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Paschoalotto Bauru se despede da NBA com placar centenário

bauru-nbaO Paschoalotto Bauru encerrou seu compromisso na NBA com mais uma participação interessante, alcançando placar centenário na derrota para o Washington Wizards, por 134 a 100. As derrotas e as diferenças são o que menos importam na bagagem de volta, mas tudo o que jogadores e comissão técnica vivenciaram nos últimos dias. Certamente um acréscimo que deve se refletir no restante da temporada. “Vivenciar o dia a dia de treinamento, jogos, troca de informações foi fantástico para nossa equipe. Agora é trabalhar para levar essa bagagem internacional para a nossa temporada”, celebrou o técnico Guerrinha, via assessoria.

Apesar da nítica diferença técnica, o desempenho bauruense chamou a atenção do técnico rival, Randy Wittman, que ficou satisfeito com a forma como seu time foi exigido. “Foi bom para nós ver como eles jogam e nos forçaram a fazer muitas trocas pela primeira vez nas três partidas que jogamos até agora. Tivemos que defender cem pick-and-rolls e precisávamos disso para continuar melhorando. Então, foi realmente bom, precisávamos jogar com um time como esse”, disse o treinador dos Wizards, ao site oficial da NBA.

O brasileiro Nenê, titular absoluto do time da capital ianque, ficou feliz de encontrar compatriotas. “Quando era pequeno, jamais imaginaria uma oportunidade dessas acontecendo. Ver um time brasileiro jogando contra um time da NBA é uma grande honra”, comentou o colega de Seleção de Alex e Hett.

AÍ SIM
Depois de atuar apenas 3min na partida contra o New York Knicks, o pivô Wesley Sena desta vez atuou por 28min, sendo o terceiro bauruense que mais ficou em quadra. E não fez feio, pontuando em dois dígitos. No segundo período, ele protagonizou duas belas tramas com Léo Meindl. Carioca também teve mais tempo. Já Léo Eltink e Gabriel não devem ter dormido, após a primeira oportunidade em uma quadra de NBA.

ZEROU
Jefferson William ainda procura a forma ideal, já comentei isso. A exemplo dos duelos contra o Real Madrid, quando zerou no jogo dois, nesta segunda partida de NBA o ala-pivô também passou em branco. Certamente na estreia do NBB, contra o Flamengo, estará inteiro. O time precisa muito dele.

day-bauru-wizardsANOTHER DAY’S NIGHT
Robert Day aproveitou muito bem os duelos em seu país natal para mostrar seu valor, depois de uma primeira temporada irregular. Foi cestinha do time nas duas partidas e com excelente aproveitamento em sua especialidade. Fez 5-7 nos triplos. É outro jogador que, no seu máximo, elevará o nível do Dragão.

LIGEIRINHO
Depois do triplo-duplo contra os Knicks, Ricardo tem mais uma bola lembrança na bagagem. Permita-me o trocadilho, foi uma parede diante de John Wall, roubando a bola do armador dos Wizards e partindo para a bandeja sem medo de toco.

NUMERALHA
Léo Monstro: 17 pontos, 7 rebores
Roberdei: 17 pontos, 4 rebotes
Canela: 16 pontos, 4 rebotes, 2 roubos de bola
Ligeirinho: 11 pontos, 7 rebotes, 3 assistências, 2 roubos
Wesley Sena do Brasil: 11 pontos, 5 rebotes, 2 assistências
Magic Paulo: 10 pontos, 4 assistências
Brabo: 6 pontos, 7 rebotes
Rafael Mineiro: 6 pontos, 2 rebotes, 2 roubos
Carioca, o Predador: 4 pontos, 3 assistências
Léo Eltink: 2 pontos, 2 rebotes, 1 roubo
Gabriel: 2 rebotes
Jé: 2 rebotes

 

Fotos: Caio Casagrande/Bauru Basket

Quem imaginou que um dia o Dragão estaria estampado num telão de jogo da NBA... Foto enviada pelo Rodrigo Paschoalotto
Quem imaginou que um dia o Dragão estaria estampado num telão de jogo da NBA… Foto enviada pelo Rodrigo Paschoalotto

 

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Guerrinha e Barbosa avaliam Brasil no Pré-olímpico

Treinadores comentam o trabalho de Rubén Magnano

Huertas, principal jogador brasileiro: pressão de 16 anos de espera. Foto de José Jiménéz/Fiba Americas

O Brasil terminou a primeira fase do Pré-olímpico das Américas em segundo de sua chave. Nesta segunda (5/9), começa a segunda fase e a Seleção precisa terminar em segundo ou terceiro lugar para não cruzar com a favorita Argentina, pois o duelo da semifinal é o que decide a vaga em Londres-2012. Para falar um pouco da situação brasileira na competição e como tem jogado, o Canhota 10 falou com dois treinadores que têm vasto currículo a serviço do Brasil. Guerrinha, do Itabom/Bauru (ex-armador e ex-auxiliar técnico da Seleção), e Antonio Carlos Barbosa, do Ourinhos (ex-treinador da Seleção feminina), comentaram o trabalho de Rubén Magnano.

AS DIFICULDADES
“O Pré-Olímpico é a competição mais difícil, pelo lado emocional, porque existe uma pressão em cima de todos. É que não dá muita chance de erro. O que define é uma situação de momento, uma bola que cai, um erro de lance livre. É bem cirúrgico mesmo, no detalhe. Nesse campeonato, o importante não é jogar bem, é vencer.”

“A disputa é bem equilibrada, de difícil prognóstico. A pressão é igual para todos. Agora, um atleta que faz parte de uma seleção nacional, que disputa um Pré-olímpico, se não conseguir administrar essa pressão, então não tem mesmo que se classificar.”

RUBÉN MAGNANO
“Com o currículo que tem, o Magnano conseguiu barrar a imprensa e blindar o time. Ele conseguiu deixar a imprensa fora, que criticava tanto o trabalho dos treinadores brasileiros. Não puderam assistir a treinos. A imprensa não pode interferir em nada, não opinou.”

“O maior problema do técnico brasileiro é a própria imprensa, que desmoraliza, deprecia, ridiculariza os nossos técnicos, poupando quase sempre os jogadores pelos resultados. Algumas vezes, sem condições para tal, queremos transformar em realidade nossos sonhos, que às vezes estão em um patamar bem acima do que podemos. Aí sobra para o técnico brasileiro. O Magnano está tendo moral com a imprensa especializada. Sempre se agrega valores, mas não o vejo como salvador da pátria.”

O TIME
“O time brasileiro não está melhor com o Magnano. Mas ele trouxe, sim, alguns valores. Passou valores defensivos, muito em função da ausência dos jogadores da NBA. Não melhorou tecnicamente, mas o espírito de Seleção, com atletas que estão ali porque querem. A circunstância ajudou o Magnano a criar esse espírito na equipe. A defesa melhorou, mas o ataque piorou. O revezamento está sendo melhor para a defesa funcionar, mas como o brasileiro não tem a cultura do revezamento, não consegue definir as jogadas lá no ataque se estiver pouco tempo em quadra.”

“Falam que o Brail melhorou sua defesa. Não vejo melhora tática, vejo mais disposição, mais empenho. Se buscarmos os resultados do Brasil nas últimas competições antes do Magnano, vamos ver que a média de pontos sofridos pouco ou nada mudou. Ofensivamente, houve uma melhor rotação de bola, em alguns momentos, mas de resto pouco mudou.”

CHAMARIA NENÊ E LEANDRINHO PARA A OLIMPÍADA?
“Se fosse o técnico da Seleção, não chamaria. Trabalharia com a garra e os valores desse pessoal que nunca deixou de comparecer, jogadores de muito caráter e que sempre estiveram à disposição.”

“Tem que analisar caso a caso, os reais motivos para não atenderem a convocação. Sou contra a vitória a qualquer preço, devemos presevar a disciplina e os objetivos do grupo.”

O Canhota 10 aproveitou para perguntar ao bauruense Barbosa como está seu momento no time de Ourinhos, pentacampeão brasileiro de basquete feminino (2004 a 2008) e vice nas duas últimas edições: “O momento é gratificante, gosto de desafios e de renovar objetivos. E Ourinhos surgiu em um momento muito imporante para mim, pessoalmente. Conseguimos, com uma equipe que não estava realizando um bom campeonato, chegar a uma final. Este ano, com a manutenção de todas as jogadores do ano anterior – mais a Kelly, já com reforços da Silva Gustavo e da Camila – e com mais tempo para um trabalho individualizado, em que preparação física e técnica (fundamentos) estão sendo priorizados, com certeza estaremos em condições de disputar o título da Liga Nacional”, contou Barbosa.