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Fala, Guerrinha! “Ricardo está muito pronto”

Chegamos à penúltima parte desta ótima entrevista concedida pelo técnico do Paschoalotto Bauru, Jorge Guerra. Chegou a vez de ele falar de seu capitão, seu maestro. A última parte será mais longa e dedicada ao balanço da temporada, a discutir a queda de rendimento na reta final, sobre críticas, etc. Imperdível. Agora, segue o mestre falando do pupilo:

Ricardo-FischerO Ricardo evoluiu taticamente. Já evoluiu na defesa. Ele não tem envergadura, mas marca taticamente. É muito inteligente. E evoluiu fisicamente, trocou nove quilos de gordura por massa muscular, chegou até a enterrar. A cada temporada ele amadurece mais. E vai começar a soltar mais um pouco a bola, porque ainda sentia a necessidade de liderar o time decidindo. Mas ele tem 24 anos e a maturidade chega com 27, 28… Ele está muito pronto. Teve uma escola legal esta temporada, atuando com jogadores de poder de decisão e teve o espaço dele. E ele assume as coisas em jogo decisivo. Quem faz isso está mais exposto, mas só erra quem está lá.

 

Fotos: Luiz Pires/LNB (topo) e Henrique Costa/Bauru Basket (Ricardo)

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Fala, Guerrinha! “Murilo foi um leão”

Aí vai mais uma fração da entrevista que fiz com Guerrinha há alguns dias. Desta vez, o personagem da conversa é o pivô Murilo, que teve uma temporada e tanto na vida pessoal. Guerrinha o classificou como o símbolo do time na temporada — não à toa ele foi escolhido para erguer a Liga das Américas. Fala, Guerra:

murilo-lda“Quando eu era jogador em Franca e perdia, não podia sair de casa um mês. Não era na rua, não, era em festa familiar! Então, a pressão de hoje é brincar em parque, isso não me toca. Mas fico sentido porque toca algumas pessoas. Esses comentários de que viria um pivô americano, por exemplo, num momento fragilizado do Murilo. Então mostramos pra ele que é mentira, que a gente está satisfeito e vai fazer um trabalho de recuperação.

Ele mostrou muito valor, foi um gigante este ano. Ele dormia em hospital, estava com filho na UTI entre a vida e morte e era monstro em alguns jogos. A gente está com o Murilo, o time inteiro. Fico até emocionado de falar. E depois disso tudo ser exposto da forma que foi? Pessoas atacando o Murilo… Se fosse o Zé brigando no trânsito, ninguém falaria nada. Mas foi o Murilo. Ele não pode. Se alguém te dá um tapa na cara, a vontade é revidar. Imagine se eu revido. Se um cachorro morder o Alex, o que é difícil [risos], não dá nada… Mas se o Alex morde o cachorro, dá manchete. Não que a atitude dele no trânsito foi certa. Mas, se você gosta dele, desceria do carro e pediria calma a ele.

Se você perguntar se o Murilo é mais completo como pessoa em junho de 2015 em relação a junho de 2014, certamente ele vai dizer que sim, por tudo o que viveu. Ele foi um leão.”

 

Fotos: Luiz Pires/LNB (topo) e Gaspar Nóbrega/Fiba Americas (taça)

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Guerrinha, Cidadão Bauruense: a homenagem de Rogerinho

Foi uma noite muito bacana na Câmara Municipal. Afinal, havia dois pesos pesados numa cerimônia só: além de Guerrinha, finalmente recebendo o merecido título de Cidadão Bauruense, o comunicador, empresário e filantropo (e meu presidente, um bom patrão) João Carlos de Almeida, o JoãoBidu, ganhou a medalha Custos Vigilat, maior honraria do município. Dois personagens muito carismáticos, que divertiram e principalmente emocionaram os presentes. Vale lembrar, neste espaço de esporte, que o João foi um excelente locutor esportivo e é um noroestino fanático.

Quando chegou a vez de Guerrinha, coube ao vereador Artemio Caetano discursar em nome do colega Faria Neto (o propositor da homenagem, ausente por motivo de saúde). E o legislador foi muito feliz ao incluir em sua fala um depoimento que ele solicitou ao fisioterapeuta do Bauru Basket, Rogério Lourenço. Um dos “filhos” de Jorge Guerra, Rogerinho descreveu o treinador com muita transparência e carinho, no texto que você confere abaixo:

Foto: Vinicius Fernandes/Social Bauru
Foto: Vinicius Fernandes/Social Bauru

“Durão dentro das quadras, como se deve ser, o Guerrinha dos bastidores e longe das quatro linhas é outra pessoa. Animado, brincalhão e com bom coração, Jorge Guerra gosta muito de conversar e de ajudar os mais novos, menos experientes, independentemente da área em que este atua. Como um ‘paizão’, ele não dá o peixe e sim o ensina a pescar.

Ao contrário do que muitos do esporte pensam, ele se identifica sim com cada um, de formas diferentes, mas não menos especial. E, sim, pega amor pela pessoa, causa ou trabalho abraçado. Se emociona, cobra e muitas vezes como um ‘bruxo’ dá sermões duros, já olhando o futuro. Na hora não entendemos, ficamos chateados e muitas vezes furiosos, mas então, pouco tempo depois, acontece o premeditado e lá está ele do seu lado para te lembrar do caminho a ser seguido. Só aí, depois de termos xingado o ‘coach’, é que conseguimos olhar por diante de tudo e entender a preocupação dele por nós. Ele nos faz erguer a cabeça, seguir adiante e então tudo vira zoeira, entre risos e tapas (com força) nas costas, literalmente nos empurrando pra frente.

Ainda assim, ele não gosta de demonstrar ao público suas tristezas, cultiva certas crenças, como por exemplo ‘se elogiar a pessoa, ou o jogador, aquele se acomoda’. Já nos bastidores, ele só rasga elogios.

Jorge Guerra, Guerrinha, conhecedor e apreciador de um bom vinho, pacato como nossa cidade, com um coração enorme e uma mente aberta, tanto que às vezes nos confunde, levando-nos a interpretações equivocadas. Nosso paizão fora das quadras, nosso sargento dentro dela, mas acima de tudo humano, e agora Cidadão Bauruense.”

Rogério Lourenço

 

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Fala, Guerrinha! Finalmente, Cidadão Bauruense

Segue mais uma fração da entrevista com Guerrinha — vem muito mais por aí! A declaração desta vez fala da relação do treinador com Bauru, já que nesta quinta ele recebe, finalmente, o título de Cidadão Bauruense (proposição do vereador Faria Neto). Honraria, aliás, aprovada faz tempo, mas finalmente encaixada na agenda da Câmara. Parabéns a Jorge Guerra, que merece por tudo o que já fez pelo esporte da cidade. Com a palavra, o novo conterrâneo dos filhos da Sem Limites:

“Trabalho com basquete profissional há 40 anos, entrei com 16, desde o início no adulto. Já ganhei bastante coisa, mas o prêmio que mais fica é o respeito e a gratidão. Medalha que ganho sempre dou para uma criança ou uma pessoa de idade. O que mais fica é o dia que eu estiver fora daqui e lembrarei o legado que eu deixei, que o Larry deixou. Isso não tem prateleira, está na mente e no coração das pessoas. Gente que fala que gosta de basquete por causa da minha geração, isso não tem preço. Mas nem sempre se traduz o trabalho em título. Um ano fantástico nosso foi aquela terceira colocação no NBB, com tanta dificuldade. Então, aos que acham que faço algo errado, faz parte. Mas será que, se eu não tivesse voltado aqui em 2007, haveria basquete em Bauru? Quem fez mais pelo basquete masculino em Bauru do que o Guerrinha? Minha formação como jogador é Franca. Como técnico, foi Bauru. A cidade foi fantástica comigo. Por isso, às vezes, é que tenho uma paciência a mais, uma consideração a mais. Qualquer um do nosso time, hoje, tem propostas para ganhar mais em outro lugar. Já abri mão de muita coisa, inclusive junto com o Larry. Nunca achei que fosse fazer independência financeira com basquete, mas te garanto: desde julho de 1975, eu nunca fiquei desempregado. Nunca pedi pra trabalhar, sempre tenho várias propostas. Por quê? Pela forma que eu trabalho. Eu não sou só profissional. Eu tenho emoção e amor. Eu choro junto com os jogadores e também enfrento, brigo, quando é preciso. O Alex, o mais experiente deles, poderia ser meu filho, eu o vi crescer. Se eu vou ser reconhecido ou criticado? O elogio é mais gostoso, mas o que manda é hora que vou dormir. E eu durmo bem. Eu estou muito feliz.”

 

Montagem sobre foto de Divulgação

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Fala, Guerrinha! A primeira temporada de Robert Day

Seguindo a série a partir da longa entrevista que fiz com Jorge Guerra, chegou a vez de Robert Day. Sonho de consumo há alguns anos, chegou discretamente e assim foi durante a temporada. Teve seus lampejos — como o último quarto espetacular na final contra o Flamengo —, mas poderia ter rendido mais. Guerrinha reconhece isso, mas enaltece o espírito coletivo do jogador e aposta em uma melhor performance em 2015/2016:

“O que faltou para o Day foi regularidade. O que, na idade dele, não pode faltar. Na do Gui pode, do Mathias pode… Do Day não pode. Mas isso ocorreu em função das contusões. Ele se dedicou muito ao time na defesa e no ambiente do time. É um cara fantástico de grupo, extremamente profissional. O que é combinado, ele faz. Não quer nada de ninguém e assume as coisas dele. E nessa temporada ele veio de uma configuração, em Uberlândia, que ele tinha que decidir tudo. Se ele conseguir fazer uma boa pré-temporada e não tiver contusões, certamente vai nos ajudar muito.”

 

Foto: Luiz Pires/LNB