Formação mais experiente dominou a partida; Saran busca time ideal
Texto publicado na edição de 29 de agosto de 2011 do jornal BOM DIA BAURU
Procurando o time ideal
Tem gente que diz que futebol é simples, não tem segredo. Bota a bola no chão, toca direitinho e o gol sai. Mas como é difícil fazer esse beabá! E não existe fórmula. É o decorrer das rodadas que forja um time vencedor, testando a paciência dos torcedores nesse trajeto. Veja o Noroeste, ainda longe da excelência: há um clamor pela escalação dos garotos, que têm resolvido em algumas partidas, mas na vitória do último sábado (2 a 0 sobre o Rio Preto), a experiência prevaleceu. Um time titular com média de 24 anos de idade se impôs no primeiro tempo, construiu o resultado e cozinhou o jogo no segundo, já com um atleta a menos em campo.
Dos 11 que foram a campo, apenas quatro são formados formados pelo Norusca e nenhum deles do atual elenco sub-20. Nas substituições, entraram mais três frutos da base. Isso não quer dizer que o treinador Jorge Saran encontrou o tempero perfeito. Está quase: Mizael entrou bem na lateral-direita, a zaga se comporta melhor sem Cris e, como era esperado, Tales deu qualidade ao meio-campo. Resta acertar o setor ofensivo, pois falta melhorar armação – o meia Altair tem mais gols do que assistências no campeonato e o centroavante do time, Anderson Cavalo, ainda não balançou as redes. Na evolução dos reforços Da Silva e Daniel Grando – que se encaixaram bem, mas falta entrosamento e ritmo de jogo –, mora a esperança de o quarteto da frente deslanchar.
Nessa procura por eficiência, pelo time ideal, é importante seguir adiante na Copa Paulista. E a rodada ajudou. A vitória sobre o Rio Preto, concorrente direto, deixou-o mais longe, a quatro pontos do Noroeste, quinto colocado. E como o Penapolense (quarto) apenas empatou com o laterna XV de Jaú, a distância para o G-4 é de apenas dois pontos.
Cautela pode
Ganhando de 2 a 0 e com um jogador a menos desde o fim do primeiro tempo, era de se esperar que Jorge Saran deixasse o time um pouco mais cauteloso, para garantir os três pontos. Iniciou a etapa final, porém, ainda com dois atacantes e só mais tarde deixou o jovem Vitor Hugo isolado na frente. Treinador é cobrado, de forma equivocada, a ser sempre ofensivo. Contra os rio-pretenses, ok, o time era fraco, não ameaçou e o Noroeste poderia perseguir melhor saldo de gols. Mas haverá partidas que exigirão prudência maior, pois o resultado é mais importante do que o espetáculo e, quando ele já está construído, deve ser mantido.
Mais uma noroestina
Levei minha filha Ana, de dois anos e meio, pela primeira vez ao Alfredo de Castilho. Assim que avistou o gramado, disse “Que lindo, papai!”, encantada pela imagem inédita para seus olhinhos. Durante o jogo, ocupou-se mais com sua boneca e devorou dois picolés. Ela, que chama tanto futebol quanto basquete de “gol” e diz que é palmeirense, já bateu palmas com a torcida no ginásio da Luso e, à sua maneira, gosta do ambiente esportivo. Se o Noroeste vive uma crise de identidade e viu nascer poucos torcedores nas últimas décadas, pelo menos nesse sábado mais uma sementinha alvirrubra foi semeada.
O calor rendeu
Além dos dois picolés da pequena Ana, o sêo Célio vendeu outros 68, faturando R$ 70 durante Noroeste x Rio Preto. Bom número, considerando a concorrência com pipocas e amendoins e o pequeno público no Alfredão – 244 pagantes, além de credenciados, familiares de jogadores e de 93 crianças da Escola Estadual Stela Machado (ação do projeto Primeira Pele). A média de público do Norusca como mandante é de 268 torcedores.
Papo de basquete
Perder de Limeira fora de casa não é nenhuma catástrofe. Problema foi o Itabom/Bauru sofrer apagão no segundo tempo. Contra um adversário qualificado, os erros ficaram evidentes: excesso de violações e a volta da “Larry dependência”. Muito trabalho para Guerrinha acertar o time durante a semana: o Bauru Basket recebe Franca no próximo dia 4, jogo termômetro das pretensões da equipe no Campeonato Paulista