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Coluna da semana comenta a cobrança exagerada por medalhas brasileiras em Londres-2012

Texto publicado na edição de 6 de agosto de 2012 do jornal BOM DIA Bauru critica a corneta olímpica. Confira!

ILUSÕES VERDE-AMARELAS

Novamente peço licença ao futebol. Chegamos à última semana dos Jogos de Londres. Até aqui, ouvi mais de uma pessoa lamentar o desempenho verde-amarelo, sentido-se decepcionada. É um equívoco lançar tamanha expectativa sobre os atletas brasileiros, mesmo aqueles que estão num patamar elevado em suas modalidades. Tudo isso é fruto da falta de cultura esportiva no Brasil, que não fica apenas no ambiente competitivo – transcende ao comportamento do público.

Desde a morte de Ayrton Senna, o brasileiro procura um esportista para chamar de herói. E a ele basta ver a última cena, a da vitória e ouvir a vinheta “Brasil-sil-sil!”. É uma massa leiga, que não se interessa pelos meios, só quer saber do final feliz. Por exemplo: quando Gustavo Kuerten se tornou o novo orgulho nacional, no final dos anos 1990, raríssimas pessoas conheciam as regras de um jogo de tênis. E o peso que recaiu sob as costas de Rubens Barrichello, assim que Senna morreu? Ninguém se dava ao trabalho de compreender que o carro de Rubinho não estava num nível de lutar por vitórias (cabe o parêntese de que o próprio Barrichello caiu na bobeira de comprar a ideia; e quando teve carro, tinha o maior de todos, Schumacher, ao seu lado).

Em Londres, judocas que não chegaram ao pódio foram criticados, mas quantos sabem o que se passa em um tatame? Na coletiva de seu retorno ao Brasil, Rosicleia Campos, treinadora da seleção feminina da modalidade, foi dura, mas falou tudo: “O povo brasileiro é ignorante, no sentido de ignorar o esporte”.

Ignorante a ponto de ridicularizar atletas que já trouxeram tantas vitórias e que, num vacilo, viram vilões. Se Cesar Cielo não conseguiu o ouro na natação, é porque havia atletas de alto nível naquela piscina e porque, afinal de contas, ele é humano e não estava em sua plenitude física. O mesmo raciocínio vale para os “fracassos” do ginasta Diego Hypólito e da saltadora Fabiana Murer. Fala-se muito em “ciclo olímpico”, mas quatro anos de preparação evaporam diante de um dia infeliz. Trazendo para o futebol, para exemplificar melhor: a seleção que ganhou o penta em 2002 vinha de anos agonizantes, de sufoco nas eliminatórias; no ciclo seguinte, o time de Parreira ganhou Copa América, Confederações e classificou-se para a Copa dando show, mas parou na França de Zidane na hora da verdade.

A maioria da delegação brasileira é formada por guerreiros que não têm as mesmas condições de treinamento de seus concorrentes de primeiro nível. Vivem de correr atrás de patrocinadores, dependem de verbas estatais e, principalmente, não tiveram uma formação com estrutura decente. Enquanto o sistema de ensino dos Estados Unidos forma atletas de elite, as escolas brasileiras são cobradas injustamente por essa responsabilidade, pois não têm incentivo para tanto.

Portanto, antes de praguejar um “O Brasil está mal!”, lembre-se de que ele nunca foi bom. Não projete suas frustrações e sua sede de vitórias em esportistas. Eles foram ensinados a ganhar e a perder. E saber perder é uma virtude. “Acontece”, disse Fabiana Murer, com semblante tranquilo. Afinal, os maiores nomes da história em sua modalidade já passaram por isso. “Todos os atletas têm direito a um dia ruim na vida”, comentou o ucraniano Sergei Bubka, que ficou sem medalha em Barcelona-1992. No Mundial de Berlim, em 2009, foi a vez da russa Yelena Isinbayeva passar em branco. Simples assim.

Papo de Bauru
Pude gastar o verbo olímpico nas linhas acima pela “folga” das paixões do bauruense. O Noroeste curte intervalo na tabela da Copa Paulista e tem mais de uma semana para consertar seus erros. Quando voltar a jogar, dia 11, fora de casa contra o Santacruzense, estará com a posição no G-4 ameaçada. Já o Bauru Basket terá três jogos-treinos (XV de Piracicaba, nessa terça, na Panela; e dois contra Franca, retribuindo a visita) para chegar calejado à estreia no Paulista, dia 18. O pivô DeAndre Coleman deverá atuar. Olho nele.

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Coluna da semana: a estreia do Noroeste na Copa Paulista e papo com a mãe de Larry Taylor

Jornalista, torcedores e jogador contam como foi o jogo contra a Ferroviária; Iris Taylor fala da expectativa de ver o filho jogar pelo Brasil. Confira texto publicado na edição de 16 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Abre aspas

Estou de férias, faceiro no Rio de Janeiro. Mas a coluna segue firme e forte e fiquei imaginando o que escrever, sem ter visto a estreia do Noroeste na Copa Paulista. Nada melhor do que colher depoimentos de quem esteve lá e pode analisar o desempenho alvirrubro. De quebra, falei com Iris Taylor, mãe de Larry, que nesta segunda terá a incrível experiência de ver seu filho jogar pelo Brasil contra os Estados Unidos, seu país natal. Boa leitura!

Norusca mal
O zero a zero do sábado contra a Ferroviária, no Alfredão, na estreia da Copa Paulista, foi decepcionante, segundo Gustavo Longo, repórter do BOM DIA. “Para quem teve tempo, base estruturada e time da A-2, foi muito pouco. A torcida vaiou no fim do jogo, com razão”, comentou o colega, que achou que o Norusca produziu muito pouco. “A zaga se portou bem, mas sofreu quando a Ferroviária apertou. Kasado foi a surpresa. Jogou muito bem, aparecendo no ataque”, concluiu.

Os torcedores tiveram impressão parecida com a do jornalista. Para Pietro Zambom Franco, a equipe precisa melhorar muito para chegar longe nesta Copinha. “A zaga parece segura, a lateral ainda pode melhorar, o meio campo está feio, não tem jogadas objetivas e o time também está bastante lento… Já o ataque não teve muitas oportunidades e as que tiveram foram mal aproveitadas”, comentou.

Outro noroestino, Paulo Santa Rosa Neto, viu comportamentos distintos em cada período do jogo. “No primeiro tempo, jogou até mais ou menos. Mas, no segundo tempo, não jogou nada. Apático, sem raça, não dava nem vontade de assistir. Se jogar assim, não passa nem da primeira fase”, decretou o alvirrubro.

Do lado de dentro
A coluna também falou com quem esteve em campo: Giovanni, que voltou a atuar oficialmente depois de muito tempo. “Fiquei muito feliz de voltar a jogar depois de quase um ano. Machuquei na estreia da Copa Paulista do ano passado. Só queria voltar com vitória… Agora é pegar ritmo de jogo e as coisas vão melhorar”, disse o lateral de ofício que atuou no meio-campo. “Tenho feito bons treinamentos nessa função de volante pelo lado esquerdo e estou procurando melhorar a cada dia. Me senti muito bem fisicamente, ainda mais que no segundo tempo tivemos que correr dobrado, pois estávamos com um jogador a menos”, contou o prata-da-casa.

Papo de basquete
Nesta segunda, o Brasil (tanto no masculino quanto no feminino) tem ótimos amistosos de preparação para a Olimpíada contra os Estados Unidos, em Washington. E a grande atração é a primeira vez que Larry Taylor, o astro bauruense, enfrenta seu país natal. Falei com a mãe do Alienígena, Iris, sobre esse momento especial. “Larry é um filho maravilhoso e merece muito esse momento. Desde sexta-feira está difícil dormir, será muito emocionante”, relata a mãezona, que migrou para o lado verde-amarelo. “Desde que Larry está aí, a família torce pelo Brasil”, contou. O irmão, Darrell, já se encontrou com o camisa 7 canarinho no final de semana e a mãezona também estará no ginásio nesta noite, para aplaudir esse momento único. Afinal, não é qualquer uma que concebe um atleta olímpico.

Guerreiro por um dia
O leitor do BOM DIA já conferiu reportagem na semana passada e sigo contando de forma fracionada no blog Canhota 10, mas não poderia deixar de registrar aqui. A experiência de ser jogador do Bauru Basket por um dia, treinar com o elenco principal, foi riquíssima. Sentir na pele o nível de dificuldade, perceber a relação entre o técnico Guerrinha e os jogadores, enfim, ver do lado de dentro, foi um privilégio. De quebra, recebi um agradecimento do presidente do time, Joaquim Figueiredo. “Achei muito interessante sua participação e disposição. Você tem se demonstrado, além de profissional, um amigo e apoiador do nosso basquete”, disse. Sempre digo, e repeti ao Joaquim, que cobrir esporte local tem essa vantagem, de jogar a favor. Porque quando sou crítico, é pelo bem de Bauru e seus torcedores.

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Coluna da semana: entrevista com Rubén Magnano, técnico da Seleção Brasileira de basquete masculino

Depois de breve problema na hospedagem e uma virose, voltando a canhotar. A seguir, a entrevista exclusiva com Rubén Magnano, publicada na edição de 13 de junho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Fala, Magnano

Somente uma vez este espaço, predominantemente voltado para o futebol, pediu licença para falar só de basquete. Pois chegou a segunda. Afinal, não é todo dia que se fala com um campeão olímpico: Rubén Magnano, medalha de ouro treinando a Argentina, em 2004, e hoje técnico da Seleção Brasileira de basquete masculino. A coluna ouviu o comandante às vésperas da apresentação dos jogadores – a preparação para a Olimpíada começa hoje, em São Paulo. Conforme contei aqui, estou escrevendo a biografia de Larry Taylor e Magnano contribuiu com precioso depoimento sobre o novo armador brasileiro. O papo rendeu aspas que reproduzo a seguir – sobre o Alienígena rumo a Londres e também a participação de Ricardo Fischer, agora jogador do Bauru Basket, no período de treinamentos.

Larry em Londres
“Tem que trabalhar, ganhar sua vaga. Agora, tenho que ver como ele se encaixa nesse novo processo de convocação, esse novo trabalho, e avaliar isso. Acho que vai dar certo, ele tem boa condição, boa mentalidade. Vamos treinar e vamos ver.”

Estilo de jogo
“Eu não vou tirar a natureza de jogo do Larry. Ele tem que continuar jogando com naturalidade e tranquilidade, entendendo que o ímpeto ofensivo é importante, mas que o aspecto solidário do jogo é muito importante. Saber basicamente que um time nacional não é um clube. Acho que ele vai conseguir fazer isso, pois é muito inteligente, tem boa cabeça. Devo fazer minha avaliação, não é a mesma coisa jogar no clube e na seleção, pela responsabilidade, pela pressão, tudo isso vou avaliar e tomar uma decisão.”

Menos tempo em quadra
“Geralmente, um atleta acostumado a ser pontuador em seu clube não tem a mesma quantidade de arremessos, por exemplo, que tem no time. Nem tantos minutos de jogo. A ideia é que ele, na quantidade de tempo em que estiver em quadra, produza cem por cento de tudo o que faz defensiva e ofensivamente.”

Alienígena na ala
“Acho que ele pode atuar na ala, apesar de não ter tanta estatura. Mas pela força que tem, pelo arremesso, poderia fazer a posição dois eventualmente, sem dúvida. Taticamente, há muitas variáveis que posso usar. Essa é uma possibilidade.”

Gente boa
“Quando ele trabalhou comigo, na preparação para o Pré-olímpico, sem dúvida ele fez o que pedi. Aí, conheci mais de perto o Larry como indivíduo, como jogador. E fiquei impressionado com a qualidade de pessoa que ele é.”

Ricardo Fischer
“Esse garoto ganhou essa oportunidade de ser convidado para treinar com a Seleção adulta pelo seu trabalho. Pelo que vi durante a Liga, pela conversa que tive com Régis Marrelli. Minha ideia é que ele viva essa experiência para ver em que nível chegará em relação a atletas de sua posição. Com certeza, se for inteligente, vai fazer uma avaliação de onde se encontra. Por isso convoco jovens para trabalhar conosco.”

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#cantalarry (5)

Chegou um dos momentos tão esperados na saga de Larry: ver a figuraça Jeff Agba se arriscando a cantar o hino brasileiro! Divirta-se.

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#cantalarry (4)

Daqui a pouco o pivô Jeff Agba será indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante. Impossível não rir vendo o gringo falar ‘mano’ para cá, ‘mano’ pra lá… Enquanto isso, nosso Alienígena segue estudando o Hino. Acho que vai cantar bonito em Londres.