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Paschoalotto Bauru encara Boca como decisão e traz o bronze na bagagem

E foi com uma boa vitória sobre o Boca Juniors (79 a 71) que o Paschoalotto Bauru encerrou sua participação na Liga Sul-Americana 2013 com um terceiro lugar — seis vitórias em sete jogos. Mais um pódio para o currículo da Associação, um resultado que deve sim ser comemorado. Até pela importância que foi investida nesse resultado depois da semifinal, para minimizar o baque da derrota para o Aguada, da forma que foi.

O planejamento inicial, caso Bauru não dedidisse o título, era atuar com os reservas para já pensar na decisão estadual, contra o Paulistano. Até o patrocinador estava avisado, palavras de Guerrinha em entrevista pós-jogo do NBB, contra o mesmo Paulistano. Mas Ricardo Fischer, Murilo e Fabian Barrios atuaram  mais de 30min — apenas Larry Taylor, com um trauma no pé esquerdo, foi poupado. E Tischer  já vem tendo menos minutagem mesmo.

Mudança de planos positiva, diga-se. Veio o bronze, o time saiu na foto na cerimônia de premiação e notava-se que estavam orgulhosos de seu feito. Até porque viram a força da torcida do Aguada, muito responsável por empurrar a equipe da casa naquele jogo fatídico, quase levá-los a mais uma vitória de virada. O Brasília, entretanto, conseguiu conter a euforia de García Morales e cia e sagrou-se campeão.

Foi uma competição de bastante aprendizado:

– Bauru ganhou força política para pleitear novas sedes de grupos junto à Fiba Américas e à Abasu no futuro, pois os cartolas gostaram do que viram — apesar da ausência de um gerador naquela partida contra São José.

– Não preocupa imaginar se o Dragão teria chegado à decisão e ao título se o Final Four tivesse acontecido em Bauru, como foi pleiteado. Da mesma forma que nunca vamos saber se o time teria chegado tão longe se não tivesse sediado as duas primeiras fases. O que importa é que cumpriu seu papel em quadra e avançou para o último quadrangular. E, nele, fez mais um intercâmbio importante para o desenvolvimento do time, sobretudo dos mais jovens.

– Certamente houve um ganho técnico, ao encarar a intensidade ofensiva dos venezuelanos e medir forças com as escolas argentina e uruguaia. Só os chilenos é que não acrescentaram muito.

– Vencer o Boca Juniors, duas vezes, mesmo num momento em que eles têm mais camisa do que time, é um feito que fica registrado nas estatísticas.

– Bater o São José em uma partida decisiva na Panela tirou um grande nó na garganta da torcida.

Enfim, o saldo é positivo. Bola pra frente, isto é, que venha o Paulistano.

Números da vitória que valeu o bronze
Murilo Becker: 20 pontos, 9 rebotes
Fabian Barrios: 15 pontos, 4 rebotes, 4 roubadas
Ricardo Fischer: 12 pontos, 7 rebotes, 5 assistências
Fernando Fischer: 12 pontos
Josimar Ayarza: 9 pontos

Abre aspas*“Temos muito orgulho dessa conquista. Estamos entre os três melhores da América do Sul e isso não é para qualquer time. O Paschoalotto Bauru está de parabéns pela partida que fez hoje e por toda a campanh. Por todo empenho e luta dentro e fora da quadra, nosso time merece tudo que conquistou”,disse o técnico Guerrinha.

“Fizemos um sul-americano incrível e isso ninguém pode tirar da gente. Queríamos ter feito a final, mas o basquete é assim. Estamos entre os três melhores da América do Sul e isso tem que ser respeitado”, destacou Murilo.

“Foi um sul-americano muito difícil e temos que destacar nossa conquista. Quantos times gostariam de estar onde nós estamos. Chegamos ao terceiro lugar e isso é incrível para nosso time”, comemorou Fernando Fischer.

*Declarações via assessoria de comunicação

Equipe celebra o terceiro lugar. Foto: Caio Casagrande/Bauru Basket
Equipe celebra o terceiro lugar. Foto: Caio Casagrande/Bauru Basket
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Bauru sonha com a final, mas toma virada incrível do Aguada

Terminado o primeiro tempo, se a casa de algum bauruense ficasse sem energia, o rádio do carro estivesse estragado e ele fosse dormir, não acreditaria na notícia da manhã seguinte. Depois de segundo quarto sensacional, abrindo 17 pontos no primeiro tempo, o Paschoalotto Bauru não conseguiu parar os chutes do ala García Morales (29 pontos na partida) e permitiu a virada do Aguada (82 a 80), anfitrião de limitado repertório ofensivo, que ganhou empurrado por sua barulhenta e numerosa torcida. Os uruguaios vão fazer a final, na sexta (29), contra o Brasília, que derrotou o Boca Juniors (81 a 69) e já garantiu presença na Liga das Américas 2014, pois o Aguada já tem vaga. Ao Bauru Basket, resta disputar o terceiro lugar contra o Boca, também na sexta (18h45), mas os reservas deverão ir à quadra maior parte do tempo, com o time já de olho na decisão do Paulista.

Fosse outro o galope do placar, perdendo para os anfitriões, tudo certo, bola pra frente. Mas da forma como foi, a frustração é inevitável. O torcedor pode remoer e chiar à vontade. Já o time tem que se refazer desse desgaste, porque o Paulistano vem aí, sem medo do Dragão.

Murilo fez duplo-duplo, mas errou lances livres cruciais. Foto: Samuel Vélez/Fiba Americas
Murilo fez duplo-duplo, mas errou lances livres cruciais. Foto: Samuel Vélez/Fiba Americas

O jogo
Os minutos iniciais do primeiro quarto foi claramente de estudo entre as equipes. Cinco contra cinco gastando a posse de bola e nada de contra-ataque. E muitos erros também. De cara, também ficou clara a dependência dos uruguaios em García Morales e nos chutes de fora de Mc Gowan. Não tivesse errado muito no ataque, Bauru poderia ter vencido a parcial. Destaque para Larry Taylor na marcação sobre Morales e a boa entrada de Mathias no fim, que não deixou o Aguada esticar mais: 22 a 17.

No segundo quarto, bom início do Dragão, que só permitiu aos donos da casa pontuarem a 7min40. Com a defesa atenta e as bolas caindo — Fernando Fischer muito bem –, a barulhenta torcida de Montevidéu se deu conta da força de Bauru. Qualquer milímetro para Morales era sinônimo de redinha, mas nada comparado ao show particular de Larry: os alvilaranjas atropelaram, construindo folgada fração (9 a 31!!!) para levar boa diferença para o vestiário: 31 a 48.

E Bauru recomeçou a partida com a mesma fome de cesta, em belo gatilho de três de Fabian Ramirez e bolinha precisa de Murilo, mas os uruguaios devolveram em duas bolas de fora. No lá e cá, Bauru ia vigiando a diferença. Mas, a 6min, foi mais lá do que cá. Os guerreiros erravam e os uruguaios, sempre do perímetro, diminuíram a diferença para dez. E a 3min40, Lucas Tischer cometeu a quinta falta e foi eliminado da partida. Precisando descansar Larry e Murilo, Guerrinha viu o Aguada encostar preocupantemente no placar. Foi a vez deles fazerem boa parcial (26 a 17) para manter a disputa aberta: 67 a 75.

Com fôlego renovado, coube a Murilo explorar o jogo interno para fazer frente ao protagonismo de García Morales. Num vacilo de Larry, o gringo Dwayne Curtis roubou e deixou os anfitriões apenas cinco pontos atrás. Ainda bem que Ayarza, em sete pontos seguidos, devolveu o alívio… Mas o mesmo Ayarza exagerou na confiança e o Aguada mantinha a torcida acesa a 3min25 do fim. Para aumentar o drama, Murilo pendurado com quatro faltas e dá-lhe Morales! O camisa 11 virou o jogo para os uruguaios a 2min23. Na alternância da dianteira, erros de lances livres de Murilo diexaram os uruguaios no jeito para mais uma bola de três e, pasme, de outro Morales, não o fominha (e eficiente) camisa 11. Quando Larry errou ataque a 3s do fim, ficou ali o sonho da final continental… Gostinho amargo para quem abriu 17 pontos de vantagem. O Aguada, para delírio dos cinco mil torcedores fanáticos, venceu por 82 a 80.

Números
Murilo Becker: 21 pontos, 11 rebotes
Larry Taylor: 18 pontos, 4 rebotes, 5 assistências
Fernando Fischer: 10 pontos
Josimar Ayarza: 10 pontos

Abre aspas*
“Fizemos um bom primeiro tempo, mas não conseguimos finalizar o jogo. Faz parte do crescimento da equipe e isso, com certeza, nos ajudará daqui pra frente. Tudo que passamos em quadra serve de lição para todos”, disse Murilo.

“Fico muito triste com o resultado, mas isso é o basquete. Não finalizamos o jogo e perdemos a chance de jogar a final. Vamos colocar a cabeça no lugar e pensar nas finais do Paulista”, lamentou Larry Taylor.

*Declarações via assessoria de comunicação

Repercussão
Claro que o Facebook bombou após a derrota. A declaração mais recorrente é que o título paulista virou obrigação. E as que entristecem são aquelas de noroestinos que torcem contra o basquete. Como se o time da bola laranja fosse um estorvo para o futebol…

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Adiós, São José: Bauru está na fase final da Liga Sul-Americana

O adversário estava tão engasgado que, quando o cronômetro zerou, a torcida, antes de qualquer coisa, gritou “E-li-mi-na-do!”. Em menos de uma semana, São José caiu em duas competições. Não importa se com sem Fúlvio — Bauru chegou se arrastando na reta final do NBB5, lembra? –, é um time qualificado e a galera, no seu direito, porque zoar faz parte do esporte, saboreou o insucesso do rival. E por ser time qualificado a Águia deu um trabalho danado e quase tirou o primeiro lugar de Bauru no grupo E da Liga Sul-Americana. Quase. Porque o Dragão, mais uma vez conduzido por uma atmosfera fantástica da Panela, venceu (74 a 71) e está na fase final do torneio — com chances de sediá-la. Agora, pausa no sonho continental e foco no estadual, na duríssima série contra Franca, que começa domingo (10/nov).

O jogo
Apesar das ausências de Fúlvio e Caio Torres, já era esperado que São José gastaria todo o arsenal de que dispunha para dificultar a vida de Bauru. Para quem apostava numa diferença esticada logo de início, o placar apertado do primeiro quarto (22 a 20) já avisava o perrengue que vinha pela frente. Murilo puxou a pontuação bauruense, enquanto Laws se desdobrava do outro lado.

No segundo período, foi a vez de Lucas Tischer aparecer no garrafão bauruense. Mas só depois que fez-se a luz de novo na Panela, que por 23 minutos foi literalmente uma caverna — escura, porém ordeira, com a torcida exemplar que esperou pacientemente a energia, que caiu em toda a Vila Pacífico e arredores, voltar. Aí, caíram as bolas de Fernando Fischer e Barrios para manter uma pequena vantagem à frente, 37 a 32 (fração de 15 a 12).

Foi no terceiro quarto que as bolas de Dedé (18 pontos na partida) começaram a cair e Ed Nelson (14) fez um bom trabalho ofensivo para ameaçar a vitória bauruense. Uma parcial apertada (18 a 19) e promessa de um último período alucinante.

E foi mesmo… Os joseenses passaram à frente a 2min do fim, sobretudo com Dedé e as infiltrações do incansável Andre Laws. Entretanto, a exemplo da partida contra o Boca, a galera emergiu com palmas e vozes ininterruptas. E Fernando Fischer fez bola de três crucial para retomar a dianteira. E a Águia virou de novo. Aí, a menos de 1min do término, rebote, contra-ataque e bola para Larry. Uma fração de segundo de silêncio para ouvir o chuá… Show! Pepara o “Pan-pan-pan”, disse Gilmar Barros. Logo ele gritaria “Ééééé shooooow, Bauru!”. Foi suado, mas foi saboroso. E Bauru segue buscando o título sul-americano, enquanto São José contabiliza suas quedas.

A bola do jogo
“Eu já tinha decidido: ‘o Fabian vai jogar para mim e vou jogar para cima’. O cara veio correndo, tive que arremessar mais alto ainda, para não tomar toco. Tive sorte que a bola caiu”, contou Larry Taylor, sobre o chute decisivo, e concluiu: “Tudo o que a gente já passou está nos ajudando agora, porque não queremos passar pelas mesmas coisas. Todo mundo está treinando mais, pensando que agora é nossa hora.”

Apagão não tira chances de Bauru
“Bauru continua com a mesma possibilidade. Há outras cidades, como Brasília, Montevidéu e Mar Del Plata, mas Bauru já fez duas etapas e a credencia muito bem, pela hospitalidade, pelo público, pelas instalações. A queda da luz, hoje, de fato não foi bom, porque temos televisão, mas não pesa na nossa decisão, porque é um caso que pode ser resolvido. E o jogo terminou bem, com muita emoção, e continuamos confiando muito no trabalho do Vitinho, do prefeito. As possibilidades são totais. Amanhã vamos distribuir a carta-convite e um dia depois do outro quadrangular vamos bater o martelo”, disse Grego, presidente da Abasu, o homem que vai decidir a parada e que está apaixonado pela Panela.

O personagem do jogo
Murilo fez duplo-duplo, Larry decidiu a parada, mas o personagem da vitória foi Fernando Fischer. Ele protagonizou uma breve discussão com o técnico Guerrinha, no segundo quarto. Eles conversaram no intervalo, eu até achei que o camisa 14 ia esquentar banco o resto do jogo, mas ele voltou à quadra e fez uma cesta também decisiva no final. Bom, ambos podem contar essa história melhor do que eu:

“O Fischer é muito competitivo e quer jogar. Está perfeito, prefiro assim do que o que faz cara de paisagem. Eu gosto de cara que briga. Mas tem hora que precisa ter respeito. Pode chegar no banco e falar que queria ficar mais, que está se sentindo bem… Mas da forma como ele expressou, foi um desrespeito com quem entrou e com a comissão técnica. Tirei e disse ‘Desse jeito não tem lugar no nosso time, quer ir embora, pode ir’. Do mesmo jeito que o Lucas [Tischer] falou no vestiário: ‘Agora posso chutar?’. Eu disse ‘Pode, desde que você meta bola igual o Oscar!’. Quer chutar tudo? E o resto do time? No começo do jogo o próprio Fischer alertou o Lucas. Tem que ter desconfiômetro, tem mais gente pra jogar. No nosso time, todos têm condições. Temos que brigar, sim, no bom sentido, mas tem imagem aqui, tem crianças. Imagine uma atitude errada minha aqui? O Fischer não pode dar um exemplo desses, principalmente um cara que já foi capitão do time e tem totais condições de ser. É um líder, um cara que faz parte do sucesso do time. Nós chegamos aqui por causa de várias pessoas, do patrocinador, da imprensa, da torcida, dos jogadores. O Fischer, o Larry e o Gui, que estão há mais tempo, têm muito mérito de chegar nesse Final Four. Temos que saber expressar, ter tranquilidade. Tem todo o direito de não concordar, mas tem que respeitar as decisões. O Gui teve uma atitude fantástica: entrou de titular, o jogo dele não encaixou e ficou no banco. É questão de opção, de usar nossas armas. E se eu não tivesse mais voltado o Fischer por birrinha minha? Graças a Deus eu evoluí nisso. Não estou mais preocupado em ter a razão. Eu quero ser feliz. Mas cabe a mim, o ‘jogador mais velho’, explicar para o Fischer, que é um ídolo, mostrar que essas atitudes têm consequência e são ruins para o time”, disse Guerrinha.

“Eu voltei há uns 40 dias e quero jogar. O minutos que tenho entrado em quadra, tenho correspondido. Quero jogar, nada mais do que isso. Não estou desmerecendo ninguém, nem tirar o lugar de ninguém, mas não quero me sentir um juvenil dentro do time. Estou correndo atrás do meu espaço e vou ter esse espaço tendo minutos em quadra. A decisão é sempre do técnico, há outros jogadores fazendo ótima temporada, mas estou correndo atrás. Eu falei de uma forma errada, num momento errado, não tenho que me posicionar desse jeito como atleta. Mas a gente se entende e tomei um belo esporro. Falei pra ele que queria ganhar o jogo e foi ansiedade por saber que posso contribuir na quadra. Foi do calor do jogo e peço desculpas ao Guerrinha. Mas eu quero jogar!”, disse Fernando Fischer.

Destaques
Murilo Becker: 20 pontos, 11 rebotes, 2 roubadas
Larry Taylor: 14 pontos, 7 rebotes
Lucas Tischer: 12 pontos, 7 rebotes
Fernando Fischer: 11 pontos
Fabian Barrios: 10 pontos, 4 rebotes

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Em prova de maturidade, Bauru passa o teste contra o Boca

Maturidade. A palavrinha que tanto faltou em momentos decisivos de outras jornadas, agora sobra na Panela. Foi com controle emocional da partida, domínio de ponta a ponta do placar, que Bauru bateu em time grande, em camisa centenária.Vitória suada, trabalhada, construída: 73 a 69 sobre o poderoso Boca Juniors. Com a chegada do panamenho Ayarza, foi a primeira vez que o elenco bauruense jogou completo. E se dele esperava-se atuação diminuta, tímida, o camisa 13 mostrou ótimo cartão de visitas. Mas foi na frieza de Lucas Tischer e Fabian Barrios que veio a vitória. Peças maduras que, como Murilo (discreto nos pontos, mas reboteiro como sempre), não havia até outro dia — e vão render muitos frutos. Agora, Bauru assiste a Boca e São José na quarta para saber o que tem que fazer (ou não) para se classificar.

O jogo
Quando a partida começou, a impressão foi imediata: dá jogo. O Boca não seria um bicho papão, seus hermanos não estavam tão calibrados assim. Não fosse o fato de Bauru demorar a emplacar seus chutes, o primeiro quarto seria mais tranquilo. A coisa engrenou mesmo na base das infiltradas, com Ricardo, Gui e Larry — uma mais bonita do que a outra. Sendo assim, empate técnico: 16 a 15 para os bauruenses no primeiro quarto.

No segundo, por conta do horário antecipado da partida (19h15), ainda tinha chegando,e a Caverna do Dragão foi enchendo. E quem chegou gostou do que viu. Um passeio dos guerreiros! Com uma ótima novidade: o estreante Josimar Ayarza, em cinco minutos em quadra no quarto, fez nada menos do que oito pontos, em insinuantes avanços para a cesta. Mas o nome do período foi Fabian Barrios. Estava impossível o argentino! Quatro bolas de fora e o Paschoalotto chegou a abrir 16 pontos. Mas os argentinos não são bobos e diminuíram o prejuízo, 46 a 34 (ótima fração de 30 a 19).

No reinício, o Boca já entrou calibrado para mostrar que a fatura não estava resolvida. Enquanto Bauru forçava passes para o garrafão, devidamente interceptados, Cequeira (de fora) e Aguerra (lá dentro) tiravam a diferença. Ainda bem que Murilo e Tischer entraram no jogo para manter a liderança do placar, 63 a 57, apesar do período perdido (17 a 23).

Para quem sonhou com um último quarto tranquilo, depois do show antes do intervalo, nada disso. Cestas lá e cá, erros lá e cá, tensão no ar. Quando os xeneizes ficaram a apenas quatro pontos dos terra-brancas, a 4min do fim, formou-se um pacto na Panela. Time e torcida não iam deixar passar. O Marcelão no som puxou a música-tema e dali até o cronômetro zerar o barulho foi gigante. Em certas jogadas, o ginásio veio abaixo. Bolinha segura de Tischer, infiltração de outro planeta de Larry, rebote na hora certa. Vitória de gente grande, contra uma camisa de peso. E semifinal bem pertinho!

Abre aspas
“Foi muito emocionante. As pessoas apoiam muito, o ginásio cheio… Tive a oportunidade de treinar com a equipe apenas uma vez. Agora é descansarmos e treinarmos um pouco para buscar a vitória na quinta-feira”, comentou o estreante Ayarza.

“O moral do time está bom. Todos têm experiência em grandes jogos como hoje, e é isso que faltava antes. Estamos muito focados no nosso objetivo”, disse o armador Larry Taylor, que contou como foi a rápida adaptação de Ayarza. “Não deu muito tempo de treinar jogadas, mas ele é um jogador experiente. De manhã, passamos algumas jogadas para ele, que entrou em quadra com confiança. Dissemos para ele entrar solto e fazer seu jogo. Deu certo.”

“No começo do campeonato, a gente está se conhecendo. Hoje, já sabemos o que fazer de acordo com cada adversário. O time está evoluindo e é importante fazer esses jogos internacionais. Temos sorte de formar um grupo campeão, focado, estamos nos esforçando ao máximo pra continuar trazendo bons resultados”, avaliou o pivô Lucas Tischer.

“Gostei da estreia Ayarza. Depois que ele pegar os movimentos, será muito útil. Mas o mais legal é que cada um está entendendo seu papel no time. Temos ferramentas para responder às dificuldades. Ainda temos que enxugar algumas coisas. Mas se ganharmos todos os jogos por um ponto daqui pra frente, está tudo certo!”, disse o técnico Guerrinha, em sua análise pós-jogo.

Números
Lucas Tischer: 18 pontos, 7 rebotes
Fabian Barrios: 14 pontos
Larry Taylor: 12 pontos, 7 rebotes, 6 assistências
Fernando Fischer: 8 pontos
Josimar Ayarza: 8 pontos, 2 roubadas de bola.

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Bauru volta atrás e sedia novamente Sul-Americana. Ainda bem!

Como a comunidade basqueteira já sabe*, Bauru voltará a sediar um grupo da Liga Sul-Americana (nos dias 5, 6 e 7 de novembro próximos). Agora, é o grupo E, segunda fase que definirá dois semifinalistas — o grupo F será em Montevidéu. Jogar na Panela será um fator importante para o Dragão tentar esse feito de ir para as cabeças. Só por isso, pelo fator esportivo, já valeu assumir o desafio de novamente hospedar adversários. Mas há outros bons motivos.

É bom, pela maratona de jogos que vem por aí,  não encarar viagem e dormir no conforto de casa. Isso já ajuda a minimizar o desgaste. Outra coisa: o calor da torcida pode aumentar ainda mais a confiança do time, que finalizou a primeira fase do Paulista num clima muito legal. Deve ser por isso que Bauru repete a dose, mudando de ideia.

Sim, mudando de ideia. Não estava nos planos bauruenses voltar a receber a Liga Sul-Americana, pelo menos não de cara, na segunda fase. É oneroso, mesmo com a ajuda da Prefeitura. É desgastante lidar com o lado político, sobretudo porque a Abasu é um órgão inexpressivo, porém sanguessuga — e escorado na Fiba Américas, que é quem, de fato, dá credibilidade ao torneio.

Apesar disso, ainda bem que mudaram de ideia! Os organizadores, com o relógio contra — São José, apesar das especulações, nem chegou a ser sondada oficialmente –, olharam para uma sede que funcionou bem, foi elogiada. E estão guardando cidades como Buenos Aires ou Brasília na manga caso Boca e os candangos avancem para a decisão, nos dias 27 e 29 de novembro — mas tomara que gostem mais ainda de Bauru e, se o Dragão avançar, repitam a dose mais uma vez…

Com o caixa estourado, a Semel deu uma última torcida no orçamento para pingar uma ajuda na hospedagem, enquanto a Paschoalotto, patrocinadora máster do Bauru Basket, assumiu os custos burocráticos — que não são poucos.

Concordo com o argumento dos envolvidos de que é um belo presente de fim de ano para a torcida, para a cidade. Porém, é principalmente um fator determinante para dar forças ao time, que terá um grupo duríssimo pela frente: o tradicional Boca Juniors, o carrasco São José e os venezuelanos do Caquetios, que deram um trabalho danado na primeira fase.

Como diz o poeta, parabéns aos envolvidos. E tomara que o público se empolgue, pois foi tímida a bilheteria na primeira fase. Vamos lotar, minha gente, porque só vai ter jogão.

*Em tempo: a informação foi dada em primeira mão pelo Rafael Antonio, na rádio Auri-Verde.