Durante a semana circulou a notícia de que, finalmente, o balancete de 2013 do Noroeste estava pronto e protocolado. Como teria que ter sido entregue em abril, o clube estava impedido de inscrever novos atletas no Paulista sub-20. A situação é semelhante à do ano passado, quando o balancete de 2012 também atrasou — só saiu em setembro, aliás.
Eu poderia repetir o texto do ano passado (aqui) a respeito da dívida com a família Garcia. Segue inalterada e constando no documento: R$ 14,3 milhões. Há quem diga que há documento assinado por Damião afirmando que não vai cobrar — e ele já falou isso em entrevistas mais de uma vez. Comenta-se que a dívida segue listada para resguardar os Garcia de ações trabalhistas. Sinceramente, não vejo alarmismo nesse assunto. Mas não tiro a razão dos desconfiados.
O que mudou, de fato, é que as dívidas trabalhistas saltaram de R$ 448 mil para R$ 874 mil. Isto é, a diferença negativa de 2013, nesse quesito, é de R$ 426 mil. A maior parte dela sob a presidência de Anis Buzalaf, resultado de salários atrasados, INSS a recolher, fundo de garantia a recolher e rescisões de empregados em aberto. Obrigações fiscais não se alteraram em relação a 2012: R$ 2,6 milhões. Ignoro tecnicamente, mas estranha não haver incidência de juros, neste caso. Tentei falar com o profissional que assina o balancete (de forma voluntária, diga-se), Roberto Pampani, mas ele está em férias.
Com outros débitos somados, o rombo do ano totaliza mais de R$ 437 mil. É esse montante de compromissos não liquidados que gerou a avalanche de ações trabalhistas, que segundo a própria diretoria noroestina está na casa de R$ 1,2 milhão.
Uma pena que o documento se atém apenas a ativo e passivo. Receitas e despesas do ano ajudariam a compreender melhor a vida do clube, que todos sabemos não ser nada fácil.
Por fim, é certo que esse documento não passou pelo Conselho Fiscal… Pelo menos não formalmente. Aliás, o Conselho Deliberativo não se reúne desde a última eleição do órgão, em fevereiro. Depois de várias reuniões para apagar incêndios, o ritmo caiu. A própria pauta de rever o Estatuto para repassar o Complexo para a Prefeitura esfriou — exatamente porque passaria longe da unanimidade.
O balancete do Noroeste é um documento público que pode ser encontrado neste link.