perder a final, posso ser culpado de novo. Eu jogo com o mesmo coração do ano passado. Joguei machucado, ninguém estava sentindo o meu tendão! E eu estava lá, tentando me superar. Agora estou numa final com o meu irmão. Estou sendo o sexto, sétimo, oitavo homem, contribuindo. Estou feliz, com uma função um pouco diferente da que eu tinha, mas quero meu lugar. Estou entrando e dando minha vida em quadra.”

O técnico Guerrinha enalteceu a reviravolta de seu pupilo. “O Fischer teve uma recuperação fantástica. Teve a oportunidade de terminar como titular num jogo decisivo, ele merece. Não entra jogando, mas é um jogador tão importante quanto os outros”, enfatizou.