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Bebeto, muito mais do que um voleio

(2/10) A imagem está bem ruinzinha, mas estou sendo criterioso até nisso, na série de jogadores que influenciaram meu gosto pelo futebol. Ela representa o que minha memória afetiva alcança. Bebeto era uma das figurinhas mais difíceis do álbum do Campeonato Brasileiro de 1989. Deu um trabalhão consegui-la.

Bebeto era o jogador mais badalado no país: artilheiro da Copa América recém-conquistada pela seleção, em casa, e pivô da transferência mais conturbada da época: do Flamengo para o rival Vasco. Como contei, comecei a acompanhar futebol em junho daquele ano. Enquanto me encantava por suas atuações ao lado de Romário com a amarelinha, não tinha nenhuma referência dele como jogador rubro-negro.

A virada de casaca, portanto, não me comoveu. E um flamenguista de primeira viagem acompanhou com especial atenção a campanha do Vasco, para ver Bebeto jogar — como sempre digo, gosto mais de futebol do que do meu time.

Quando ele reencontrou seu ex-clube, caramba, ele contra Zico, foi um duelo dos meus dois heróis àquela altura. Como o futebol adora ironias, brilhou Bujica, com a camisa 9 que era de Bebeto — a referência à camisa 7 é pela seleção, e o próprio Flamengo se confundiu em seu retorno, em 1996, oferecendo o número errado naquela passagem curta e frustrante.

As lembranças sobre Bebeto, aliás, muitas vezes se limitam à parceria com Romário ou a sua especialidade, o chute de voleio. Mas ele foi muito mais do que isso. Foi craque, um dos grandes atacantes da história do futebol brasileiro. Fundamental no tetra, em 1994. Na Copa de 1998, todos lamentamos o corte do Baixinho, ele assumiu a titularidade ao lado de Ronaldo e teve uma participação honesta, com três gols na campanha do vice. E foi ele, ao lado de Mauro Silva, quem mudou o Deportivo La Coruña de patamar na Espanha.

 

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Seleção de 1994: a importância do tetra para uma geração

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