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Como o Santo André calou o Maracanã em 2004

Outro time de azul, 54 anos depois, repetiu o feito de silenciar o Maracanã: o Santo André, campeão da Copa do Brasil de 2004 ao derrotar o Flamengo por 2 a 0. Os bastidores daquele título improvável agora são revelados pelo excelente livro-reportagem Eles calaram o Maracanã, do jornalista Vladimir Bianchini, da ESPN Brasil.

Ele entrevistou os heróis do Ramalhão, compôs uma narrativa agradável demais e entrega um trabalho primoroso, obrigatório para os andreenses e para quem mais gostar de um bom documentário. Nesta entrevista a Fernando Beagá, Vladimir conta alguns detalhes e fala também de sua carreira no jornalismo esportivo, principalmente na sua especialidade: encontrar e contar boas histórias no futebol.

Ele comenta, por exemplo, que fez quase uma centena de reportagens sobre Jorge Jesus, o que renderia outro livro…

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Por que Jorge Jesus saiu do Flamengo?

Pouco mais de um mês depois de proclamar “Digam à nação que fico”, Jorge Jesus pegou as malas de volta a Portugal. Depois de dias de apreensão, a notícia causou comoção na torcida do Flamengo. Mas foi tão surpreendente assim? Por que o Mister resolveu sair? Fernando Beagá comenta:

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Maior torcida do mundo é a do Flamengo?

O Canhota 10 estreia o quadro Entrevista conversando com o jornalista Tiago Jokura, blogueiro do UOL e com passagens pelas revistas Mundo Estranho e Superinteressante. Numa pauta para a ME, em 2008, descobriu ser do Flamengo a maior torcida do mundo. O despretensioso levantamento repercutiu mundo afora e o status acabou sendo apropriado pelo clube. Jokura conta detalhes dessa história e seguimos o papo com sua ida a Atenas-2004 (de repente rodeado por LeBron James e Carmelo Anthony), opiniões sobre futebol e brincamos de Sincerão (inspirado no quadro do UOL).

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Zico, uma entidade

(1/10) Sabe aquele desafio nas redes sociais de escolher os dez jogadores que influenciaram seu gosto pelo futebol? Pois é, eu estava salivando para ser convidado — obrigado, amigo Tiago Jokura, pela convocação. Achei um barato, rabisquei rapidamente os meus, de forma criteriosa e cronológica.

Não são necessariamente os melhores que vi jogar, tampouco alcançam os dias de hoje. São os dez que primeiro chamaram a minha atenção, por algum motivo que irei descrever por aqui. O primeiro deles é aparentemente óbvio por eu ser flamenguista, mas vai muito além disso.

O primeiro impacto por Zico tem dia gravado na memória: 21 de junho de 1989, quando o Botafogo deu fim a seu jejum de títulos. Foi o primeiro jogo de futebol que eu assisti na minha vida. Eu tinha nove anos e fazia menos de um que jogava bola. Os amigos da escola, flamenguistas, conversavam sobre a partida daquela noite, uma decisão. Fiquei curioso e, pela influência, decidi torcer pelo Flamengo.

E forjado da melhor forma, sabendo perder, sigo rubro-negro desde então. Daquele universo que eu descobria, ver Zico entrar em campo rodeado de repórteres e câmeras foi a constatação de que ele era o maior ali. E havia uma aura naquele personagem que eu não sei explicar. Mesmo sem entender nada de futebol ainda, sem nunca tê-lo visto jogar — vagamente a memória de comentários sobre a Copa de 1986 —, foi amor à primeira vista.

O jeito de correr, de bater na bola, a maneira como o uniforme lhe caía bem — por esse casamento visual, o manto da Adidas de 1988 a 1992 é e sempre será o mais bonito —, Zico era uma entidade desfilando no Maracanã.

Só isso explica como admirar o que se desconhece, mas ter certeza de estar diante de algo grande. Sem saber ainda de seus tantos feitos, sem ter tido a oportunidade de saborear seus melhores momentos. Hoje é fácil viajar no tempo (obrigado, YouTube), mas foi Placar quem me norteou a partir daquela quarta à noite, quem meu contou cada fábula do herói rubro-negro.

Ainda tive a chance de ver seu último semestre, em especial os desempenhos contra o Corinthians (na Copa do Brasil) e o Vasco (aquela tarde de Bujica, pelo Brasileirão), a despedida em Juiz de Fora e a festa contra aquele combinado do “resto do mundo”. Meio ano para compensar uma era. E mais uns golinhos: na “Copa do Craque”, torneio de masters organizado por Luciano do Valle, nos golaços que chegavam do Japão e ainda no início do futebol de areia. Foi pouco para justificar que fosse meu maior ídolo no futebol, mas o bastante para prestar eterna reverência.

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Garotos do Ninho: Flamengo perdeu a chance de agir conforme sua grandeza

Completa-se um ano da tragédia dos garotos do Ninho, o incêndio que vitimou dez meninos da base no CT do Flamengo. Um ano de poucas resoluções, muita frieza e debates infrutíferos. Não falo de certo e errado jurídicos, mas da perda de oportunidades de fazer gestos que provassem que o clube realmente se importa com as famílias. Há exemplos, que cito no vídeo abaixo, de atitudes que só arranham o Flamengo, que poderia ter sido gigante e ir além do que trafegar em ziguezague pelas burocracias, o que só adia o sofrimento. Barrar familiares neste sábado, 8 de fevereiro de 2020, na entrada do CT do Ninho do Urubu, foi só mais um gesto infeliz — e tão fácil de ser evitado…

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