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Coluna da semana diagnostica má temporada do Noroeste em casa e repercute jogos-treinos do Bauru Basket

Postado originalmente em 1 de agosto de 2012

Texto publicado na edição de 30 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

SÍNDROME DO ALFREDÃO

Bastou o Noroeste jogar duas vezes (mal) em casa, ao mesmo tempo em que jogou bem como visitante nesta Copa Paulista, que surgiu o questionamento. Por que o Alvirrubro tem jogado tão mal em casa? Em Barretos, vitória convincente e gols bonitos – os únicos marcados até aqui, aliás. Em Marília, apesar do placar zerado, o volume ofensivo foi elogiável, muitas tramas no ataque e a vitória moral no clássico. No Alfredo de Castilho, entretanto, sono e vaias.

Seria a síndrome de Alfredão? Brincadeira à parte (é preciso ter bom humor nessa vida), o assunto é sério: em 2012, o Norusca venceu menos da metade de seus compromissos em casa (apenas sete vitórias em 15 jogos). Empatar como mandante nunca é bom resultado e foram seis vezes que o adversário saiu de Bauru com um ponto. Houve ainda duas derrotas. Se encurtar o prazo, a coisa fica pior: nos últimos dez jogos, foram apenas três vitórias. O time está econômico nos gols jogando em casa. Foram apenas 21 em 15 jogos (1,4 por jogo). Marcou mais de dois em apenas duas ocasiões. E sofreu quase um por jogo (14 em 15).

Não significa que o Noroeste é uma maravilha fora de casa nesta temporada – o retrospecto é ainda pior (apenas duas vitórias em 14 jogos e saldo negativo de dez gols). Esse bom momento como visitante é uma exclusividade desse início de Copinha. Que os vídeos das partidas em Barretos e Marília sejam vistos e revistos para inspirar Amauri Knevitz e seus comandados. A resposta tem que ser dada quarta-feira. Nada mais apropriado do que provar quem manda aqui, no dia do aniversário da cidade.

Vai entender
Conforme a coluna adiantou na última semana, o Noroeste não vai renovar os contratos do goleiro Weliquem e do volante Leonardo. Com quatro goleiros no elenco profissional, além das promessas Léo e Muralha, seria mesmo difícil Weliquem ter oportunidade. Já Leonardo foi testado na Copinha passada e não comprometeu. Mas a saída do lateral-esquerdo Pedro, definida há algumas semanas, é a mais lamentável. Elogiado na base, o jovem teve poucas chances no time de cima, enquanto a diretoria apostou em canhotos do quilate de Roque, Gleidson e Alexandre Aguiar (da segunda divisão de pernambuco!). A bola da vez é Ralph, que foi vaiado no último sábado.

Papo de basquete
Saldo positivo o dos jogos-treinos entre Bauru/Basket e Franca. Uma derrota (68 a 81) e uma vitória (93 a 85) e um ótimo parâmetro para os dois lados. Mesmo visivelmente fora da forma física ideal, os jogadores fizeram confrontos pegados e faltosos, em meio ao duelo tático entre os amigos Guerrinha e Lula Ferreira. “Agendei amistoso com Bauru exatamente porque é uma equipe de pegada forte na defesa. Eu queria que meu time enfrentasse dificuldade”, comentou o treinador de Franca. O técnico bauruense prevê uma temporada de mais cobranças, já que o elenco está mais qualificado. “Bauru é uma equipe favorita, não entra mais para participar. Tem que saber encarar isso, estar preparado para ser cobrado. Isso é legal. Mostra que nossos jogadores não são mais surpresa, são realidade”, concluiu.

Craque
“O moleque é muito bom”, exclamou Guerrinha, elogiando o armador Ricardo Fischer, que teve média de 16,5 pontos nos dois amistosos e chamou a atenção pela liderança. O treinador adiantou que não vai inibir a impetuosidade do rapaz. “O armador é o segundo técnico do time. Eu brigo mesmo, de forma positiva. Darei bronca em quem precisar, esse é o meu perfil”, avisou Ricardo, que deverá jogar com a camisa 5, com a inscrição “R. Fischer” às costas, para diferenciar do irmão mais velho.

Pode anotar
John Thomas terá média de 15 pontos por jogo, é a estatística de toda a carreira dele, desde a faculdade. “Trabalho duro, forte na defesa e no ataque tenho somente que me divertir. Basquete é isso. Estou noventa por cento fisicamente e estarei pronto no início do Paulista”, disse o ala à coluna.

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Coluna da semana diagnostica má temporada do Noroeste em casa e repercute jogos-treinos do Bauru Basket

Texto publicado na edição de 30 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru mostra números do mal desempenho alvirrubro em Alfredo de Castilho e traz aspas após os amistosos dos guerreiros contra Franca.

Síndrome do Alfredão

Bastou o Noroeste jogar duas vezes (mal) em casa, ao mesmo tempo em que jogou bem como visitante nesta Copa Paulista, que surgiu o questionamento. Por que o Alvirrubro tem jogado tão mal em casa? Em Barretos, vitória convincente e gols bonitos – os únicos marcados até aqui, aliás. Em Marília, apesar do placar zerado, o volume ofensivo foi elogiável, muitas tramas no ataque e a vitória moral no clássico. No Alfredo de Castilho, entretanto, sono e vaias.

Seria a síndrome de Alfredão? Brincadeira à parte (é preciso ter bom humor nessa vida), o assunto é sério: em 2012, o Norusca venceu menos da metade de seus compromissos em casa (apenas sete vitórias em 15 jogos). Empatar como mandante nunca é bom resultado e foram seis vezes que o adversário saiu de Bauru com um ponto. Houve ainda duas derrotas. Se encurtar o prazo, a coisa fica pior: nos últimos dez jogos, foram apenas três vitórias. O time está econômico nos gols jogando em casa. Foram apenas 21 em 15 jogos (1,4 por jogo). Marcou mais de dois em apenas duas ocasiões. E sofreu quase um por jogo (14 em 15).

Não significa que o Noroeste é uma maravilha fora de casa nesta temporada – o retrospecto é ainda pior (apenas duas vitórias em 14 jogos e saldo negativo de dez gols). Esse bom momento como visitante é uma exclusividade desse início de Copinha. Que os vídeos das partidas em Barretos e Marília sejam vistos e revistos para inspirar Amauri Knevitz e seus comandados. A resposta tem que ser dada quarta-feira. Nada mais apropriado do que provar quem manda aqui, no dia do aniversário da cidade.

Vai entender
Conforme a coluna adiantou na última semana, o Noroeste não vai renovar os contratos do goleiro Weliquem e do volante Leonardo. Com quatro goleiros no elenco profissional, além das promessas Léo e Muralha, seria mesmo difícil Weliquem ter oportunidade. Já Leonardo foi testado na Copinha passada e não comprometeu. Mas a saída do lateral-esquerdo Pedro, definida há algumas semanas, é a mais lamentável. Elogiado na base, o jovem teve poucas chances no time de cima, enquanto a diretoria apostou em canhotos do quilate de Roque, Gleidson e Alexandre Aguiar (da segunda divisão de pernambuco!). A bola da vez é Ralph, que foi vaiado no último sábado.

Papo de basquete
Saldo positivo o dos jogos-treinos entre Bauru/Basket e Franca. Uma derrota (68 a 81) e uma vitória (93 a 85) e um ótimo parâmetro para os dois lados. Mesmo visivelmente fora da forma física ideal, os jogadores fizeram confrontos pegados e faltosos, em meio ao duelo tático entre os amigos Guerrinha e Lula Ferreira. “Agendei amistoso com Bauru exatamente porque é uma equipe de pegada forte na defesa. Eu queria que meu time enfrentasse dificuldade”, comentou o treinador de Franca. O técnico bauruense prevê uma temporada de mais cobranças, já que o elenco está mais qualificado. “Bauru é uma equipe favorita, não entra mais para participar. Tem que saber encarar isso, estar preparado para ser cobrado. Isso é legal. Mostra que nossos jogadores não são mais surpresa, são realidade”, concluiu.

Craque
“O moleque é muito bom”, exclamou Guerrinha, elogiando o armador Ricardo Fischer, que teve média de 16,5 pontos nos dois amistosos e chamou a atenção pela liderança. O treinador adiantou que não vai inibir a impetuosidade do rapaz. “O armador é o segundo técnico do time. Eu brigo mesmo, de forma positiva. Darei bronca em quem precisar, esse é o meu perfil”, avisou Ricardo, que deverá jogar com a camisa 5, com a inscrição “R. Fischer” às costas, para diferenciar do irmão mais velho.

Pode anotar
John Thomas terá média de 15 pontos por jogo, é a estatística de toda a carreira dele, desde a faculdade. “Trabalho duro, forte na defesa e no ataque tenho somente que me divertir. Basquete é isso. Estou noventa por cento fisicamente e estarei pronto no início do Paulista”, disse o ala à coluna.

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Coluna da semana comprova laboratório noroestino e fala com DeAndre Coleman

Texto publicado na edição de 23de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru comprova que o laboratório ainda existe pelos lados de Alfredo de Castilho; e a coluna também falou com DeAndre Coleman, reforço do Bauru Basket.

Laboratório alvirrubro

Apesar de o Noroeste ter apagado a palavra laboratório de seu vocabulário, os números comprovam que muitos jogadores estão sim sendo observados. São 28 atletas no elenco da Copa Paulista (sem contar o zagueiro Alan, que se contundiu ainda fazendo testes e o clube assinou contrato para ampará-lo). Desses, apenas 12 têm contrato para disputar Série A-2 de 2013 – os outros 16, isto é, mais da metade, estão com compromisso até 31 de dezembro de 2012. Aprofundando-se mais nesses dados, chega-se fácil ao laboratório.

São dez reforços. Cinco deles serão testados até o fim do ano: os zagueiros Daniel Miller e Samuel, o volante Johnnattan, o meia Lauro César e o centroavante Fernando Russi (esse último já mostrou qualidade, mas está emprestado pelo Ituano e fica a dúvida: se arrebentar na Copinha, vão pegá-lo de volta?). Outros cinco já chegaram com moral, com contrato até maio de 2013: o goleiro Walter, o zagueiro Lima e o lateral Ralph são titulares, o meia Cesinha acaba de chegar com status de substituto de Juninho e o atacante Diogo foi classificado como “sonho antigo” do técnico Amauri Knevitz.

Há nove remanescentes que haviam sido contratados para a Série A-2 deste ano e somente três deles estão garantidos para o ano que vem (o lateral Bira, o zagueiro Neto e o meia Velicka). O goleiro William Menezes, o zagueiro Hélio, os volantes Kasado e Léo Nascimento, o meia Leandro Oliveira e o atacante Roberto assinaram até dezembro e terão que mostrar serviço.

Por fim, outros nove atletas já estavam no Norusca em temporadas anteriores, mas somente quatro deles têm contrato mais longo (o goleiro Nicolas, o lateral Mizael e os meias Nathan e Romarinho). Terão que sentar no fim do semestre para renovar (ou dizer adeus ao clube) o goleiro Yuri, o zagueiro Magrão, os apoiadores Giovanni e Juninho e o atacante Daniel Grando.

Concordo com a afirmação de Knevitz: a Série A-2 de 2013 já começou. Afinal, o clube trouxe jogadores já pensando na competição, inclusive com contratos firmados até lá. Mas até por pensar lá na frente, é preciso experimentar agora, errar agora (acertar também, tomara) para chegar em janeiro com uma boa base. E por isso outros tantos terão que convencer o treinador. Podem não chamar de laboratório, mas há em Alfredo de Castilho todos os ingredientes de uma experimentação.

Base subaproveitada
Não há nada de errado em experimentar e dessa vez o Noroeste, em relação a anos anteriores, tem uma base forte, um elenco já entrosado e o mesmo treinador. Entretanto, é preciso lamentar que o clube tenha abdicado de apostar nos garotos. Há pelo menos 18 atletas do time sub-20 à disposição de Knevitz, mas dificilmente entrarão em campo. No plantel principal, há apenas três garotos hoje (Mizael, Nathan e Romarinho).

Esse posicionamento resulta em desperdício: os contratos do goleiro Weliquem e do volante Leonardo vencem dia 1º de agosto e não serão renovados. Com a idade estourada e a falta de chance no profissional, vão buscar oportunidade em outros clubes. “Só tenho a agradecer ao Noroeste. Cinco anos não são cinco meses. É um clube que amo e vou levar sempre comigo. Fiz muitos amigos aqui, é uma pena não ter agradado todo mundo”, disse Weliquem à coluna.

Os compromissos do zagueiro Ruggieri e do atacante Vitor Hugo vencerão em dezembro. E aí? Se não terão oportunidade de serem testados, como provar ao clube que poderão atuar no time de cima? Eles já estão com 20 anos, é agora ou nunca…

Papo de basquete
Último reforço anunciado pelo Paschoalotto/Bauru, o pivô norte-americano DeAndre Coleman deve chegar nos próximos dias. O jogador é de Atlanta, a exemplo de John Thomas, outro reforço – que já está treinando com o elenco. Falei brevemente com ele, que está animado por ter um amigo por perto. “Quando soube que o John estaria no meu time, fiquei aliviado. Ele é um grande jogador e como companheiros poderemos ir muito bem no campeonato!”, contou.

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Coluna da semana: a estreia do Noroeste na Copa Paulista e papo com a mãe de Larry Taylor

Jornalista, torcedores e jogador contam como foi o jogo contra a Ferroviária; Iris Taylor fala da expectativa de ver o filho jogar pelo Brasil. Confira texto publicado na edição de 16 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Abre aspas

Estou de férias, faceiro no Rio de Janeiro. Mas a coluna segue firme e forte e fiquei imaginando o que escrever, sem ter visto a estreia do Noroeste na Copa Paulista. Nada melhor do que colher depoimentos de quem esteve lá e pode analisar o desempenho alvirrubro. De quebra, falei com Iris Taylor, mãe de Larry, que nesta segunda terá a incrível experiência de ver seu filho jogar pelo Brasil contra os Estados Unidos, seu país natal. Boa leitura!

Norusca mal
O zero a zero do sábado contra a Ferroviária, no Alfredão, na estreia da Copa Paulista, foi decepcionante, segundo Gustavo Longo, repórter do BOM DIA. “Para quem teve tempo, base estruturada e time da A-2, foi muito pouco. A torcida vaiou no fim do jogo, com razão”, comentou o colega, que achou que o Norusca produziu muito pouco. “A zaga se portou bem, mas sofreu quando a Ferroviária apertou. Kasado foi a surpresa. Jogou muito bem, aparecendo no ataque”, concluiu.

Os torcedores tiveram impressão parecida com a do jornalista. Para Pietro Zambom Franco, a equipe precisa melhorar muito para chegar longe nesta Copinha. “A zaga parece segura, a lateral ainda pode melhorar, o meio campo está feio, não tem jogadas objetivas e o time também está bastante lento… Já o ataque não teve muitas oportunidades e as que tiveram foram mal aproveitadas”, comentou.

Outro noroestino, Paulo Santa Rosa Neto, viu comportamentos distintos em cada período do jogo. “No primeiro tempo, jogou até mais ou menos. Mas, no segundo tempo, não jogou nada. Apático, sem raça, não dava nem vontade de assistir. Se jogar assim, não passa nem da primeira fase”, decretou o alvirrubro.

Do lado de dentro
A coluna também falou com quem esteve em campo: Giovanni, que voltou a atuar oficialmente depois de muito tempo. “Fiquei muito feliz de voltar a jogar depois de quase um ano. Machuquei na estreia da Copa Paulista do ano passado. Só queria voltar com vitória… Agora é pegar ritmo de jogo e as coisas vão melhorar”, disse o lateral de ofício que atuou no meio-campo. “Tenho feito bons treinamentos nessa função de volante pelo lado esquerdo e estou procurando melhorar a cada dia. Me senti muito bem fisicamente, ainda mais que no segundo tempo tivemos que correr dobrado, pois estávamos com um jogador a menos”, contou o prata-da-casa.

Papo de basquete
Nesta segunda, o Brasil (tanto no masculino quanto no feminino) tem ótimos amistosos de preparação para a Olimpíada contra os Estados Unidos, em Washington. E a grande atração é a primeira vez que Larry Taylor, o astro bauruense, enfrenta seu país natal. Falei com a mãe do Alienígena, Iris, sobre esse momento especial. “Larry é um filho maravilhoso e merece muito esse momento. Desde sexta-feira está difícil dormir, será muito emocionante”, relata a mãezona, que migrou para o lado verde-amarelo. “Desde que Larry está aí, a família torce pelo Brasil”, contou. O irmão, Darrell, já se encontrou com o camisa 7 canarinho no final de semana e a mãezona também estará no ginásio nesta noite, para aplaudir esse momento único. Afinal, não é qualquer uma que concebe um atleta olímpico.

Guerreiro por um dia
O leitor do BOM DIA já conferiu reportagem na semana passada e sigo contando de forma fracionada no blog Canhota 10, mas não poderia deixar de registrar aqui. A experiência de ser jogador do Bauru Basket por um dia, treinar com o elenco principal, foi riquíssima. Sentir na pele o nível de dificuldade, perceber a relação entre o técnico Guerrinha e os jogadores, enfim, ver do lado de dentro, foi um privilégio. De quebra, recebi um agradecimento do presidente do time, Joaquim Figueiredo. “Achei muito interessante sua participação e disposição. Você tem se demonstrado, além de profissional, um amigo e apoiador do nosso basquete”, disse. Sempre digo, e repeti ao Joaquim, que cobrir esporte local tem essa vantagem, de jogar a favor. Porque quando sou crítico, é pelo bem de Bauru e seus torcedores.

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Coluna da semana comenta o Corinthians campeão da Libertadores

Tem ainda Noroeste e Bauru Basket no texto publicado na edição de 9 de julho de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Timão incontestável

Antes de ser jornalista, sou torcedor. É assim com todos os colegas. A diferença está em assumir esse lado ou não e, principalmente, saber separar e desligá-lo na hora de publicar seu trabalho. Pois meu lado corneteiro, mais de uma vez, afirmou categoricamente que o Corinthians nunca seria campeão da Libertadores. A cada amarelada, uma delas sucumbindo ao meu Flamengo, em 2010, meu argumento ficava mais poderoso. O que faltava de postura no campo sobrava de pretensão entre os fiéis. Pois bem, essa história acabou.

Na manhã de 5 de julho, depois da noite apoteótica dos alvinegros, fiz questão de cumprimentar e parabenizar um desses amigos que tanto zombei. No fim das contas, eu estava feliz por ver aquele sorriso fácil, aquela alma lavada. Ele estava sentindo o que todo torcedor gostaria de sentir. Nisso sei que sou exceção – respeitar a alegria do rival. E não pense que é porque não sou palmeirense ou são-paulino. Ano passado, quando o Vasco foi campeão da Copa do Brasil, também cumprimentei um vascaíno. Se existe uma praga que poderia pegar é o fair play (jogo limpo).

Assim, ao abraçar o corintiano, fiz questão de salientar: foi incontestável. Por mais que os secadores tentem diminuir o mérito, o Timão conquistou a Libertadores com muita propriedade. Ao contrário do hábito que descrevi logo acima, dessa vez aconteceu o contrário: sobrou atitude aos jogadores e a torcida, calejada, segurou o entusiasmo. Afinal, tratava-se de um time sem uma estrela central, ao contrário da maioria dos elencos campeões.

Se em 1990 o Corinthians tinha Neto, no bi brasileiro (1998/1999) e no Mundial de 2000 havia Marcelinho à frente de outros craques e se Tevez levou o Alvinegro ao tetra nacional, a equipe penta brasileira e agora dona da América se formou de operários, tais quais aqueles que estão erguendo o Itaquerão.

Por mais habilidoso que seja Alex, ele foi o melhor dos coadjuvantes. Se um dia Liedson foi protagonista na área, ele aceitou a reserva resignado e colaborativo. O xerife Chicão esteve à margem do elenco há poucos meses. Danilo precisou ser decisivo para acabar com a cisma da galera. Emerson Sheik, herói da final, destaca-se mais pela vontade do que pelo talento.

Esses eram os craques em potencial. Mas se alguém se aproximou de ser nomeado referência do time, passa longe do ataque. O que caracteriza ainda mais esse time como guerreiro. Os volantes Ralf e Paulinho foram o suporte do título inédito. O primeiro dando segurança à defesa e colaborando com uma saída de bola segura. E o camisa 8, além de brigador, foi autor de jogadas decisivas.

Se fosse obrigatório eleger “o cara” do título corintiano, seria Paulinho. Versátil, raçudo, oportunista e, principalmente, identificado com a torcida. O técnico Tite foi muito importante, merece uma menção, mas vamos devagar: o dia em que alguém que não entra em campo nem empurra a bola para o gol for apontado como herói, o futebol estará perdido. O treinador tem seu valor, no limite de sua colaboração.

Enfim, salve o Corinthians, o campeão dos campeões (melhor campanha invicta da história). Tem que aturar, tem que aplaudir.

Norusca, ô!
Vai começar a Copa Paulista e o discurso noroestino ainda não está claro. Enquanto o clube se orgulha das estruturadas categorias de base, seu time principal mira 2013 formando elenco sem apostar na molecada. O técnico Amauri Knevitz segue falando em reforços. Quer um zagueiro, apesar de ter o jovem Ruggieri pronto para subir. O sub-20 poderia, no mínimo, compor o banco de reservas dos profissionais. Vejamos, a partir do próximo domingo, no que vai dar esse Norusca versão segundo semestre.

Papo de basquete
O Paschoalotto/Bauru montou um time forte para o Paulista. Principalmente por ter mantido a base da última temporada. E repôs peças com mais qualidade. Saíram Douglas Nunes, Gaúcho e Thyago Aleo, entraram DeAndre Coleman. John Thomas e Ricardo Fischer. Basta comparar as peças, está melhor. Se pronto para títulos, cedo para dizer. Insisto: finalista estadual e semifinalista nacional já seria ótimo.