Texto publicado na edição de 30 de janeiro de 2012 do jornal BOM DIA Bauru fala do bom começo noroestino na Série A-2, do controverso uniforme branco e do momento do Bauru Basket
Trem-bala
Em 2007, no microfone da 94FM, apelidei o Noroeste de trem-bala. Rendeu reclamação do então vereador Paulo Eduardo Martins, fiel ao termo Maquininha Vermelha. Ora, a história centenária do Vasco da Gama não impediu que se tornasse o Trem-bala da Colina, sensação do futebol brasileiro em 2011.
O apelido não pegou em Bauru, pelo apego ao tradicional e muito também pela trajetória descendente do time desde então. Não dá mesmo para chamar de trem-bala uma equipe sem raça e vibração. O Norusquinha, nos últimos anos, vinha tão decadente como nossas ferrovias.
Agora, o Noroeste reacende o entusiasmo do torcedor. Fez boa estreia fora de casa, trazendo empate, e venceu sua primeira no Alfredão – mesmo o Velo Clube dando susto no final. Tem realmente um jogador diferenciado (Velicka) e uma grata surpresa (Leandro Oliveira), solucionando um problema antigo, a carência do meia criativo. E finalmente se vê raça em campo. Se continuar desse jeito, posso até voltar a chamar o glorioso Esporte Clube Noroeste de trem-bala.
Bom público
A melhor notícia de ontem foi o público divulgado: 1.211 pagantes, número maior do que a média de público alvirrubra no Paulistão do ano passado (1.177, já descontadas as partidas contra os grandes). Nem a diretoria esperava tanta gente, já que os ingressos se esgotaram na bilheteria, o que causou certo transtorno. O clube emitiu nota lamentando o ocorrido e informando que registrou boletim de ocorrência, pois a empresa BWA, responsável pelo sistema automatizado de ingressos, não deu o suporte necessário para agilizar a confecção de novos bilhetes. Prosseguindo nessa pegada, com vontade de vencer, pode mandar imprimir mais ingressos!
Uniforme branco
Primeiro jogo como mandante na temporada e nenhuma surpresa: o Noroeste jogou de branco. A coluna já publicou em 2011 o trecho do estatuto do clube que fala que o uniforme principal é branco, mas ainda desconfia que tenha sido mal redigido. De qualquer forma, vem sendo seguido à risca – não pelo documento, mas por motivos ainda não solucionados.
A hipótese mais propagada, confirmada pelo marketing do clube, é a de que a camisa branca é mais apropriada para jogos diurnos, deixando para o adversário enfrentar o calor de camisa escura. Um fonte, entretanto, afirma haver orientação para utilizar o branco por dar mais visibilidade às marcas dos patrocinadores. No meio disso tudo, o Norusca se contradiz, pois no site oficial consta camisa vermelha, calção branco e meia vermelha como primeiro uniforme – combinação usada raramente desde 2006.
É no ano mágico do quarto lugar do Paulistão que pode morar o segredo. Desde que assinou com a Dell’erba, com o campeonato em andamento, que o Alvirrubro é mais alvi do que rubro. Nesse mesmo ano consta a última atualização do texto do estatuto. O presidente do Conselho Deliberativo, Abel Abreu, é enfático em dizer que, em seu mandato, ninguém mudou a letra a respeito do uniforme noroestino. Não fosse a burocracia desse país, eu já estaria com todas as versões do estatuto em mãos, desde 1910, mas o cartório não conhece a palavra pesquisa, somente a palavra dinheiro.
Papo de basquete
O Novo Basquete Brasil 4 está emocionante, equilibrado e não há nenhum time despontando como favoritíssimo. Por isso a vice-liderança do Itabom/Bauru não surpreende, graças à excelente campanha no primeiro turno (11 vitórias e três derrotas, meta traçada por Guerrinha cumprida à risca). O returno será mais difícil, com apenas seis jogos em casa, sendo dois deles contra vistantes indigestos (Flamengo e Brasília). Por isso, a meta dos guerreios é de perder até seis jogos nessa etapa.