
Enquanto a CBB se diz surpresa (!) e em seguida se manifesta de forma resignada, o Dragão corre atrás da manutenção de sua vaga na LDA 2017 (conforme o diretor Vitinho Jacob disse ao colega Gabriel Pelosi, na 94FM, confira), ao lado do Flamengo. Afinal, conquistaram suas vagas em quadra e sob a competente gestão da Liga Nacional, que também divulgou uma nota, muito lúcida, sobre o assunto. Não vai ser fácil reverter, a não ser que a CBB se mexa antes do prazo da punição (28/jan). Em fim de mandato e sem agenda das seleções adultas até lá, não imagino que o presidente Carlos Nunes vá se esforçar muito até entregar o cargo, em março. Como diz o Tizoco, oremos.
Aos jogadores e comissão técnica, por maior que seja a ansiedade de saber se irão ou não disputar a competição continental, o negócio é deixar na mão dos dirigentes e focar no curto prazo, que é a sequência de três partidas fora de casa no NBB: Paulistano (hoje, às 19h30, com transmissão da Auri-Verde/Jornada Esportiva, claro), Liga Sorocabana (dia 18) e Pinheiros (23). Não sem antes se manifestarem — ainda bem. O capitão Alex Garcia, em entrevista ao Sérgio Pais, do GloboEsporte.com local, foi enfático: “Se a CBB fez alguma coisa errada, tem que pagar. Acho que se está tendo punição, não é uma suspensão à toa. Tem que corrigir para não acontecer de novo”, disse o Brabo. O técnico Demétrius Ferracciú assinou, juntamente com os outros 14 treinadores dos times do nacional, uma nota bastante veemente:

“Nós, técnicos das 15 equipes do NBB, lamentamos profundamente a situação que chegou a CBB. A decisão da Fiba de segunda-feira só reforça o que todos já sabiam: uma administração incompetente, que levou a entidade máxima do basquete brasileiro ao fundo do poço. Contrariamente a tudo que deveria estar ocorrendo, exigimos transparência e participação dos clubes, técnicos e jogadores nas decisões, escolha de gestores e comando desta entidade. O basquetebol é um produtor que é supervalorizado e a cada dia ganha maior número de fãs e adeptos no nosso país. Portanto, nós profissionais, em sua maioria com décadas de dedicação e amor ao esporte da cesta, exigimos esta transformação e mudanças agora, hoje, sem procrastinar nem mais um minuto. Palavra de técnico.”
Vale também registrar a fala do capitão do Flamengo, Marcelinho Machado, que admite até ficar fora da Liga das Américas por um bem maior: “Acho que se a Confederação chegou nessa situação, alguma coisa tem que ser feito. Não podemos empurrar com a barriga e olhar cada um para seu umbigo e resolver seu problema enquanto temos um problema muito maior que é o que está acontecendo com a Confederação hoje”, disse o camisa 4 rubro-negro. A Associação dos Atletas Profissionais de Basquete também se manifestou.
E vale, por fim, mencionar que o jornalista Fábio Balassiano, do blog Bala na Cesta, vinha cantando a bola do caos administrativo da CBB há anos. Não à toa, vem sendo muito requisitado por grandes veículos, que ignoravam o assunto.
NA QUADRA
Para o duelo contra o Paulistano, Alex Garcia retorna — havia sido poupado contra o Macaé —, mas o ala Léo Eltink segue afastado, tratando uma lombalgia. O armador argentino Stéfano Pierotti está devidamente inscrito e completa a relação de 12 jogadores para esta noite. Um ponto de alerta para a equipe segue sendo o lance-livre, conforme o Canhota 10 analisou recentemente: o percentual de acerto nas duas primeiras partidas do NBB foi de 64,3%, bem abaixo dos 74%, que é a média histórica do atual elenco.

Era a partida-chave, na teoria, que se concretizou na prática. O placar sempre rastejou apertado, lá e cá, mas o Paschoalotto Bauru conseguiu vencer o Marinos de Anzoátegui, da Venezuela, por 
Ao final da vitória de seu Rio Claro sobre Bauru, na terceira rodada do Campeonato Paulista, o ala Gui Deodato revelou ao microfone da Auri-Verde 760AM o convite que recebeu do técnico Guerrinha para defender seu ex-time no Intercontinental, contra o Real Madrid, nos próximos dias 25 e 27/set. Pois bem. A diretoria rio-clarense liberou o Batman para voltar a vestir a camisa que defendeu por sete temporadas, onde nasceu para o basquete. O convite, aliás, é um reconhecimento pela caminhada, assim como Larry Taylor foi abordado — mas Mogi não liberou.


“O Pré-Olímpico é a competição mais difícil, pelo lado emocional, porque existe uma pressão em cima de todos. É que não dá muita chance de erro. O que define é uma situação de momento, uma bola que cai, um erro de lance livre. É bem cirúrgico mesmo, no detalhe. Nesse campeonato, o importante não é jogar bem, é vencer.”
“A disputa é bem equilibrada, de difícil prognóstico. A pressão é igual para todos. Agora, um atleta que faz parte de uma seleção nacional, que disputa um Pré-olímpico, se não conseguir administrar essa pressão, então não tem mesmo que se classificar.”
“Com o currículo que tem, o Magnano conseguiu barrar a imprensa e blindar o time. Ele conseguiu deixar a imprensa fora, que criticava tanto o trabalho dos treinadores brasileiros. Não puderam assistir a treinos. A imprensa não pode interferir em nada, não opinou.”
“O maior problema do técnico brasileiro é a própria imprensa, que desmoraliza, deprecia, ridiculariza os nossos técnicos, poupando quase sempre os jogadores pelos resultados. Algumas vezes, sem condições para tal, queremos transformar em realidade nossos sonhos, que às vezes estão em um patamar bem acima do que podemos. Aí sobra para o técnico brasileiro. O Magnano está tendo moral com a imprensa especializada. Sempre se agrega valores, mas não o vejo como salvador da pátria.”
“O time brasileiro não está melhor com o Magnano. Mas ele trouxe, sim, alguns valores. Passou valores defensivos, muito em função da ausência dos jogadores da NBA. Não melhorou tecnicamente, mas o espírito de Seleção, com atletas que estão ali porque querem. A circunstância ajudou o Magnano a criar esse espírito na equipe. A defesa melhorou, mas o ataque piorou. O revezamento está sendo melhor para a defesa funcionar, mas como o brasileiro não tem a cultura do revezamento, não consegue definir as jogadas lá no ataque se estiver pouco tempo em quadra.”
“Falam que o Brail melhorou sua defesa. Não vejo melhora tática, vejo mais disposição, mais empenho. Se buscarmos os resultados do Brasil nas últimas competições antes do Magnano, vamos ver que a média de pontos sofridos pouco ou nada mudou. Ofensivamente, houve uma melhor rotação de bola, em alguns momentos, mas de resto pouco mudou.”