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Alex Garcia deixa o Bauru Basket rumo ao Minas

Alex Garcia não defenderá o Sendi Bauru Basket na próxima temporada. O anúncio foi feito na manhã desta quinta, quando a diretoria do Dragão reuniu a imprensa para detalhar a saída — dando continuidade ao propósito de discutir abertamente os assuntos da associação. O atleta foi convidado a comparecer,  mas preferiu não se pronunciar nesse momento.

Após encontro ontem, o Brabo comunicou o desejo de mudar de ares, informando que aceitou a proposta de outra equipe — não precisando, assim, ouvir uma contraproposta. A diretoria bauruense vinha articulando um  grupo de empresas para bancar o salário do camisa 10 e afirmou que ele, ao lado do argentino Faggiano e de mais um reforço, seria um dos pilares do elenco. O tabuleiro da montagem do elenco, portanto, parte para um plano B. É provável que seja procurado um estrangeiro para seu lugar no elenco — e o nome de Léo Meindl volta a ser cogitado.

Com contrato até o final de julho, Alex e seu futuro clube ainda não podem se pronunciar sobre o acerto — a não ser que haja uma rescisão amigável antes desse prazo. O destino é o Minas Tênis Clube, como antecipou, ontem, o Café Belgrado.

Alex Garcia + Leandrinho

Como em toda temporada, Alex foi procurado por vários clubes e fez uma escolha coerente. Afinal, sempre se comentou nos bastidores que ele e a família não morariam no Rio de Janeiro ou em São Paulo, por isso as negativas nos últimos anos a Flamengo, Paulistano e Corinthians. Em Belo Horizonte, poderá viver no pacato e nobre bairro de Lourdes, onde fica a sede do Minas. O Brabo irá realizar o sonho de jogar ao lado do grande amigo Leandrinho, parceiro de seleção brasileira, em um clube.

Alex Garcia e Leandrinho
Amizade com Leandrinho pesou na decisão de Alex Garcia pelo Minas. Foto: David Abramvezt/Globo Esporte.com (foto topo: Victor Lira/Bauru Basket)

Resta demonstrar toda gratidão ao jogador, virar a página e deixá-lo nas anteriores, cheias de glórias. O patamar que o Bauru Basket alcançou no basquete internacional se resume a antes e depois de Alex Garcia, o grande líder das conquistas recentes

Fernando Beagá

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Os reflexos da derrota do Sendi Bauru para o Sesi Franca na Liga das Américas

Enquanto eu dirigia a caminho da Panela de Pressão, ouvi no rádio que Alex Garcia (gastroenterite) e Hettsheimeir (problema na panturrilha) estavam fora. Ducha glacial no clássico… Com os dois principais jogadores do Sendi Bauru Basket fora, o já dificílimo desafio contra o Sesi Franca se tornava ingrato. Fazendo uma analogia, seria como o Atlético de Madrid entrar em campo desfalcado de Griezmann e Godín para enfrentar o Real Madrid completo — e Cristiano Ronaldo inteiro. No caso, Leandrinho, que anotou 22 pontos.

O Dragão se aplicou na defesa e fez um primeiro quarto vibrante, mas já no segundo período os francanos se impuseram. Após o intervalo, os erros ofensivos descompensaram os esforços defensivos e Franca conseguiu fechar com uma vantagem larga — mas não fosse essa entrega, poderia ter sido mais. Saltou aos olhos o empenho de Matulionis e a vibração de Renan. Na frente, Duda chamou a responsabilidade, pontuou muito, mas errou muito também. Não só ele: as violações (24 no total) acabaram por minar as chances de uma noite melhor.



Resumida a ópera, o que este clássico pode refletir no desempenho do Bauru Basket na Liga das Américas? Primeiro, como o time vai se comportar sem Alex e Hettsheimeir. As informações iniciais preveem o Brabo fora dos três jogos (medicação agressiva aliada a repouso) e o Canela fora da estreia. Ainda bem que o duelo mais difícil será no domingo, contra o Guaros. Os times de Panamá e El Salvador estão mais para azarões. Mas sempre vêm com norte-americanos e é bom os bauruenses ficarem ligados e reverem os erros dessa terça.

O time tem uma característica de jogo, perdemos duas peças importantes e não tivemos tempo de adaptar sem os dois. Ficamos sem criatividade e opções no ataque. Mas não tenho o que falar do time. Os caras correram o tempo inteiro, se dedicaram. Vamos ter dois treinos para adaptar a equipe para a Liga das Américas”, disse o técnico Demétrius Ferracciú, já pensando na equipe sem seus dois craques.

Os momentos em que a equipe se desdobrou trouxeram ensinamentos. “Sempre existe o lado positivo de cada jogo. Ninguém quer a derrota, sentimos sim os desfalques, mas foi bom a galera sentir o peso da responsabilidade, o peso do erro e o peso do acerto. Para a Liga das Américas, quem tem mais experiência tem a obrigação de se adaptar mais fácil às diferenças da competição. E o fator casa já é um ganho”, comentou o pivô Shilton, capitão do time na ausência de Alex.

No texto de ontem, opinei que a partida seria um ótimo termômetro da força bauruense versus um dos aclamados favoritos (ao lado do Flamengo de Varejão), mas os desfalques eliminaram qualquer análise.

Leandrinho na Panela

Sobre Leandrinho, comentei que há uma geração (que não vivenciou a saída conturbada do ala-armador) que não engrossaria as vaias. Feito: após a partida, o atleta foi rodeado por jovens e crianças ávidos por uma selfie. Afinal, estava ali diante deles o Leandrinho da NBA, da seleção. Houve vaias e protestos também, mas o experiente jogador tirou de letra. Segue o jogo.

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket

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Leandrinho: de volta à Panela de Pressão

Nesta terça tem o clássico Sendi Bauru x Sesi Franca, pelo NBB. A pauta do dia é o retorno do ala-armador Leandrinho ao ginásio Panela de Pressão, depois de quase 15 anos. Em abril de 2003 (link recuperado pelo Bala na Cesta), o jogador bateu asas rumo ao draft da NBA. Em resumo, deu um perdido na comissão técnica e na diretoria do Bauru Basquete (hoje Basket). Teve seus motivos, mas não dá para negar que foi uma saída conturbada, que mais tarde envolveria até ação trabalhista.

Diante disso, como será que o agora camisa 19 francano será recebido? Creio que com vaias. E mais (e primeiro) por defender o rival do que pelo passado distante, inclusive considerando que há uma boa fatia de torcedores jovens que não vivenciaram o que foi aquele momento de 2003. Igualmente, não viram o Leandrinho de 2002, a espetacular revelação que ajudou o Dragão a conquistar o título brasileiro daquele ano.



O material da Liga Nacional lembra os números do então camisa 10 bauruense no Paulista de 2001, mas não encontrou as estatísticas do Brasileiro de 2002. Claro, não estão mais disponíveis no novo site da CBB. Espero que a entidade não tenha jogado material tão rico no lixo — as fotos de arquivo também sumiram… (esta que ilustra o post, só com ajuda do Google)

Ainda bem que printei a tela há alguns anos, quando repercuti uma bela reportagem do saudoso jornal Bom Dia Bauru e acrescentei essa informação. Leandrinho registrou médias de 15,8 pontos, 3,6 rebotes e 6,4 assistências em 33min por partida. Foi de fato um furacão surgindo no basquete nacional, mas é sempre bom lembrar que o cara do time foi o ala Vanderlei, com 24 pontos, 4,1 rebotes e 3,1 assistências. Além do monstro no garrafão chamado Josuel, com 13,5 pontos e 8,1 rebotes. Abaixo, alguns lances do franzino camisa 10, que disse ao site da Liga guardar carinhosas lembranças de Bauru:

Leandrinho 2002 x Leandrinho 2018

Leandrinho era uma armador agressivo, infiltrador, que impunha o ritmo do time. O Leandrinho de hoje ainda sobra fisicamente para dar trabalho às defesas, mas há algum tempo abandonou a posição 1. Vai ser interessante no duelo de hoje ver como Alex Garcia, o melhor defensor brasileiro desde sempre, irá se desdobrar para marcar o The Blur, considerado por muitos imparável no nível do basquete local.

Mas vai aqui o que tenho dito em resenhas: não acho que Flamengo e Franca, por terem Varejão e Leandrinho, serão inevitavelmente os finalistas deste NBB 10. O Paulistano provou isso, vencendo os rubro-negros na Arena Carioca 1 no último sábado. Independentemente do resultado do clássico, o nível de competitividade do elenco bauruense contra o estrelado plantel francano poderá ser mais um argumento. Que seja um grande jogo!

 

Foto: Arquivo CBB

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Bom Dia (com o torcedor e ponto!) relembra 10 anos do título nacional do basquete de Bauru

Depois de ser o único veículo bauruense a cobrir a apresentação da Seleção Brasileira masculina de basquete – os guerreiros Larry Taylor e Ricardo Fischer entre os atletas –, o jornal BOM DIA Bauru deu mais um show de exclusividade nesta quinta-feira: dedicou duas páginas para comemorar o aniversário de dez anos do título brasileiro do então Bauru Basquete (hoje é Basket), o Tilibra/Copimax. Os repórteres Gustavo Longo e Luly Zonta colheram depoimentos dos protagonistas daquela conquista. Parabéns aos colegas. Show de bola.

Na carona da publicação, dou minha contribuição à lembrança reproduzindo abaixo as estatísticas de cada jogador naquele campeonato de 2002 (fonte: CBB).

 

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Guerrinha e Barbosa avaliam Brasil no Pré-olímpico

Treinadores comentam o trabalho de Rubén Magnano

Huertas, principal jogador brasileiro: pressão de 16 anos de espera. Foto de José Jiménéz/Fiba Americas

O Brasil terminou a primeira fase do Pré-olímpico das Américas em segundo de sua chave. Nesta segunda (5/9), começa a segunda fase e a Seleção precisa terminar em segundo ou terceiro lugar para não cruzar com a favorita Argentina, pois o duelo da semifinal é o que decide a vaga em Londres-2012. Para falar um pouco da situação brasileira na competição e como tem jogado, o Canhota 10 falou com dois treinadores que têm vasto currículo a serviço do Brasil. Guerrinha, do Itabom/Bauru (ex-armador e ex-auxiliar técnico da Seleção), e Antonio Carlos Barbosa, do Ourinhos (ex-treinador da Seleção feminina), comentaram o trabalho de Rubén Magnano.

AS DIFICULDADES
“O Pré-Olímpico é a competição mais difícil, pelo lado emocional, porque existe uma pressão em cima de todos. É que não dá muita chance de erro. O que define é uma situação de momento, uma bola que cai, um erro de lance livre. É bem cirúrgico mesmo, no detalhe. Nesse campeonato, o importante não é jogar bem, é vencer.”

“A disputa é bem equilibrada, de difícil prognóstico. A pressão é igual para todos. Agora, um atleta que faz parte de uma seleção nacional, que disputa um Pré-olímpico, se não conseguir administrar essa pressão, então não tem mesmo que se classificar.”

RUBÉN MAGNANO
“Com o currículo que tem, o Magnano conseguiu barrar a imprensa e blindar o time. Ele conseguiu deixar a imprensa fora, que criticava tanto o trabalho dos treinadores brasileiros. Não puderam assistir a treinos. A imprensa não pode interferir em nada, não opinou.”

“O maior problema do técnico brasileiro é a própria imprensa, que desmoraliza, deprecia, ridiculariza os nossos técnicos, poupando quase sempre os jogadores pelos resultados. Algumas vezes, sem condições para tal, queremos transformar em realidade nossos sonhos, que às vezes estão em um patamar bem acima do que podemos. Aí sobra para o técnico brasileiro. O Magnano está tendo moral com a imprensa especializada. Sempre se agrega valores, mas não o vejo como salvador da pátria.”

O TIME
“O time brasileiro não está melhor com o Magnano. Mas ele trouxe, sim, alguns valores. Passou valores defensivos, muito em função da ausência dos jogadores da NBA. Não melhorou tecnicamente, mas o espírito de Seleção, com atletas que estão ali porque querem. A circunstância ajudou o Magnano a criar esse espírito na equipe. A defesa melhorou, mas o ataque piorou. O revezamento está sendo melhor para a defesa funcionar, mas como o brasileiro não tem a cultura do revezamento, não consegue definir as jogadas lá no ataque se estiver pouco tempo em quadra.”

“Falam que o Brail melhorou sua defesa. Não vejo melhora tática, vejo mais disposição, mais empenho. Se buscarmos os resultados do Brasil nas últimas competições antes do Magnano, vamos ver que a média de pontos sofridos pouco ou nada mudou. Ofensivamente, houve uma melhor rotação de bola, em alguns momentos, mas de resto pouco mudou.”

CHAMARIA NENÊ E LEANDRINHO PARA A OLIMPÍADA?
“Se fosse o técnico da Seleção, não chamaria. Trabalharia com a garra e os valores desse pessoal que nunca deixou de comparecer, jogadores de muito caráter e que sempre estiveram à disposição.”

“Tem que analisar caso a caso, os reais motivos para não atenderem a convocação. Sou contra a vitória a qualquer preço, devemos presevar a disciplina e os objetivos do grupo.”

O Canhota 10 aproveitou para perguntar ao bauruense Barbosa como está seu momento no time de Ourinhos, pentacampeão brasileiro de basquete feminino (2004 a 2008) e vice nas duas últimas edições: “O momento é gratificante, gosto de desafios e de renovar objetivos. E Ourinhos surgiu em um momento muito imporante para mim, pessoalmente. Conseguimos, com uma equipe que não estava realizando um bom campeonato, chegar a uma final. Este ano, com a manutenção de todas as jogadores do ano anterior – mais a Kelly, já com reforços da Silva Gustavo e da Camila – e com mais tempo para um trabalho individualizado, em que preparação física e técnica (fundamentos) estão sendo priorizados, com certeza estaremos em condições de disputar o título da Liga Nacional”, contou Barbosa.