Noroeste só precisa vencer XV de Jaú em casa para se classificar. Derrota seria um vexame
Texto publicado na edição de 26 setembro de 2011 no jornal Bom Dia Bauru
Alfredaço, não
Nem a boa (e invicta) campanha do Noroeste no segundo turno da primeira fase da Copa Paulista garantiu tranquilidade. Por mais que vencer na última rodada o XV de Jaú, em Bauru, pareça uma certeza, a pressão para evitar uma vexaminosa derrota (e possível desclassificação) para o lanterna é grande. Guardadas as proporções, pegando carona no termo “Maracanazzo”(derrota do Brasil na final da Copa de 1950), isso seria um senhor Alfredaço. Bata na madeira.
E o que era uma desconfiança, a de que Jorge Saran não está garantido no comando em 2012, virou uma certeza, após ouvir o próprio treinador do Noroeste ao microfone de Jota Martins (87FM/Jornada Esportiva), após o empate de ontem contra o Penapolense. Sua meta é entregar à diretoria, ao final da participação na Copinha, resultados consistentes e uma avaliação do elenco. A partir daí, os Betos (Garcia e Souza) decidem.
Exemplo cruzmaltino
Dá uma preguiça essa conversa de que time que já tem vaga garantida na Libertadores desacelera no Campeonato Brasileiro… Jogador profissional tem que dar o máximo pela vitória sempre e, principalmente, gostar de troféu. Como os cruzeirenses, que não se contentaram apenas com a Copa do Brasil, em 2003, e fecharam um ano mágico arrebentando no primeiro Brasileirão de pontos corridos. Em 2007, também vencedor do mata-mata nacional e com vaga assegurada para o torneio continental, o Flu terminou no G-4, o que “inspirou” o treinador Renato Gaúcho, no ano seguinte, a dizer que seu time “brincaria no Brasileirão” caso vencesse a Libertadores — e perdeu. Ninguém pode brincar na maior competição do nosso futebol. E o Vasco está provando isso: que o campeonato não serve somente para dar vaga. Vale para colocar o título de melhor do país na estante, caramba!
Por isso, acho que o Santos tem que insistir em sua arrancada, não pode tirar o pé quando dezembro se aproximar. Irá contribuir ainda mais para essa emocionante reta final. No discurso do treinador Muricy Ramalho, esse é o objetivo, mas muitos desconfiam que logo entrará em cena o famoso “foco” na disputa no Japão. Ora, entre a última rodada do Brasileiro e a estreia no Mundial serão dez dias, tempo suficiente para viajar, descansar e treinar, considerando o calendário atual.
Por conta desse raciocínio de mirar o planeta, o Internacional, campeão da América, terminou o Brasileirão em segundo em 2006. Não é difícil deduzir que, em algum momento, o time relaxou e permitiu que o São Paulo disparasse. Quando acordou (uma sequência de sete vitórias e um empate entre as rodadas 28 e 35), já era tarde. Ok, o Colorado venceu o poderoso Barcelona depois, mas continua na fila de um título brasileiro, que não ganha desde que nasci, em 1979!
Convocações
Com um ou outro nome discutível — normal, em se tratando de Seleção Brasileira —, Mano Menezes fez boa chamada para a decisão do Superclássico das Américas (dia 28, em Belém, lista só de quem atua no país) e os amistosos contra Costa Rica (dia 7 de outubro) e México (11). Celebro a convocação de Borges, mas lamento a ausência de Arouca, o melhor volante brasileiro, aqui ou lá fora.
Já nos relacionados para os jogos das datas Fifa — ignoradas na tabela do Brasileirão, como já foi discutido aqui —, fica difícil saber como seria o time ideal de Mano, pois se limitou (ainda bem!) a chamar apenas um jogador por time local, deixando gente boa de fora. Aos que chiaram que não há corintianos na segunda lista, convenhamos: melhores que Ralf e Paulinho há muitos volantes por aí… Além de Arouca, o são-paulino Wellington, por exemplo.
A volta de Hernanes também chamou atenção, principalmente por Mano Menezes ter a humildade de mudar de ideia. Antes, o convocava como volante, agora o relacionou como meia, da mesma forma que atua na Lazio. Por fim, o treinador foi coerente ao deixar Lúcio de fora — quer apostar mais em David Luiz e não precisa chamar o capitão pra ficar no banco de reservas.