Exatamente no dia em que se faz oba-oba sobre a divulgação das sedes da Copa das Confederações 2013 e da abertura e jogos decisivos a Copa do Mundo de 2014 (além das tabelas), esse texto se torna bem apropriado.
Um país que tem seu ministro do Esporte envolvido em acusação de desvio de verbas públicas não deveria receber os dois maiores eventos esportivos do planeta.
Um país que tem o presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo investigado pela Polícia Federal, por suposta lavagem e remessa ilegal de dinheiro, não deveria sediar nem um mundialito.
Um país que organizou um Pan-Americano extrapolando orçamento e deixando pífio legado para o Rio de Janeiro não deveria sediar uma Olimpíada.
Ok, a corrupção não é exclusividade brasileira, mas cada um com seus problemas. E, nessa terra onde sabiás cantam nas palmeiras, já há problemas demais com os quais os digníssimos homens públicos deveriam se ocupar. Saneamento básico, por exemplo. Mas tubulação fica submersa e não chama voto.
Confesso a frustração que senti quando o Brasil foi escolhido como sede dos Jogos de 2016, naquele anúncio apoteótico que parou a capital fluminense. Frustrado por antever o despreparo moral, a falta de pontualidade e a pouca transparência. Não é torcer contra, ser pessimista e, muito menos, não amar nosso país. É saber que vai ser daquele jeito, ou melhor, jeitinho. Para as câmeras, estou certo que tudo será lindo. Também sei dos empregos gerados, do dinheiro estrangeiro circulando por aqui. Mas haja tapete para esconder tanta sujeira.
Dois anos antes, na Copa, a saturação de nossos aeroportos será escancarada para o mundo, estádios caríssimos se tornarão, da noite para o dia, monumentos para acumular teias de aranha. Ou Cuiabá, Manaus e Brasília terão fôlego para encher seus elefantes brancos com seus campeonatos estaduais esvaziados? Mais absurdo é Recife ter três estádios e preferir construir um quarto a reformar o melhor deles.
Para piorar, num país em que muitas leis não “pegam”, parece ser natural que elas sejam rasgadas para a Fifa instalar aqui uma espécie de legislação própria durante o Mundial de futebol. Hoje, não é possível tomar cerveja num estádio brasileiro. Em 2014, será. Se a meia-entrada for mantida, o ingresso será majorado, simples assim. Feriados nas cidades que sediam partidas ajudarão a desafogar trânsitos caóticos. Essas e outras maquiagens que ofendem nossa soberania.
Enfim, não tem volta. Não bastasse tudo isso, a Seleção Brasileira receberá o insuportável peso da obrigação de vencer em casa. Aí, o povo tem que torcer dobrado, para não passar vergonha no campo e fora dele.




“O Pré-Olímpico é a competição mais difícil, pelo lado emocional, porque existe uma pressão em cima de todos. É que não dá muita chance de erro. O que define é uma situação de momento, uma bola que cai, um erro de lance livre. É bem cirúrgico mesmo, no detalhe. Nesse campeonato, o importante não é jogar bem, é vencer.”
“A disputa é bem equilibrada, de difícil prognóstico. A pressão é igual para todos. Agora, um atleta que faz parte de uma seleção nacional, que disputa um Pré-olímpico, se não conseguir administrar essa pressão, então não tem mesmo que se classificar.”
“Com o currículo que tem, o Magnano conseguiu barrar a imprensa e blindar o time. Ele conseguiu deixar a imprensa fora, que criticava tanto o trabalho dos treinadores brasileiros. Não puderam assistir a treinos. A imprensa não pode interferir em nada, não opinou.”
“O maior problema do técnico brasileiro é a própria imprensa, que desmoraliza, deprecia, ridiculariza os nossos técnicos, poupando quase sempre os jogadores pelos resultados. Algumas vezes, sem condições para tal, queremos transformar em realidade nossos sonhos, que às vezes estão em um patamar bem acima do que podemos. Aí sobra para o técnico brasileiro. O Magnano está tendo moral com a imprensa especializada. Sempre se agrega valores, mas não o vejo como salvador da pátria.”
“O time brasileiro não está melhor com o Magnano. Mas ele trouxe, sim, alguns valores. Passou valores defensivos, muito em função da ausência dos jogadores da NBA. Não melhorou tecnicamente, mas o espírito de Seleção, com atletas que estão ali porque querem. A circunstância ajudou o Magnano a criar esse espírito na equipe. A defesa melhorou, mas o ataque piorou. O revezamento está sendo melhor para a defesa funcionar, mas como o brasileiro não tem a cultura do revezamento, não consegue definir as jogadas lá no ataque se estiver pouco tempo em quadra.”
“Falam que o Brail melhorou sua defesa. Não vejo melhora tática, vejo mais disposição, mais empenho. Se buscarmos os resultados do Brasil nas últimas competições antes do Magnano, vamos ver que a média de pontos sofridos pouco ou nada mudou. Ofensivamente, houve uma melhor rotação de bola, em alguns momentos, mas de resto pouco mudou.”