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Temido, Paschoalotto Bauru vai pegar o Flamengo na semifinal da Liga das Américas

rentranca-LDA2016Foi bem curioso o desfecho do grupo F da Liga das Américas 2016, disputado em Barquisimetro, na Venezuela. Os donos da casa, Guaros, tinham que vencer o Flamengo na derradeira partida para garantirem vaga no Final Four. Já o Rubro-negro, se perdesse de 24 ou mais pontos de diferença, estaria fora, deixando lugar para Brasília. E houve esse risco: durante o terceiro período, a diferença chegou a 25! O time FlaBasquete, entretanto, foi avassalador no último período e quase chegou à vitória.

Mas havia outra conta a se fazer. Se perdesse por sete pontos ou menos de diferença, o Flamengo seria o líder do grupo, pegando o segundo do grupo E na semifinal: o Paschoalotto Bauru. Nos segundos finais da partida, a distância era de exatamente sete pontos e Marquinhos fez uma falta besta em Wilkins. Mas o técnico Néstor Che García já havia falado ao pé do ouvido do norte-americano sobre a tal diferença — e ele errou, DE PROPÓSITO, os dois lances livres, para não encarar o Dragão! Restou ao Flamengo não aumentar o constrangimento e fazer a cesta derradeira.

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Ao final da partida, o Che foi cumprimentar o ala Marquinhos, que o deixou no vácuo e questionou a atitude. Curiosamente, o vídeo oficial de entrevistas pós-jogo omite a declaração do seo Madruga quando perguntado sobre não pegar Bauru na decisão (aos 5:39 um corte abrupto para JB Batista).

Sendo assim, as semifinais se definiram:

Mogi (1º do grupo E) x Guaros (2º do grupo F)

Flamengo (1º do grupo F) x Bauru (2º do grupo E)

Os venezuelanos que se cuidem, afinal, Mogi já vai com sangue nos olhos por ser julgado “fraco”, apesar de ter vencido Bauru duas vezes nos últimos dias. Se o Final Four for no Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes, serão atropelados, pode escrever. Entretanto, são grandes as chances de receberem a decisão do evento, pois os cofres públicos bolivarianos estão na retaguarda. Bauru não tem chance nenhuma e o Flamengo corre por fora com um grande trunfo: o Rio de Janeiro e o Comitê Olímpico Brasileiro usarem a Liga das Américas como evento-teste dos Jogos Olímpicos.

Foto: João Pires/LNB

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Paschoalotto Bauru bate o Flamengo na estreia do NBB 8

retranca-NBB(Direto da Panela) Sempre acho válido escrever isso: sem essa de revanche. O Flamengo continua campeão do NBB 7. A importância do vitória do Paschoalotto Bauru sobre o time carioca (77 a 73) tem outras implicações, de olho no futuro. Foram poucos dias de trabalho com o novo treinador, Demétrius Ferracciú, e mesmo assim a vitória veio — contra uma equipe que também está se acertando, é verdade. Melhor ainda: se são os dois favoritos a fechar a fase de classificação em primeiro, o Dragão já pula na frente num eventual desempate no confronto direto.

A comemorar, também, o fato de a Cidade Sem Limites ter inaugurado a competição. Coquetel no meio da tarde, Panela de Pressão cheia de recursos (telão, câmera do beijo, publicidade em LED, transmissão ao vivo, etc) e cheia de gente, mais de 2 mil pagantes.

Claro que havia no ar aquela interrogação de “como será sem Guerrinha?”, a torcida Fúria levou uma faixa para homenagear o “eterno paizão do projeto”, o nome dele foi gritado. Justo. Mas, como teria que ser, Demétrius foi bem acolhido, percebe-se que o grupo está animado com a mudança, bola pra frente.

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DESAJUSTE
Tenho dito isso em rodas de conversa e publico aqui: o empecilho do penta nacional do Flamengo está na armação. Rafa Luz ainda está se adaptando ao basquete brasileiro, percebe-se que está irritadiço. Tanto que Marquinhos teve que se desdobrar em quadra (distribuiu oito assistências!) para compensar a baixa produção ofensiva do colega — e de Gegê, que ficou 24min em quadra e saiu zerado em pontos e passes decisivos. Vejamos se no próximo duelo Ricardo x Luz, no segundo turno, as forças se equiparam. Por enquanto, o Ligeirinho sobra.

AS TAIS BOLAS DE TRÊS…
Elas nunca sairão do repertório dos atiradores de elite de Bauru. E vai demorar para equilibrar tentativas e acertos. Ainda foram muitos os chutes de fora (31), com um aproveitamento mediano (32%), muito por conta de exageros de Jefferson (1/8) e Alex (1/6), em noite descalibrada. Ainda bem que Ricardo (4/5) e Day (3/5) compensaram.

NO GRITO
O time tem muito pouco tempo de treinos táticos, com um cardápio completamente novo de jogadas. Por isso, os atletas têm que conversar muito durante as partidas. E se exaltar também. Ricardo e Hett discutiram no primeiro tempo. O Brabo deu uma sonora bronca no menino Sena. Todos tentando acertar.

SPARRING
O reforço Thiago Labbate ficou apenas 1min54 em quadra, pegou um rebote e levou um toco de cinema. Nos bastidores, o que se diz é que a principal função do pivô será exigir fisicamente de Hettsheimeir nos treinamentos, para tirá-lo da zona de conforto. O que vier a mais, é lucro. Mas ele é dedicado e vivencia a chance da carreira.

ABRE ASPAS

Roberdei, com visual lenhador, analisou a mudança do time:

 

Ricardo Fischer, cada dia melhor:

 

Demétrius avalia a estreia:

 

NUMERALHA
Ligeirinho: 18 pontos, 6 assistências
Canelaimer: 15 pontos, 4 rebotes
Brabo: 11 pontos, 6 rebotes, 7 assistências, 3 roubos de bola, 1 bronca
Léo Monstro: 11 pontos, 4 rebotes
O Especialista: 9 pontos
Jé: 8 pontos, 8 rebotes
Wesley Sena do Brasil: 5 pontos, 3 rebotes (e uma senhora cravada!)

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Rafael Mineiro embarca com o Paschoalotto Bauru, mas é reforço do Flamengo

O Flamengo anunciou, neste sábado, Rafael Mineiro como reforço para esta temporada. O jogador, entretanto, não desembarca na Gávea na próxima segunda-feira. Afinal, é reforço pontual do Paschoalotto Bauru nas partidas da pré-temporada da NBA, contra New York Knicks e Washington Wizards. A novidade põe fim à esperança da torcida de contar com o excelente pivô defendendo o Dragão.

Mas não há o que lamentar. Mineiro não cabia no orçamento bauruense. Somente se Hettsheimeir saísse, conforme comentei aqui. O camisa 30, depois da desistência do espanhol Estudiantes, deve mesmo ficar, a não ser que uma franquia norte-americana se impressione por ele na semana que vem.

Sendo assim, o FlaBasquete (como oficialmente gosta de ser chamado) fica com um garrafão poderosíssimo, com Olivinha, Meyinsse, JP Batista e Rafael Mineiro. Bauru não fica atrás, com Hett, Jefferson e Murilo, mas tem que acelerar a maturação de Wesley Sena e rezar para os problemas físicos passarem longe de sua zona pintada.

Na boa: eu teria abortado a ida de Mineiro para os Estados Unidos, exatamente pra deixar o menino Sena acumular minutos e tomar muita pancada dos gringos. Um intensivão e tanto. Afinal, ganhar partidas não é o objetivo dessa viagem. Tomar lavadas tampouco vai tirar o sono de alguém. A presença do agora jogador do Flamengo perdeu todo o sentido.

 

Arte sobre foto de William Lucas/InovaFoto

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Saiu a tabela do NBB 8: Paschoalotto Bauru estreia contra o Flamengo

retranca-NBBTerça-feira, 3 de novembro de 2015, às 20h, no ginásio Panela de Pressão. É quando começará a caminha do Paschoalotto Bauru em busca do tão desejado título do Novo Basquete Brasil. Será a abertura da oitava edição do NBB. O reencontro do vice-campeão contra o tetracampeão Flamengo. Não vai ter TV aberta, que, aliás, ficou em segundo plano dessa vez, tanto que o NBB 8 voltará a ter melhor de cinco jogos na decisão, um grande acerto da Liga. Entretanto, os jogos de sábado não figuram na tabela — não chequei todos os jogos, mas uma passada rápida de olho encontrou partidas, sobretudo, às terças e quintas.

A agenda segue inteligente, com duplas de jogos com proximidade geográfica — exceção a Caxias do Sul, mas bem encaixado em dupla com o Pinheiros, aí basta pegar o avião na capital paulista. O Dragão fecha a fase de classificação com três jogos na Panela, o que pode ajudar numa definição de posição.

Enfim, chega de lero e confira o calendário do Paschoalotto Bauru. Para ver a tabela completa, clique aqui.

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Foto: FotoJump/LNB
Tabela: Reprodução site oficial da Liga (sujeita a alterações)

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Vitória sobre o Flamengo é lição do Paschoalotto Bauru para o basquete brasileiro e o que pretende ser

Não que Bauru ainda precisasse de alguma prova de que é um time poderoso, candidatíssimo ao título do NBB7 e do que mais vier pela frente. Mas carimbo é carimbo e vencer o Flamengo no Rio, com propriedade — 84 a 77, liderando o placar de ponta a ponta –, vale como atestado de grandeza. E vale também como aprendizado para quem faz basquete no Brasil: Liga, imprensa em geral e principalmente para a Rede Globo (rede mesmo, TV aberta, fechada, internet e Globo Marcas). O basquete brasileiro vai crescer por ele mesmo, do tamanho que tiver que ter. Ter o poder da camisa do Flamengo é ótimo, mas não pode ser a âncora dessa embarcação — afinal, pode mantê-la segura, mas não a tira do lugar…

Explico. Matéria na home do GloboEsporte.com — parceiro de conteúdo do NBB, diga-se — só do Flamengo. Estou generalizando, claro, mas quem estiver disposto a contabilizar daqui pra frente, vai dar mais de 90%, pode apostar. No principal programa esportivo da Globo, o Globo Esporte, o NBB recebe no máximo menções. Não dá tabela de jogos, classificação… O jogador tem que ter alguma excentricidade fora da quadra pra merecer matéria, o jogo importa menos. Para esses dois exemplos, como comunicador que sou, não posso ser ingênuo: a resposta é audiência. Você oferece o que a maioria quer ver e o basquete não está com essa bola toda.

Portanto, repito: o basquete tem que ter o tamanho que tiver que ter. Sem megalomania. Tem que ser um produto bom para o seu nicho. Esqueçam massificação. Bauru ganha a Liga Sul-Americana e não ganha nem nota de rodapé nos jornalões. Os grandes portais priorizam a NBA. E não vai ser o Flamengo que vai mudar isso.

Foram míseros 996 torcedores para o principal jogo da competição até aqui, que teve como mandante o clube de maior torcida no Brasil, na segunda maior cidade do país. Em Bauru, no jogo da volta (30/jan, às 19h30), vai ter o dobro de gente na Panela. Numa cidade muitas vezes menor do que o Rio… A Barra pode ser de difícil acesso, a divulgação da partida pode ter deixado a desejar, o horáro (21h) ruim, mas mesmo assim é muito pouca gente… Ok: nem todo flamenguista gosta de basquete. Mas já lotaram a mesma arena em jogos filé. Portanto, há pelo menos dez, quinze mil flamenguistas que gostam de basquete. E se eles gostam, mas não consideraram filé o jogo contra Bauru, há aí uma questão para o divã rubro-negro. E principalmente para LNB e NBA refletirem.

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O ginásio é gigantesco, mesmo assim havia mais cadeiras vazias do que o maior dos pessimistas pudesse imaginar…

Pelo que ouvi aqui e ali, a NBA engrossou para a soberba rubro-negra. Deu de ombros para o tamanho do Flamengo, que foi o último clube a assinar o contrato de parceria. Porque a NBA sabe ganhar dinheiro com quem gosta. E vai saber ganhar dinheiro seja qual for o tamanho do universo basqueteiro do Brasil. Que não é muita gente percentualmente, em comparação com outros esportes, mas é muita gente em números absolutos. E que está, principalmente, em Bauru, em Mogi das Cruzes, em Limeira, em Franca, em São José dos Campos, em Fortaleza…

Eu já escrevi defendendo o jogo único na final, como “mal necessário” em certo momento da Liga, principalmente porque quatro pontos de Ibope na TV Globo é gente pra c… Mas refleti mais e hoje seria contra. Porque é gente que vê um time de azul contra um time de branco. Que não sabe o nome dos jogadores e que a Globo não se esforça para apresentá-los, ser didática sobre o campeonato. Quer mostrar enterrada e só. O Jogo das Estrelas, por exemplo, é aquele constrangimento, um show de auditório de Tiago Leifert. Informação beira a zero. Isto é: muita gente pode até ver, mas é só quantidade, não é qualidade. E é o público de qualidade que vai consumir os produtos derivados do NBB.

O sonho da TV aberta só vai funcionar de uma forma: fora da Globo, que só passa a final — estava previsto o jogo de abertura entre Flamengo e Paulistano e não foi cumprido. Tem que ser como a Band fazia nos anos 1990: um ou dois jogos por semana, o campeonato todo. Só a final vai agregar muito pouco. Será que a Band toparia? A RedeTV? Se não vier isso, tudo bem. O fato é que o lugar do basquete brasileiro é a TV fechada. E o Sportv até cumpre bem esse papel. Falta apenas dar mais espaço ao NBB em seus jornalísticos (Sportv News e nas mesas como o Redação e o Arena).

Pra finalizar, não sou daqueles que vilaniza a Globo. Ela é parceira fundamental da LNB, estendeu a mão a uma competição que saiu da lama há oito anos. Conferiu credibilidade a ela. Mas o filho cresceu, está mais maduro, naquele momento em que proteção demais atrapalha. Está na hora de tirar as rodinhas.

 

Fotos: Henrique Costa/Bauru Basket