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Noroeste: caminho desenhado para 2016

Fórmula da Série A-3 definida, sede da Copinha, questões trabalhistas… O CANHOTA 10 repassa os últimos dias do Noroeste com opinião

O Noroeste já sabe o que fazer em 2016. E como fazer. Após reunião na Federação Paulista de Futebol na tarde de terça, ficou definida a fórmula de disputa da Série A-3. Que não se altera, aliás — apenas o critério de acesso (sobem apenas dois) e rebaixamento (caem seis). Os 20 clubes se enfrentam na primeira fase, em turno único, e oito se classificam para a segunda etapa, em dois quadrangulares com partidas de ida e volta, indo os campeões dos grupos para a final e, consequentemente, para a A-2 de 2017.

Só dá para compreender esse afunilamento de vagas de acesso porque a Federação precisa seguir o critério da A-1 (que a pedido da TV Globo terá 18 participantes em 2017 e 16 em 2018). Para efeito de diálogo com a CBF, A-1, A-2 e A-3 são primeira divisão, possibilitando que os times desses três módulos possam jogar a Copa do Brasil, que exige times da elite. É isso. Só pode ser isso. Mas que é um corte na carne do futebol do Interior, é…

Voltando ao Norusca, vale destacar e celebrar que no dia seguinte da festa do acesso (aquele suado empate com o Fernandópolis) o trabalho visando 2016 já começou. Rapidamente houve a renovação com o técnico Vitor Hugo, a composição da diretoria foi fortalecida — e mais nomes ainda serão confirmados, como um diretor de marketing — e uma série de entendimentos viabilizou mais uma sede da Copa São Paulo de futebol júnior da forma menos onerosa possível (custo praticamente zero para o clube, um terço bancado pela Semel e dois terços pela Federação).

O presidente Emilio e o vice, Rafael Padilha, na sede da FPF. Foto: Divulgacão Noroeste
O presidente Emilio e o vice, Rafael Padilha, na sede da FPF. Foto: Divulgacão Noroeste

MAIS GENTE NO ALFREDÃO
Na ocasião da coletiva da diretoria noroestina, na semana passada, perguntei ao presidente Emilio Brumati como o clube tentaria aproveitar o “resíduo” do excelente público do jogo do acesso (mais de 8 mil torcedores) para ter o Alfredão mais cheio em 2016. O presida reconheceu que o resultado em campo é o maior chamariz, mas prometeu que, junto à nova gestão de marketing, trabalharia no assunto. A primeira medida, aliás, já agrada: segue a política de ingresso a preço único de R$ 10.

28, DE NOVO
A FPF também manteve a regra que limita 28 jogadores inscritos. Para a elite é ruim, pois sacrifica jogadores da base. Mas, para nosso mundo caipira, terceirona, acho um bom cabresto para evitar loucuras, como o que aconteceu com o Noroeste em 2013 e 2014, com elencos inchados de pernas-de-pau que resultaram em rebaixamentos. No desespero, cartola costuma contratar com o campeonato em andamento. Com limite, tem que planejar melhor o elenco inicial e, durante, apenas faz ajustes com as trocas permitidas. Foi o que aconteceu em 2015: Marcelo Santos, Marcelinho, Léo Cunha e Edson Negão foram a cereja do bolo e ajudaram muito no acesso.

CALENDÁRIO
Se tudo der certo, o Noroeste terá 27 datas em 2016, entre 31 de janeiro e 15 de maio, a luta: 19 jogos na primeira fase, seis na segunda e as duas partidas da decisão. Segundo semestre? Assunto para depois, segundo o diretor de futebol Rodrigo Gomes, o Mosca, quando perguntei da possibilidade de disputar a Copa Paulista. “Só estamos pensando na Série A-3, em montar o melhor time, concentrando todos os esforços”. Ainda mais com apenas duas vagas de acesso (e seis de queda!!!), melhor mesmo pensar só nisso agora.

AÇÕES TRABALHISTAS
Quando conversei com o tesoureiro Estevan Pegoraro, perguntei sobre as ações trabalhistas que o clube sofre e qual o cenário para os próximos meses. Segundo o novo membro da diretoria, de fato o clube deixou de pagar alguns acordos, pois a demanda era maior do que a capacidade de pagamento. Pior: se pingava uma ação individual maior, quebrava todo o esforço de quitar as demais. O clube pretende se reunir com o Sapesp (sindicato dos atletas do estado) e com a Justiça do Trabalho para negociar claramente: pegar o que o clube consegue arcar por mês e diluir entre os que têm a receber.

 

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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