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Bauru 0, Franca 3: enfim, férias

Em basquete, é prudente não bancar o vidente. Ainda mais em um clássico e um ano depois daquele surpreendente 3 a 0 nas mesmas quartas de final. Mas, com racionalidade, é compreensível dizer, agora, que as férias chegaram no momento certo para o Sendi Bauru Basket. Como teriam chegado nas oitavas, mas lá houve um lampejo contra o Minas que até criou certo otimismo para a série contra Franca. Mas o 90 a 68 — e a consequente varrida — foi categórico. Venceu o melhor time, sucumbiu a equipe que fez uma temporada muito irregular.

Houve muitas lesões, é verdade, mas não é fator que explique sozinho o mau desempenho. Mas vale uma observação: muitos sempre criticaram disputar o início do Paulista com molecada. Desta vez, os adultos foram para o pau desde o início e deu no que deu.

Independentemente disso, o elenco não encaixou, a arquibancada não se empolgou. Não me recordo de ver uma desclassificação tão melancólica. Em outros tempos, a derrota ainda trazia aplausos aos gritos de “guerreiros” — que fosse pela resignação por ser um time menos qualificado que chegava longe. Curioso: cair para o Sesi Franca, inegavelmente superior e candidatíssimo ao título, não diminui o incômodo do torcedor. E não é somente por ser derrotado (e varrido) por um rival. Tem a ver com a questionável produção do time em toda a temporada.

Hora de baixar a poeira e logo ali na frente replanejar. A princípio, por contrato, Larry e Gabriel Jaú ficam. E Demétrius, que há um ano teve sua permanência comemorada como grande reforço, depois de uma expectativa que parou a cidade. Não emburreceu em doze meses e seria incoerente pedir sua cabeça.

Mistura-se ao frisson do mercado — ainda mais pela provável nova remontagem de elenco — a dúvida sobre o cenário político, como será a sucessão de Beto Fornazari. O NBB 11 acabou, mas o Dragão já tem novas batalhas pela frente.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Divulgação NBB

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Bauru 0, Franca 2: de pé, nas cordas

Houve momentos em que o Bauru Basket ameaçou a segunda vitória do Sesi Franca.  A certa altura do último período, a diferença poderia  cair para quatro pontos, mas na jogada seguinte subiu para dez. Terminou em seis, algo quase heroico diante do volume francano. Aquela derrota que se diz ‘caiu de pé’, mas em playoff, isso não serve. Não há saldo, não se leva nada para o próximo jogo — a não ser o aprendizado.

Segundo o capitão Alex Garcia, a lição foi não cochilar jamais. “Deixamos a equipe de Franca jogar confortável no primeiro tempo. Aí, não há defesa que segure. No segundo tempo melhoramos, mas voltaram os erros e as cestas fáceis deles. Se quisermos ganhar, a defesa tem que melhorar. Temos que ter atenção o jogo todo. Se conseguirmos colocá-los em dificuldades, ganharemos o terceiro jogo”, avisou o Brabo, em entrevista pós-jogo a Giovanna Terezzino, da transmissão da LNB.

Além dos problemas defensivos relatados pelo camisa 10, outro fator evidente: diante do qualificado rodízio francano, o Dragão teve que forçar a minutagem de seus principais jogadores. Que descansem bem para quarta, quando precisarão sair das cordas diante de um adversário sedento para devolver o nocaute sofrido na temporada passada.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Divulgação NBB

 

 

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Bauru Basket finalmente pronto — e na hora certa

O Bauru Basket que foi visto em quadra ontem, na vitória por 85 a 64 sobre o Minas, foi irreconhecível e, ao mesmo tempo, um velho conhecido. Irreconhecível diante do time irregular nessa caminhada do NBB 11 — poucas vezes a equipe foi tão dominante, intensa (fisicamente, inclusive) e vibrante nessa temporada. Velho conhecido, porque é com esse Dragão que a torcida está habituada. A Panela até pulsou diferente, as gargantas voltaram a ser gastas.

Das graças do basquete: um time que demorou 29 partidas para se mostrar pronto está no páreo. É o adversário que ninguém gostaria de encarar. Franca, líder da fase de classificação, sabe muito bem disso. Aqueles 3 a 0 nas mesmas quartas, um ano atrás, foram das séries mais categóricas da história da liga — e o favoritismo também estava com a capital do sapato.

Bauru tem um time muito cascudo, que gosta desse tipo de confronto. Imagino Alex e Jefferson esfregando as mãos para que as partidas logo comecem — a primeira, na Panela, dia 16. Os francanos agora têm David Jackson e venceram os bauruenses na semifinal do Paulista, enterrando um jejum incômodo de confrontos em playoffs.

Aparentemente já no lucro na temporada — por evitar o vexame de, com um elenco qualificado, cair pela primeira vez nas oitavas —, o Dragão está revigorado. Fúlvio apareceu, Larry acionou o modo alienígena, Lucão está voando. Enquanto você lê esse texto, Demétrius está debruçado em números e vídeos.

A palavra de hoje para Bauru é sobrevida, mas poderá se transformar em renascimento.


Fernando Beagá

 

 

Foto: Victor Lira/Bauru Basket

 

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Duda, nunca critiquei

Quem criou esse meme é gênio. “Nunca critiquei”, muitos disseram para o palmeirense Borja neste início de ano, para ficar em um exemplo recente. Ótima brincadeira, essa é a graça do esporte. Assim como a crítica faz parte. E o que o Sendi/Bauru Basket mais tem ouvido nesta temporada são críticas. Muitas merecidas, o time está devendo, como o próprio Duda Machado, o herói da vitória que valeu a vaga nas quartas, reconheceu:

Tenho que agradecer toda a torcida de Bauru, porque fizemos uma temporada abaixo das expectativas e eles sempre apoiaram”, disse o camisa 3 à transmissão do SporTV.

Verdade. Enquanto a bola quica, apoio. A caixinha de comentários ferve depois que o cronômetro zera. Aí chego no ponto. Sempre respeitei o direito de o torcedor cornetar à vontade, com razão ou não. Mas do lado de cá gosto de entender o contexto. E acredito que muitas críticas vieram de quem sonhava com o bicampeonato brasileiro. Que pode acontecer? Claro. Basquete, amigo. Mas se vier, numa temporada tão complicada, de elenco bom no papel que ainda não encaixou — contra times mais fortes e redondinhos —, será uma façanha. Tão improvável e deliciosa como a cesta de Duda Machado:

Convenhamos, tivesse perdido para o Vasco, choveriam críticas. Merecidas. O time errou muito, tomou decisões de ataque equivocadas, ofereceu rebotes ofensivos ao adversário no finalzinho… E mesmo assim não desistiu. Buscou. Buscou de novo. Foi até o impossível para não perder.

Sem Alex. Sem Renan. Hett, Shilton, Anthony e Jaú saindo um a um, com cinco faltas. E Duda por todos eles. Duda, o fominha, o clutch, o precipitado, o decisivo. O cara que vive o jogo com intensidade. Que erra e acerta, como todos nós.

Venha o que vier neste NBB, nessa série contra Franca que promete ser tensa, agora há uma certeza: se a equipe jogar com a raça e a entrega desse jogo 4 contra o Vasco, será aplaudida até o fim, seja ele qual for.

 

Foto: Nayra Halm/Foto do Jogo