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Exclusivo: Bonfim fala sobre o afastamento do elenco do Noroeste

Após o anúncio de oito jogadores afastados do elenco do Noroeste, era evidente que seria forte a reação em relação ao nome do capitão Bonfim, ídolo da torcida alvirrubra — os demais jogadores, pouco aproveitados, não causaram comoção. Nas redes sociais, houve revolta contra o treinador Edinho Machado e torcedores lembraram que o zagueiro (com mais de 200 jogos pelo clube) foi um dos poucos que se salvaram na fatídica campanha do rebaixamento, semestre passado.

Apesar de ter ficado claro o desgaste entre Machado e Bonfim, o argumento para o afastamento do jogador foi o da adequação salarial. O zagueiro, entretanto, nega que houve essa conversa nos últimos dias e alega, ainda, que soube pela imprensa. Apesar de o treinador dizer, em coletiva no final da tarde, que pode voltar a contar com os atletas afastados em um segundo momento, o ex-capitão acha difícil permanecer no clube. Confira o papo exclusivo que  Bonfim teve com o Canhota 10:

Você foi comunicado do afastamento? Houve alguma conversa?
“Soube pela imprensa, isso que revoltou todos os envolvidos e o elenco… Teria que ter mais respeito pelos atletas.”

Então não houve essa negociação de redução salarial?
“Conversei sobre salário há dois meses com o presidente, assim que o Larangeira estava entrando no clube. O presidente me afirmou que se o Larangeira assumisse o clube mesmo e trouxesse tudo o que estava prometendo, seria um prazer para ele pagar o mesmo valor e não haveria redução… Só que depois não falamos mais nada sobre isso. É pura desculpa.”

Você acha que ficou desgastado por tomar frente das reinvidicações salariais do elenco?
“É um papel normal feito pelo capitão, a favor do grupo e dos funcionários. E de não concordar com atitudes e declarações feitas e tomadas por eles em determinadas situações.”

O que você pretende fazer nos próximos dias?
“Estou machucado, vou fazer um exame amanhã e estou à disposição da direitoria para resolver os acertos o quanto antes.”

Ficou sem clima de voltar a jogar no Noroeste enquanto estiver essa gestão?
“Sem dúvida. Ficou complicado.”

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Noroeste

Bonfim está na lista de afastados do Noroeste pelo técnico Edinho Machado

Conforme prometido pelo técnico Edinho Machado, após o empate contra a Francana, saiu a lista de jogadores afastados do elenco do Noroeste. Isso mesmo, afastado, treinando em separado. No momento, o clube não pode nem pensar em demitir, pois não há dinheiro em caixa — já são três meses de salário atrasado (maio, junho e julho). Além disso, há o impedimento burocrático para rescisões e inscrições, já que o clube ainda não entregou à Federação o balancete financeiro de 2012.

Conforme deduziu corretamente o jornalista Rafael Antonio, logo após a explosiva entrevista de Machado, Bonfim estava na mira do treinador. O zagueiro está na lista que ainda conta com os zagueiros Cazão e Wallace, os laterais Esquerdinha e Júnior Maranhão, o volante Rogério, o meia Vinícius e o atacante Valdir. A informação foi publicada inicialmente no programa Tem Esporte, da TV Tem, e na rádio Auri-Verde.

A atitude do técnico é corajosa, ao afastar um dos grandes ídolos da torcida, com mais de 200 jogos com a camisa do clube. Ainda mais porque Bonfim, líder do elenco, era um dos que mais cobravam uma solução dos problemas financeiros.

As consequências virão logo. A reação dos torcedores, o clima nos vestiários (grupo rachado?) e, principalmente, o reflexo no próximo jogo, sábado, contra o Linense. Enquanto isso, o gestor Fabiano Larangeira está em Caxias do Sul.

Reforço
O meia Márcio Luiz, de 32 anos, anunciado como novidade no elenco, tem no histórico recente boa participação na campanha do acesso do Marília à Série A-2 (fez três gols). Depois, teve passagem relâmpago pelo Fernandópolis, na quarta divisão, de onde foi dispensado “devido a deficiência técnica e problemas internos”, segundo o clube. O jogador está apto fisicamente a jogar, mas sua inscrição, pelos problemas burocráticos, é uma incógnita.
Atualizado: em contato com pessoas ligadas ao Fernandópolis, a avaliação de Márcio Luiz foi a seguinte: “Com relação a parte técnica ele estava deixando a desejar, mas o principal motivo foi indisciplina mesmo, estava tumultuando o ambiente.”

GVT
Na segunda-feira, houve um encontro entre Larangeira e diretores da empresa de telefonia, que chegou forte a Bauru nas últimas semanas. A conversa foi intermediada pelo vereador Pastor Sakai. Há otimismo num desfecho positivo: os executivos levaram um portfólio e prometeram responder em breve se pretendem patrocinar o clube.

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Com discurso de empurra-empurra, falta unidade ao Noroeste

Depois do empate de ontem contra a Francana — quando a chance de finalmente vencer foi muito grande –, o técnico Edinho Machado soltou o verbo, como é sabido. Reproduzi alguns trechos na crônica do jogo (aqui) e o Jornal da Cidade, nesta segunda, publicou a íntegra da fala de Machado (aqui) — na correria da transcrição, dá pra perceber diferenças de compreensão, mas não alterou o conteúdo explosivo da fala do treinador.

Depois da entrevista, concedida aos sempre atentos Jota Martins (87FM/Jornada Esportiva) e Jota Augusto (Auri-Verde), o repórter “Bom de bola” chamou a atenção, em comentário, ao jogo de empurra-empurra que se transformou o Noroeste. Concordo. Segue o raciocínio:

– O presidente Anis Buzalaf afirma que, sem dinheiro, nada pode fazer.
– Fabiano Larangeira, responsável por colocar dinheiro, tem corrido atrás da grana que, teoricamente, já deveria ter — promete novidades para esta semana, tomara. Pressionado, preferiu reclamar bastante de desencontros administrativos do clube, ao convocar coletiva. Lamentou condenações trabalhistas à revelia como um dos aspectos amadores da atual administração.
– Abel Abreu, conselheiro e braço direito de Anis, diz que quem deve falar em nome do clube é o presidente — isso em comentário que publicou no Canhota, ainda hospedado no GloboEsporte. No dia da coletiva, reclamou que as condenações à revelia eram consequência de não recebimento de notificação pelo clube.
– O presidente do Conselho Deliberativo, Toninho Rodrigues, ao sair de reunião com Larangeira, Anis e Abel Abreu antes da famosa coletiva, disse que o órgão nada pode fazer nesse momento.
– Sobre a demora na inscrição dos jogadores, primeiro falou-se em atestados médicos não entregues. Resolvido isso, o problema foi a suspensão do presidente (impedido de assinar) pela CBF por causa de um cheque sem fundo à arbitragem do jogo contra o Criciúma. Por fim, apareceu o imbróglio do balancete de 2012, atrasado desde abril. Afinal, um problema encobriu o outro para ganhar tempo? Ficou essa dúvida.
– No meio disso, o nome de Filipe Rino ainda constava como vice-presidente. Novo empurra-empurra, para saber quem deixou de mandar…
– E no meio disso tudo, dentro de campo, Edinho Machado trabalhou com o que tinha, lidando com um elenco sem receber salários, e chegou à exaustão das explicações neste domingo. Insinuou que há chinelinhos no elenco e que pretende fazer a limpa. E poupou a diretoria, que não deu condições plenas de trabalho para ele até outro dia.

Tudo muito confuso. E não deveria ser. Porque não existe um único culpado. Então, não adianta procurar. É preciso sentar todo mundo junto, debruçar-se sobre os erros, correr atrás das soluções e afinar um discurso pelo bem do Noroeste. Enquanto cada um se esquivar da responsabilidade, o glorioso Norusca é quem sai perdendo.

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Bauru Basket

Paschoalotto Bauru vence o Palmeiras na prorrogação

Foi no sufoco. Mas isso não é ruim, não. Pelo contrário. Um jogo difícil desse, de cara, ajuda a fortalecer esse grupo em busca de entrosamento. Tanto que a principal dificuldade do time ficou exposta: Ricardo sobrecarregado na armação — e as consequentes falhas no passe (foram 16 bolas perdidas na partida). Mesmo assim, o Paschoalotto Bauru se desdobrou e venceu o Palmeiras/Meltex, após prorrogação, por 77 a 71. Semana que vem, o Dragão tem dois desafios fora de casa: Limeira (8/ago) e Rio Claro (10/ago). Mais dois passos para o aprimoramento da equipe.

O jogo
A partida começou na correria, com o Palmeiras, mais entrosado, ligadíssimo na marcação. Os bauruenses mantiveam o placar sob controle com Tischer e Murilo espertos lá embaixo, para compensar a mão calibrada do gringo Tyrone. No final do primeiro quarto, Guerrinha descansou Ricardo e Murilo e os visitantes abriram, terminando o período na frente: 17 a 23.

O segundo quarto foi dividido em duas partes. Primeiro, Bauru começou mal, permitindo roubadas de bola e cochilando nos rebotes, o que fez o Verdão aumentar a diferença para nove pontos (19 a 28). Até que o Dragão acordou. Murilo brigou no garrafão — a ponto de perder a lente de contato — e Barrios encestou preciosa bola. Aí, veio a sequência que levantou a galera. Gui roubou de Thyago Aleo e cravou com estilo; depois, Tischer ganhou rebote e converteu com falta, colocando o Paschoalotto na frente (32 a 31). Com excelente parcial de 17 a 10, foi possível ir para o intervalo liderando: 34 a 33.

No terceiro, a contagem começou devagar. Tanto que o Palmeiras só foi pontuar na metade da parcial e a vantagem bauruense não passou de dez. Na metade seguinte, o jogo esquentou. Bola de três de Gui, infiltração de Tyrone, troco de Ricardo. Foi quando voltaram os erros de passe e o Alviverde encostou, fechando o quarto em 53 a 48 (fração de 19 a 15).

No quarto período, o adversário seguiu dando muito trabalho, principalmente com a dupla Brown e Neto, muito espertos na marcação lá em cima. A exemplo do segundo período, o Dragão botou fogo no jogo com uma bola recuperada de Gui, que serviu Tischer, o monstro da noite (três enterradas e muita vibração). Ele cravou, na jogada seguinte fez bela cesta com jump e, mais à frente, sofreu falta de ataque. Mas, numa noite emocionante, de altos e baixos, os erros voltaram e o Palmeiras encostou (quatro pontos). Foi aí que Murilo foi decisivo, fazendo cesta e falta na hora certa, a 50s do fim. Vitória garantida? Não! A 19s, só três pontinhos na frente… Gui errou dois lances livres e Tyrone, marcado, guardou de fora, forçando a prorrogação: 68 a 68.

Tempo extra!
Cada momento de cochilo do tempo normal foi compensado na prorroga. O time entrou ligado, rápido, e abriu cinco pontos com Barrios após rebote e Gui guardando de três. Aí, Murilo se impôs e foi só administrar a diferença, finalizando a partida em 77 a 71.

Abre aspas
“A vivência de um jogo desse fortalece muito a equipe, em todos os sentidos. Perdemos muitas bolas, em função de não termos um segundo armador para levar a bola. Se o Larry estivesse, o Ricardo descansaria, não cometeria erros bobos, que vêm do cansaço. Mas poderia ter ganhado no tempo normal e errado menos. Mas, hora que bate o cansaço, acontece. Vamos sair disso treinando, jogando e adquirindo ritmo. E o que não se ensina numa competição dessa é espírito, alma, e isso nós tivemos. O time soube, cansado, imprimir um ritmo ofensivo forte na prorrogação”, avalia o técnico Guerrinha.

O pivô Murilo concorda que o cansaço atrapalhou, mas cobrou dele e do grupo maior atenção, pois em jogos fora a dificuldade será ainda maior. “Agora que passou, que ganhamos, foi bom para o amadurecimento do time. Mas não pode ganhar de dez pontos faltando dez minutos e relaxar como relaxamos… Aqui dentro, a gente ganhou. Quero ver ganhar fora, fica mais difícil. Imagine em Franca, São José… Mas temos muito a melhorar, ganhamos de uma equipe forte, que está com ritmo melhor. Fisicamente eles estavam melhores e revezaram mais. Quando acabou do jogo, olhei para o banco e disse ‘Tô morto’. O Ricardo sentou no chão, de cansaço”, conta o camisa 20.

“Foi um baita jogo. Nós, pivôs, ainda estamos nos conhecendo, só temos um mês de treinamento, mas tem tudo para dar certo”, avisa Mathias.

Bica!
Fábian Barrios, nervoso com uma falta marcada pela arbitragem, castigou a lata de lixo, ao voltar para o banco de reservas. Ela quebrou com o chute do argentino. Resta saber se a reposição vai pra conta dele…

Destaques
– Gui Deodato: 21 pontos, 5 rebotes, 5 assistências, 4 roubadas de bola (eficiência 27)
– Murilo: 20 pontos, 7 rebotes, 3 roubadas
– Lucas Tischer: 15 pontos, 9 rebotes
– Ricardo Fischer: 9 pontos e 5 assistências

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Esportes

Eu, corredor (8): o desafio de voltar

Esta é a parte sem-vergonha do blog. Aquela em que o jornalista se mete a criar um querido diário, contar sua luta contra o sedentarismo, mas a preguiça está na frente, bem na frente… Mas, não tem outro jeito: tenho que retomar quantas vezes forem necessárias. A corrida acaba sendo pano de fundo. Não tenho metas ousadas de resultados ou de quilometragens. Só quero ver minha saúde refletida nas passadas — e consequentemente diminuir a incômoda barriguinha.

A última vez que completei uma prova foi no início de julho de 2012! E logo depois da minha melhor performance (a primeira vez correndo 5km abaixo de 30min), parei total. Pausa para férias, desencontro agenda-academia e só quase um ano depois criei vergonha na cara.

De volta para a academia. Por pouco tempo… Veio uma crise de labirintite e pausou o esforço do meu retorno. Coincidindo com a cara nova do blog, quero de novo dar a cara entre os ferros. A prioridade é total no fortalecimento muscular, a parte aeróbica vem com o tempo. Mas aí, bateu a vontade de cometer a loucura de correr uma prova de 6km já no dia 25 de agosto. Dá tempo? Não sei. Ano passado, nessa mesma prova, corri 3km, caminhei 1km e voltei a correr outros 2km. Não queria passar por essa experiência de novo. Bom, vamos ver no que dá, tudo vai depender da frequência nesses primeiros dias.

Até com a leitura sobre os benefícios da corrida eu parei… É um universo fascinante. Vai aqui só um aviso: minha intenção não é criar um manual de corredor, arriscar dicas, nada disso. Meu negócio é contar história. Se entreter alguém, terá valido a pena.

Por enquanto, se ninguém acreditar na minha volta, eu compreenderei. Espero surpreender. Inclusive a mim mesmo!