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Noroeste

O aviso de Estevan: Noroeste em modo de espera

A palavra é stand by, mas fiquemos com a língua portuguesa. Mais uma vez, o momento noroestino é de roer as unhas, de indefinição. O presidente Estevan Pegoraro, com mandato até 14 de julho, não renovou contrato com a comissão técnica capitaneada por Betão Alcântara para não deixar uma “herança” à próxima gestão — mesmo que seja dele mesmo.

Sim, Estevan deixou no ar que pode sair de cena, mas igualmente sua permanência é possível. O comunicado do clube é bem claro sobre essa condicional, reforçando que é permitida sua reeleição, que “pode entregar o cargo, caso um interessado queira assumir a gestão (…) desde que reúnam condições para isso”. A nota oficial também fala sobre antecipar as eleições, já que é preciso montar o time para a Copa Paulista. Ou não. Estevan fala que, “se o eventual novo gestor quiser cancelar a participação do time na Copinha, cabe a ele comunicar a Federação.”

Aquele momento conhecido — e compreensível — de sensibilizar a cidade. E de pressionar a prefeitura, cuja cobrança de dívidas de tributos inviabilizaria a sobrevivência alvirrubra.

Enfim, em breve o Conselho Deliberativo removerá a poeira para receber alguns votantes.

Que as unhas sobrevivam até lá.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Bruno Freitas/ECN

 

 

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Bauru Basket

Bauru 0, Franca 2: de pé, nas cordas

Houve momentos em que o Bauru Basket ameaçou a segunda vitória do Sesi Franca.  A certa altura do último período, a diferença poderia  cair para quatro pontos, mas na jogada seguinte subiu para dez. Terminou em seis, algo quase heroico diante do volume francano. Aquela derrota que se diz ‘caiu de pé’, mas em playoff, isso não serve. Não há saldo, não se leva nada para o próximo jogo — a não ser o aprendizado.

Segundo o capitão Alex Garcia, a lição foi não cochilar jamais. “Deixamos a equipe de Franca jogar confortável no primeiro tempo. Aí, não há defesa que segure. No segundo tempo melhoramos, mas voltaram os erros e as cestas fáceis deles. Se quisermos ganhar, a defesa tem que melhorar. Temos que ter atenção o jogo todo. Se conseguirmos colocá-los em dificuldades, ganharemos o terceiro jogo”, avisou o Brabo, em entrevista pós-jogo a Giovanna Terezzino, da transmissão da LNB.

Além dos problemas defensivos relatados pelo camisa 10, outro fator evidente: diante do qualificado rodízio francano, o Dragão teve que forçar a minutagem de seus principais jogadores. Que descansem bem para quarta, quando precisarão sair das cordas diante de um adversário sedento para devolver o nocaute sofrido na temporada passada.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Divulgação NBB

 

 

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Noroeste

Noroeste fora: apenas um retrato do futebol brasileiro que não faz gols

“Não faltou empenho, não faltou dedicação, não faltou hombridade, não faltou profissionalismo”, disse o capitão Richarlyson, após a eliminação do Noroeste. Tenho certeza de que não faltaram. Faltou bola na rede mesmo. A Série A3 é só um retrato mais profundo do piorado futebol brasileiro. O sofrível zero a zero entre São Paulo e Corinthians, na decisão da primeira divisão, é recente e grande exemplo.

O atrevimento perdeu para o pragmatismo. E o Norusca venceu apenas três dos nove jogos que disputou no Alfredão. O drible cedeu lugar para o cruzamento ainda da intermediária. E o Alvirrubro fez apenas dezessete gols em dezessete partidas, unzinho por jogo. Raríssimos jogadores treinam cobranças de falta e anotam tentos desse jeito. E o Noroeste venceu apenas uma vez nas últimas sete pelejas. Hoje, valoriza-se o “saber sofrer” em campo, no lugar de fazer sorrir a arquibancada. E o torcedor sofre mais uma vez.

Segue o jogo. Louvável a decisão de disputar a Copa Paulista. Que o Norusca não desista, pois sua torcida, mais uma vez, mostrou o tamanho de sua paixão. Existe trabalho e vontade de vencer, inegavelmente — houve tentativas contra o Barretos, mas para balançar as redes, atualmente, boa intenção não basta. Falta tirar o peso dessa vontade e colocar um time para se divertir em campo. Não subir com equipe pragmática, já sabemos como é. Que tal se a próxima tentativa for mais boleira? Não falo de bagunça. Mantenha-se o comprometimento e tudo o que deu certo. Mas com uma pitada de ousadia. Quem sabe, assim, a alegria vem.


Fernando Beagá

 

Foto: Bruno Freitas/ECN

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Noroeste

Para avançar na Série A3, Noroeste tem que ignorar as estatísticas

O argumento de que o Noroeste está invicto em  casa não serve para animar a torcida. Um empate contra o Barretos, neste sábado, manterá a invencibilidade. Mas empatar não resolve a vida do clube. Pior: o placar igual foi corriqueiro na campanha até aqui, na Série A3 de 2019. Oito vezes. Metade dos dezesseis jogos. Mais da metade das partidas no Alfredão — cinco em oito. Se considerarmos todos os confrontos oficiais disputados  pelo Norusca desde janeiro de 2018 (na Vila Pacífico), são treze empates em 24 pelejas — mais do que as nove vitórias.

Se o torcedor quiser se apegar  aos números, que fique com o triunfo de 1 a 0 sobre o próprio Barretos, na quinta rodada. Com o fato de que fez gol em todas as partidas em casa este ano — apesar de só não ter sido vazado em duas.

Em resumo, se os números servem para alguma coisa nesse momento, são para alertar que a atitude do time em campo tem que ser diferente. Abrir o placar e não recuar — como já aconteceu —, não se não por satisfeito com a diferença mínima. Buscar um equilíbrio entre defesa sólida e ataque produtivo. Recuar, jamais. Se não quiser acabar com as unhas dos torcedores, o Alvirrubro tem que perseguir dois gols de frente para evitar sufoco nos minutos finais.

Amém.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Bruno Freitas/ECN

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Bauru Basket

Bauru Basket finalmente pronto — e na hora certa

O Bauru Basket que foi visto em quadra ontem, na vitória por 85 a 64 sobre o Minas, foi irreconhecível e, ao mesmo tempo, um velho conhecido. Irreconhecível diante do time irregular nessa caminhada do NBB 11 — poucas vezes a equipe foi tão dominante, intensa (fisicamente, inclusive) e vibrante nessa temporada. Velho conhecido, porque é com esse Dragão que a torcida está habituada. A Panela até pulsou diferente, as gargantas voltaram a ser gastas.

Das graças do basquete: um time que demorou 29 partidas para se mostrar pronto está no páreo. É o adversário que ninguém gostaria de encarar. Franca, líder da fase de classificação, sabe muito bem disso. Aqueles 3 a 0 nas mesmas quartas, um ano atrás, foram das séries mais categóricas da história da liga — e o favoritismo também estava com a capital do sapato.

Bauru tem um time muito cascudo, que gosta desse tipo de confronto. Imagino Alex e Jefferson esfregando as mãos para que as partidas logo comecem — a primeira, na Panela, dia 16. Os francanos agora têm David Jackson e venceram os bauruenses na semifinal do Paulista, enterrando um jejum incômodo de confrontos em playoffs.

Aparentemente já no lucro na temporada — por evitar o vexame de, com um elenco qualificado, cair pela primeira vez nas oitavas —, o Dragão está revigorado. Fúlvio apareceu, Larry acionou o modo alienígena, Lucão está voando. Enquanto você lê esse texto, Demétrius está debruçado em números e vídeos.

A palavra de hoje para Bauru é sobrevida, mas poderá se transformar em renascimento.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket