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Noroeste, novo elenco Copa Paulista (4): trio gaúcho de respeito

Investidor gaúcho, treinador gaúcho e, agora, jogadores “gaúchos” desembarcam no Noroeste. Não necessariamente nascidos no Rio Grande do Sul, mas com passagem marcante ou recente por lá. Depois do anúncio do técnico Edson Machado criar dúvidas por ser um treinador desconhecido por aqui, o anúncio de três atletas nessa quinta-feira surpreendeu. Eles realmente têm perfil para atribuir qualidade ao elenco, em se tratando do nível da Copa Paulista. Tem até campeão do mundo… Vamos a eles:

MICHEL NEVES, meia-atacante (33 anos no próximo dia 13)
Revelado no Juventude no início da década passada, passou pelo futebol coreano antes de ser vendido ao Nacional, de Portugal, em 2004. Não vingou por lá e foi emprestado ao Cruzeiro, numa rápida e apagada passagem, e repassado ao Goiás, compondo o elenco que ficou em terceiro lugar no Brasileirão de 2005. Depois, a grande glória de sua carreira: em 2006, foi campeão da Libertadores pelo Internacional. E não como mero coadjuvante! Disputou 11 das 14 partidas (seis como titular) e marcou três gols na campanha do título. No mesmo ano, foi vice-campeão brasileiro (fez um gol) e campeão do mundo (compôs o elenco, vestindo a camisa 23). Aí, começou a vida cigana: Juventude, Marília (Série B de 2007 no rival, sem marcar gols). Depois, uma sequência de poucos jogos e contratos rescindidos, por Vitória da Bahia, Ipatinga e Criciúma. Em 2010, um bom Gauchão pelo Novo Hamburgo (seis gols), seguido de participações relâmpago na segundona nacional pelo América de Natal e na terceirona pelo Brasil de Pelotas. Ainda voltou ao Novo Hamburgo para fazer quatro gols na Copa RS e renovar contrato para 2011 (dois gols no Gauchão); na mesma temporada, jogou a Copa RS pelo Aimoré. Ficou parado em 2012 recuperando-se de cirurgia no joelho e, por fim, atuou no Caxias no último estadual gaúcho, marcando dois gols. Pelo que se vê, sucessos e insucessos. Uma bagagem interessante para conviver com a molecada alvirrubra.

CLEBERSON, atacante (28 anos)
O dado mais animador a respeito desse jogador é o entrosamento com Michel. Eles estavam juntos no Caxias (Cleberson anotou um gol no Gauchão) e no Brasil de Pelotas (também um tento, na Série C 2010). Esse é o histórico rio-grandense do atacante, que tem muita rodagem no futebol paulista. Ele começou no União São João em 2003, passou por Portugal (time B do Porto) e Japão (Tokushima Vortis), sempre intercalando voltas a Araras. Depois, atuou no Social-MG e no Legião Urbana-DF, no Bragantino (Série B 2009, nenhum gol), São José-SP, Brasil, Comercial, Batatais, São Carlos e Paulista, antes de chegar ao Caxias. Isto é, conhece muito bem a Copa Paulista e o estilo de jogo daqui. Mas o histórico de poucos gols na carreira preocupa. Tomara que seja bom em assistências.

RAFAEL MUÇAMBA, volante (32 anos)
Outro que está dentro do perfil prometido: rodado, na casa dos 30, para contribuir com o elenco jovem (e até há pouco desmotivado) do Norusca. Gaúcho de nascimento, cresceu no Grêmio, mas se profissionalizou no Caxias (campeão gaúcho em 2000). Jogou no Passo Fundo, no Joinville e se destacou no Paraná Clube, em 2005. Campeão paranaense no ano seguinte, logo foi para o São Caetano, onde amargou o rebaixamento no Brasileirão 2006, mas ajudou o time a ser vice paulista de 2007. O volante não teve o gostinho de disputar a Libertadores pelo Paraná — voltou em setembro, após a competição. Novo rebaixamento nacional e Muçamba começou a perambular: voltou ao Joinville, passou por Paysandu, Esportivo-RS, Guaratinguetá (temporada de peso, com Paulistão e Série B) e, por fim, o Rio Branco, do Paraná.

A parceria surpreendeu, agora é ver se essa bagagem do trio se concretiza em bom desempenho dentro de campo. Tomara que a agitada semana seja o indício de apenas movimentações positivas pela frente. Nesse período, o Noroeste passou de candidato a figurante na Copinha a, pelo menos, um decente defensor de seu título — ainda mais se Yuri e Bonfim ficarem. Avante!

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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