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Canhota 11…

Edu Lima jogador futebol Craque 90 Guarani Flamengo Inter
Com as camisas de Guarani e Flamengo, ele brilhou também no Galo e no Colorado

Apesar de fã de Romário, Ronaldinho Gaúcho e Diego, eu admiro muito jogador canhoto – não por acaso, o nome do site. Eu queria ser canhoto. Acabei virando de tanto chutar bola na parede. Edu Lima era, literalmente, um cara sinistro. Chutava muito. Bomba seca.

Não me lembro de nenhum drible desconcertante dele. Nem de uma arrancada fulminante pela ponta-esquerda, seu local de ofício. Mas a turma da barreira deveria tremer. Ouvi falar dele pela primeira vez atuando no Internacional. Antes disso, fora revelado pelo Cruzeiro e teve passagens-relâmpago por Palmeiras, Vitória e Bahia. No Inter, fez trio de ataque sensacional com o ponta-direita Maurício (o do gol do fim do jejum do Botafogo) e o centroavante Nilson (o cigano da bola, o Pirulito, artilheiro do Brasileirão de 1988). Depois, foi campeão mineiro no Galo, em 1991, quando tinha a concorrência do finado Edivaldo.

Edu seguiu para o futebol paulista, para defender o Guarani. Fez muitos gols e deu outros tantos para Luizão e Amoroso. Também jogou ao lado do já veterano Biro-Biro e do bom quarto-zagueiro Pereira. No meio dessa passagem, ficou um tempinho no Flamengo. No jogo da foto acima, contra o São Paulo no Maracanã, fez um gol com a colaboração de Zetti (frangaço). Na Gávea, atuou com Renato Gaúcho, Casagrande, Marcelinho, Gilmar Rinaldi e foi treinado pelo maestro Júnior. Aí voltou para o Bugre antes de começar aquela característica peregrinação por times pequenos.

É da mesma linhagem de João Paulo (ex-Corinthians, Palmeiras, Santos e muitos etc, não o driblador bugrino que brilhou no Bari da Itália), Éder Aleixo, Adil e Paulo Egídio — a do camisa 11 que tem pólvora dentro da chuteira. Não foi um fora-de-série, mas deu trabalho.

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Base campeã do Noroeste: que venham os frutos

Noroeste sub 21 Jogos Regionais Lins campeão futebol
Para a história: molecada ganha ouro no ano do Centenário

Durante o jogo treino do time profissional contra o São Carlos, no último dia 9, em conversa com colegas da crônica, a maior preocupação era a de a base da equipe na Copa Paulista formar o elenco do Paulistão 2011. Opinei que o laboratório deste semestre definirá os reservas, com pouquíssimas exceções entre os titulares. Uns concordaram, outros disseram que nenhum se salvava. Enfim, do jeito que está, creio ser de bom tamanho para disputar a Copinha para ganhar. Melhor: com uma molecada doida para mostrar serviço.

Enquanto os mais experientes afinavam os cascos, o time sub-21 do Norusca ganhou a medalha de ouro nos Jogos Regionais, disputados em Lins – e garantiu vaga nos Jogos Abertos do Interior. Foram cinco jogos, vitória em todos eles, dez gols a favor e três contra. O time titular é praticamente o reserva no elenco da Copa Paulista – e imagino que, num coletivo, dá um calor nos marmanjos.

Noroeste sub 21 Jogos Regionais Lins campeão futebol
Giovani: joia bruta deve ser lapidada agora!

Dessa molecada, Giovani (autor do gol do título sobre Lins) disponta como grande nome para se tornar titular – na meia, não na lateral-esquerda, sua posição de origem. Quem viu Willian Leandro e Adílson Souza com dificuldades de criar nos jogos-treinos, quer mesmo ver Cleverson pela direita e Giovani pela esquerda na armação. Há tempos, Giovani é a joia noroestina, a esperança de um retorno financeiro, a justificativa da aposta na base, que ressurge depois de ter sido extinta.

Se meia dúzia dessa molecada compuser o elenco alvirrubro no Paulistão, será uma vitória e tanto. Como se diz na Gávea, craque se faz em casa. Sai mais barato, dá retorno, e o garoto traz o escudo do clube no DNA, atuando com certa gratidão e muita entrega. Para esta Copa Paulista, tenho a impressão de que os laterais Mizael e Pedro poderão roubar as vagas dos tímidos Rafael Mineiro e Roque; Bonfim e Geílson têm bons reservas – zagueiro vez ou outra é suspenso… ; e Somália corre por fora caso Paulo Roberto falhe com a camisa 9.

CLEVERSON

Noroeste sub 21 Jogos Regionais Lins campeão futebol
A hora da verdade para Cleverson, no Norusca e em sua carreira

Como prometido num dos primeiros textos, lanço um olhar sobre Cleverson, que imagino ser principal jogador do atual elenco. Poucos acreditam nele, pois não correspondeu o esperado na Série A2. Acredito estar passando pela famosa má fase, que em algum momento acomete a carreira de qualquer jogador. De confiança do treinador Luciano Dias, com quem estourou para o futebol no Guarani, tem tudo para recuperar seu bom futebol num campeonato em que a cobrança é pequena e o nível técnico, mais baixo.

Atuando na ligação do meio com o ataque, o termo ponta-de-lança é o ideal para Cleverson. Afinal, será a flecha que conduzirá a bola aos atacantes. Deem a camisa 10 a esse rapaz e um pouco de crédito. Há um bom e veloz jogador adormecido. Como era Luciano Bebê em 2005, que se soltou na Copa FPF e chegou voando no Paulistão, liderando com Lenílson as ações ofensivas daquele timaço que terminou em quarto lugar.

Vídeos de jogadores são normalmente feitos para impressionar mesmo, somente com a compilação de boas jogadas, mas este serve de parâmetro para o torcedor noroestino ver o potencial desse jogador, inclusive por ser bom no jogo aéreo, apesar da baixa estatura. Se não quiser ver os longos 9min33s no YouTube, logo nos primeiro segundos há um gol em partida de seu Guarani contra a Ponte que já é bom cartão de visitas.

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Conclusões de uma Copa das boas

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Casillas ergue a taça, repetindo gesto da Euro 2008: Fúria absoluta!

O primeiro termo expressado pela maioria dos comentaristas após o apito final de uma decisão é “título merecido”. Convenhamos, dificilmente um campeão não é digno de levar a taça. Até porque, fosse a Holanda, a Copa do Mundo estaria em boas mãos – mais pela trajetória até a final do que pelo festival de faltas e cartões que os laranjas promoveram contra a Espanha. A Alemanha também faria jus, com seu futebol eficiente, veloz. Aliás, os germânicos ficam entre os três primeiros há três Copas, desempenho louvável.

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A expectativa era de um jogo clássico, técnico, mas o que se viu foi muita pegada...

Uma passada pela final antes de, em tópicos, resumir o que foi este Mundial da África do Sul. O primeiro tempo foi de cochilar. Muito estudo, erros de passe, marcação pesada. Ninguém queria ir para o intervalo perdendo. No segundo, a Holanda acordou quando Sneijder finalmente se fez notar. A ótima assistência do camisa 10 deixou Robben de frente para Casillas. Soubesse finalizar com a direita, o atacante teria driblado o goleiro. Preferiu chutar por baixo e o capitão espanhol, com a ponta do pé, começou a colocar a mão na taça.

Gols perdidos aqui e ali, uma certa displicência nas finalizações e uma irritante preciosidade espanhola em querer chegar dentro da área. Esse cenário se arrastou até os dez minutos do segundo tempo da prorrogação, com muitas interrupções por pontapés e reclamações. Até a Fúria, merecida vencedora do troféu Fair Play, cometeu muitas faltas e recebeu mais que o dobro de cartões do que havia levado até a final – e Iniesta poderia ter sido expulso por uma entrada sem bola em Van Bommel. Heitinga foi tarde quando recebeu o vermelho. Bateu sem dó o tempo todo, mas nem assim intimidou os espanhóis.

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Iniesta quebra o protocolo e homenageia futebolista espanhol falecido

O gol da vitória foi a síntese da campanha de La Roja: insistindo na qualidade do passe, uma hora a rede balança. A exemplo da França no início da década, a Espanha é a atual campeã europeia e mundial. Chegou como favorita, deu de ombros para as desconfianças após a derrota na estreia, para a Suíça e, muito mais do que confirmar as previsões do polvo Paul, cravou o palpite de Pelé, até ontem um pé frio em opiniões futebolísticas.

Agora, aos destaques e curiosidades da 19ª Copa do Mundo de futebol:

• Que o comitê brasileiro tenha observado bastante os erros da África do Sul: transporte caótico, insegurança nas ruas, gramados ruins, falhas de organização nos estádios (acesso, cambistas) e a permissividade com as vuvuzelas – que não surja nenhum instrumento semelhante por aqui… E que o acerto mais evidente dos sul-africanos, o aeroporto de Johanesburgo, seja exemplo para nosso caos aéreo.

• Pela primeira vez, a Fifa permitiu que as seleções levassem três jogos de calções e meiões para facilitar a diferenciação de cores nos confrontos. Espanha, Holanda, Uruguai e Portugal se utilizaram desse expediente.

• Para o tamanho da expectativa sobre eles, Messi e Kaká realmente ficaram devendo, em relação a resultado. Porque jogaram bem, sim, até as oitavas. O mau desempenho de ambos no jogo da eliminação de suas seleções é que configurou o fracasso. Já Rooney e Cristiano Ronaldo realmente decepcionaram. O inglês estava em más condições físicas e tem desconto. O português precisa chutar a vaidade e comer um pouco de grama.

• Pela quarta vez seguida, o melhor jogador da Copa não é do time campeão. A última vez que isso aconteceu foi com Romário, em 1994 – incontestável. Ronaldo (1998), Oliver Kahn (2002) e Zidane (2006), vice-campeões, levaram nas Copas seguintes. Neste ano, mais surpreendente: o uruguaio Diego Forlán, quarto colocado, ganhou o prêmio, eleito pelos jornalistas credenciados no Mundial. Tivesse ido para Xavi ou Casillas, também estaria em boas mãos. Sneijder, por sumir no momento decisivo, não – por isso o erro da Copa de 2002, eleger antes da final. Ora, o desempenho no momento mais importante é que define o craque, o fora-de-série, o que sabe lidar com a pressão!

• Os vencedores dos prêmios concedidos pela Fifa:
Bola de Ouro: Diego Forlán (Uruguai)
Bola de Prata: Wesley Sneijder (Holanda)
Bola de Bronze: David Villa (Espanha)
Chuteira de Ouro: Thomas Müller (Alemanha), no critério de desempate: mais assistências e menos minutos jogados do que Villa, Sneijder e Forlán, que também fizeram cinco gols.
Luva de Ouro: Iker Casillas (Espanha)
Melhor jogador jovem: Thomas Müller (Alemanha)
Fair play: Espanha
Não consta na relação da Fifa o prêmio de seleção que mais entreteu o público, que em 2006 ficou com Portugal.

Desnecessário voltar à Seleção Brasileira. Você pode ler a minha opinião sobre o desempenho do time de Dunga aqui.

• A imprensa brasileira precisa se reciclar para 2014. Ego de jornalista esportivo é espaçoso e uma Copa aqui aumenta a responsabilidade de um bom trabalho… Precisamos de mais respeito, coleguismo – não confundir com corporativismo barato – e menos vaidade, competitividade rasteira.

• Por fim, minha seleção da Copa está na seção times imaginários e, se não foi um campeonato brilhante, com destaques individuais que saltaram aos olhos*, houve muita emoção, jogos com reviravoltas fantásticas, belos gols. A média (2,26 por partida) reflete pouco esse cenário. Como eu já escrevi em outra oportunidade, na coluna do jornal Bom Dia Bauru, foi uma Copa de qualidade de gols, não quantidade.

* A tão bombardeada Copa de 1994 foi, talvez, a última a ter vários craques-solo, aqueles que empurraram seus times e encantaram multidões: Hagi (Romênia), Stoichkov (Bulgária), R. Baggio (Itália) e Romário (Brasil).

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Seleção da Copa 2010

Seleção da Copa do Mundo Fifa 2010 futebol
Quer discordar? Listar sua seleção da Copa? Deixe sua opinião nos comentários!

Casillas: seu desempenho, principalmente na final, e sua trajetória nesta década o credenciam a se intitular o melhor goleiro do mundo, apesar de Julio Cesar.

Sergio Ramos: a maioria mencionará Lahm, da Alemanha, mas esse zagueiro que se encontrou na direita impressionou. Eu, que não gosto do estilo dele, tive que dar a mão à palmatória.

Lúcio: não é por ser brasileiro, mas por seu jogo vibrante, sua entrega, seu ótimo posicionamento. A exemplo de 2006, fazia uma Copa impecável enquanto o Brasil esteve nela.

Piqué: se Puyol dá seus sustos de vez em quando, esse garoto é pura sobriedade.

Van Bronckhorst: outro lateral que surpreendeu. Para quem chegou à aposentadoria, um Mundial coroado com o golaço sobre o Uruguai. Firme na marcação e bom no apoio.

Schweinsteiger: encontrou a maturidade, alia velocidade e passe preciso. Um volante moderníssimo que deu ritmo ao jogo alemão.

Xavi: não cabia ele e Iniesta nos onze, então que fique o cérebro do meio-campo espanhol. O estilo cadenciada, de toque bonito e envolvente da Fúria é personificado por ele.

Sneijder: foi o cara da Holanda, que chegou 100% à decisão com sua participação relevante, sobretudo seus cinco gols. Tivesse se imposto na final e levado o título, seria o craque da Copa.

Müller: revelação, artilheiro, nada mal para um garoto de 20 anos…

Forlán: exagero dizer que carregou o Uruguai nas costas, mas foi daqueles caras que chamam a responsabilidade. Saiu premiado pela Fifa como melhor da Copa.

Villa: cinco dos oito gols da Espanha campeã do mundo foram dele. Isso basta para estar nesse time.

Lahm, Capdevilla, Iniesta, Özil e Robben ficaram de fora por pura falta de espaço.

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Treino? Norusca faz 3 em jogo pegado!

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Rafael Aidar se prepara para cobrar pênalti e abrir o placar para o Norusca

Na tarde deste feriado, o Norusca bateu o São Carlos por 3 a 0, no estádio Alfredo de Castilho, em jogo-treino com clima tenso, com faltas violentas e dedo na cara do juiz. O adversário também disputará a Copa Paulista, no grupo 2.

O que era para ser uma movimentação para últimos acertos táticos – como foi no primeiro tempo -, ganhou ares de rivalidade quando, aos cinco minutos da segunda etapa, Willian Leandro foi derrubado na área. O árbitro foi cercado pelo jogadores de São Carlos e até o treinador Edmilson de Jesus entrou em campo para reclamar. De nada adiantou: Rafael Aidar cobrou alto, no ângulo esquerdo, fazendo 1 a 0.

Aos 25, o lateral-direito Rafael Mineiro cobrou lateral forte na área, a zaga cortou mal e a bola sobrou para Rafael Aidar, que dominou no peito e bateu forte no ângulo direito.

O Trem-Bala fechou o placar aos 37. Roque cobrou falta no bico da área, pela direita do ataque, e Bonfim pegou o rebote.

O Noroeste jogou com Yuri (Alexandre Villa); Rafael Mineiro, Bonfim, Geílson e Roque; Negretti, Lelo, Willian Leandro e Adílson Souza (Leleco); Rafael Aidar (Giovanni) e Paulo Roberto. Segundo o técnico Marcos Roberto, este deverá ser o time da estreia contra o Linense.

Análise tática: o Norusca joga no 4-5-1 (ou 4-2-3-1, se preferir), com apoio tímido dos dois laterais, dois volantes marcadores, um trio de meias (Rafael Aidar, veloz, ajuda na marcação) e o centroavante. Observando a disposição dos jogadores em campo, há momentos em que aparenta ser um 4-2-4, o que foi confirmado pelo treinador: “Treinamos com três meia-atacantes e um centroavante lá na frente, o que caracteriza essa variação tática”. Mas, não se empolgue, torcedor, não é uma formação tão ofensiva assim: somente esses quatro chegam à frente com frequência e os demais guardam posição.

Sobre o clima tenso do jogo, o atacante Rafael Aidar comemorou: “É melhor ser pegado, assim simula um jogo mesmo”. O treinador Marcos Roberto resumiu o que foi esse confronto. “Um jogo muito rápido, truncado, e o importante foi não perder a concentração. Não caímos na provocação deles”, disse.

De molho: no intervalo, enquanto eu circulava pelo complexo do Alfredão, perguntei ao meia Cleverson, de chinelos, se teria condições de jogo para a estreia. Com a expressão nada animada, limitou-se a um “Vamos ver…”. Na coletiva, o técnico confirmou que o atleta precisa de mais duas semanas para entrar em forma.

Jogo treino Noroeste São Carlos imprensa Alfredão Copa Paulista futebol
Colegas de imprensa acompanham o jogo-treino