Nesta terça tem o clássico Sendi Bauru x Sesi Franca, pelo NBB. A pauta do dia é o retorno do ala-armador Leandrinho ao ginásio Panela de Pressão, depois de quase 15 anos. Em abril de 2003 (link recuperado pelo Bala na Cesta), o jogador bateu asas rumo ao draft da NBA. Em resumo, deu um perdido na comissão técnica e na diretoria do Bauru Basquete (hoje Basket). Teve seus motivos, mas não dá para negar que foi uma saída conturbada, que mais tarde envolveria até ação trabalhista.
Diante disso, como será que o agora camisa 19 francano será recebido? Creio que com vaias. E mais (e primeiro) por defender o rival do que pelo passado distante, inclusive considerando que há uma boa fatia de torcedores jovens que não vivenciaram o que foi aquele momento de 2003. Igualmente, não viram o Leandrinho de 2002, a espetacular revelação que ajudou o Dragão a conquistar o título brasileiro daquele ano.
O material da Liga Nacional lembra os números do então camisa 10 bauruense no Paulista de 2001, mas não encontrou as estatísticas do Brasileiro de 2002. Claro, não estão mais disponíveis no novo site da CBB. Espero que a entidade não tenha jogado material tão rico no lixo — as fotos de arquivo também sumiram… (esta que ilustra o post, só com ajuda do Google)
Ainda bem que printei a tela há alguns anos, quando repercuti uma bela reportagem do saudoso jornal Bom Dia Bauru e acrescentei essa informação. Leandrinho registrou médias de 15,8 pontos, 3,6 rebotes e 6,4 assistências em 33min por partida. Foi de fato um furacão surgindo no basquete nacional, mas é sempre bom lembrar que o cara do time foi o ala Vanderlei, com 24 pontos, 4,1 rebotes e 3,1 assistências. Além do monstro no garrafão chamado Josuel, com 13,5 pontos e 8,1 rebotes. Abaixo, alguns lances do franzino camisa 10, que disse ao site da Liga guardar carinhosas lembranças de Bauru:
Leandrinho 2002 x Leandrinho 2018
Leandrinho era uma armador agressivo, infiltrador, que impunha o ritmo do time. O Leandrinho de hoje ainda sobra fisicamente para dar trabalho às defesas, mas há algum tempo abandonou a posição 1. Vai ser interessante no duelo de hoje ver como Alex Garcia, o melhor defensor brasileiro desde sempre, irá se desdobrar para marcar o The Blur, considerado por muitos imparável no nível do basquete local.
Mas vai aqui o que tenho dito em resenhas: não acho que Flamengo e Franca, por terem Varejão e Leandrinho, serão inevitavelmente os finalistas deste NBB 10. O Paulistano provou isso, vencendo os rubro-negros na Arena Carioca 1 no último sábado. Independentemente do resultado do clássico, o nível de competitividade do elenco bauruense contra o estrelado plantel francano poderá ser mais um argumento. Que seja um grande jogo!
Foto: Arquivo CBB