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De vilão a herói: a reviravolta de Fernando Fischer no Bauru Basket

Fischer comemora reviravolta na carreira, como peça importante da ida de Bauru à final do Paulista

Quando Bauru perdeu em casa para São José na semifinal do Paulista 2012, grande parte da responsabilidade pela derrota recaiu sobre Fernando Fischer — e o Canhota 10 deu voz a seu desabafo. Um ano depois, agora reserva, ex-capitão e reconquistando seu espaço depois de uma invasiva cirurgia no tornozelo, ele foi um dos protagonistas da vitória sobre Franca, em situação semelhante (quinto jogo, em Bauru).

O camisa 14 ficou no banco durante o primeiro quarto, mas jogou 26min dos 30 restantes. E anotou 11 pontos, em três bolas de fora, sua especialidade — a mão segue calibradíssima, 50% de acerto no campeonato –, e mais uma num jampezinho (neologismo meu). Além disso, instigou a galera pedindo aplausos, reuniu os colegas para motivá-los, agiu como um dos líderes que é do elenco.

Ainda no calor da emoção da classificação, toquei no assunto do ano passado, que sei que o magoou muito, e pedi para comparar com o momento atual. Fernando não adotou o estilo Zagallo (vão ter que me engolir), apenas lembrou as dificuldades que passou e reiterou que teve o mesmo empenho, lá e aqui. Confira o depoimento:

“Fiquei bem chateado ano passado, porque foi uma cobrança excessiva. Eu tinha números bons e feito bolas importantes em outros jogos. Mas tudo bem. A vida de qualquer profissional é assim. É outra história agora. O que eu aprendi depois dessa cirurgia, o que eu passei, as desconfianças de até voltar a correr… E entrei para bater lance livre decisivo no jogo contra São José, que valeu o primeiro lugar da primeira fase. Aprendi muito com o Guerrinha, que torcedor é assim: hoje estão me parabenizando, amanhã, se a gente perder a final, posso ser culpado de novo. Eu jogo com o mesmo coração do ano passado. Joguei machucado, ninguém estava sentindo o meu tendão! E eu estava lá, tentando me superar. Agora estou numa final com o meu irmão. Estou sendo o sexto, sétimo, oitavo homem, contribuindo. Estou feliz, com uma função um pouco diferente da que eu tinha, mas quero meu lugar. Estou entrando e dando minha vida em quadra.”

O técnico Guerrinha enalteceu a reviravolta de seu pupilo. “O Fischer teve uma recuperação fantástica. Teve a oportunidade de terminar como titular num jogo decisivo, ele merece. Não entra jogando, mas é um jogador tão importante quanto os outros”, enfatizou.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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