Flamengo, achando-se acima do bem e do mal, faz feio papel na vitória sobre Bauru; Larry, sim, faz bonito
Direto da Luso
Tinha tanta coisa para falar do jogaço desse domingo (5/12), brincar com a curiosa situação que passei***, exaltar o triplo-duplo de Larry Taylor (23 pontos, 12 rebotes, dez assistências, o segundo jogador a conseguir tal feito na história do NBB). Mas a arrogância do Flamengo roubou a atenção. Vencedor por 81 a 80, o Rubro-Negro veio de salto alto e usou da intimidação para garantir sua vitória na marra. Dessa forma, esse grande time vai espalhando antipatia por onde passa.
Logo no primeiro quarto, um dos membros da comissão técnica do Flamengo botou o dedo na cara de um dos árbitros. E, no primeiro pedido de tempo, o time solicitou que não fosse captado o áudio pela reportagem do Jornada Esportiva – porém, da forma mais hostil: Marcelinho jogou água no repórter Rafael Pavan.
Durante a partida, viu-se como o peso de uma camisa e a onipresença de um craque influenciam, mesmo que inconscientemente, as decisões da arbitragem. Marcelinho era o intocável e fazia questão de encenar e reclamar. Teve duelo particular com Pilar e o guerreiro bauruense acabou estourando suas faltas.
Um dos lances que decidiram o jogo foi uma falta duvidosa em Marcelinho no instantes finais. Aqueles lances livres fizeram a diferença. “É como marcar um pênalti aos 45 do segundo tempo”, afirmou Guerrinha, que classificou a partida como uma vitória moral de Bauru.
Para não ficar no discurso do chororô, é claro que Bauru teve suas falhas. Num momento crucial, Douglas errou um passe e permitiu contra-ataque rubro-negro. Thyago Aleo sentiu a responsa do jogo e Larry, que a princípio seria poupado, atuou quase 35 minutos. E Jeff ainda não se impõe no garrafão – foi interessante Guerrinha levantar as mãos para os céus (num gesto de ‘até que enfim’) quando Jeff concluiu uma jogada feijão-com-arroz, ao receber passe no garrafão e finalizar. O time chuta muito de três…
A destacar, entretanto, que o time chegou a ficar dez pontos atrás, no último período, e foi buscar.
No fim, o mesmo auxiliar técnico deu um tranco no mesmo árbitro em quem havia levantado o dedo. Ao zerar do cronômetro, Wagner, do Flamengo, de forma arrogante e covarde, jogou água no repórter Thiago Navarro. Há informações de que as hostilidades aos repórteres do Jornada Esportiva serão relatadas na súmula. O episódio não foi comentado na imprensa escrita de Bauru, nesta segunda-feira. O Canhota 10 se solidariza com os colegas.
Até o fechamento deste texto, a súmula não estava disponível no site da Liga.
PANELA DE PRESSÃO: conversando aqui e ali na Luso com pessoas ligadas ao assunto, a questão da Panela de Pressão segue com expectativa otimista, com a entrada do Instituto Toledo, da ITE, na história. O acordo deve mesmo sair, mas notícias oficiais – e mão na massa – provavelmente só em 2011. Aguardemos.
*** O que comentei no início do texto ter sido uma situação curiosa, é que sou flamenguista – quem me conhece ou me lê com frequência, sabe disso. Mas, sou essencialmente flamenguista no futebol. Ontem, era Bauru até debaixo do aguaceiro da Nações. Só me calei aos coros de “vai tomar no c…” para o Flamengo. Xingar a instituição, o Manto Sagrado, aí seria demais. Mas fico enverganho por um jogador arrogante como Marcelinho fazer o que fez, vestindo essa camisa…
Foto na home: Sergio Domingues/HDR Photo/NBB