(não fui ao Alfredão, o texto está atrasado; horas escassas, obrigado pela paciência)
Realmente foi um alívio. Ficar seis meses sem saber o que é uma vitória do seu time é tarefa árdua até para o torcedor do Íbis. O Noroeste, na rodada 11 da Série A-3, finalmente ganhou. E, apesar de ser no Alfredão, foi surpreendente. Afinal, o lanterna bateu o vice-líder, Novorizontino, por 1 a 0.
Evidente que houve sufoco, o visitante pressionou, o goleiro Aranha teve que trabalhar muito. Afinal, um time que vinha de dez partidassem vencer não viraria um Barcelona de uma hora para outra. Mas foi diferente. Principalmente porque foi mais atento na zaga. Trocou a passividade pelo chutão. Comprou a briga do novo treinador — Vitor Hugo mostrou mesmo que tem estrela — e, assim espera o torcedor, deu início a uma arrancada que evitará a descida ao inferno da quarta divisão.
Claro que nem só de vontade dos jogadores de sempre foi construída essa vitória. Os reforços, que demoraram a estrear, começam a aparecer. O elenco vai ganhando corpo à medida que o bom volante Allan ganha ritmo de jogo. Adelino, em sua segunda partida, também parece ser diferenciado em relação a Zé Roni, Aguiar, Léo… Mesmo os jogadores trazidos pelo ex-treinador Jorge Saran (o zagueiro Henrique e o volante Marcelo Pinheiro) tiveram a chance de se firmarem. Agora, cartão de visitas bom mesmo foi o do atacante Moisés. Chegou chegando. Num dia aportou em Bauru, no seguinte fez gol da vitória (aos 28 do primeiro tempo). Continue assim, rapaz.
No segundo seguinte após o apito final, justificável euforia tomou conta do Facebook e até gente fazendo contas para o G-8 apareceu. Muita calma nessa hora. O Alvirrubro segue lanterna e tem muito o que pedalar. Os números dizem que é possível, assim como o rebaixamento é uma realidade cristalina ainda. Deixemos as contas para depois do alívio de estar matematicamente salvo. E, convenhamos, livrar-se da Bezinha já será bom demais.
O Noroeste venceu jogando com Wellington Aranha; Bira (Fernando), Zé Ilton, Henrique e Branco; Marcelo Pinheiro, Luiz Azevedo e Allan (Gustavo, depois Lelê); Lauro César, Moisés e Adelino.
Oeste em Bauru?
O repórter Jota Martins, da 87FM, revelou ao final da partida rumores de que o Oeste de Itápolis pretende migrar para Bauru. Ou, especificamente, Aparecido Roberto de Freitas, o Cidão, gestor do Rubrão. Não se sabe ao certo. De concreto até aqui, pouca coisa além da evidente insatisfação do cartola com o poder público itapolitano. Mais certo ainda é que a torcida bauruense não vai aceitar, mesmo com Série B nacional na bagagem, torcer por outro escudo — porque o processo não é simples, tanto que o Audax ainda é chamado de Audax, por mais que o Grêmio Osasco já tenha criado um “escudo de transição”. Se o Oeste quiser usar a estrutura do Alfredão, pagando por ela, seja bem-vindo. Se Cidão quiser investir no Noroeste, tanto melhor. Se for possível uma fusão que preserve nome, escudo, uniforme e tradição da centenária Locomotiva, melhor ainda. Se bem que é sempre mais legal chegar a uma Série B na bola, como nós noroestinos chegamos perto recentemente, entre 2006 e 2008. Mas é assunto para digerir melhor, sem precipitação. Ainda ecoa em meus ouvidos o apito final da árbitra após a suada vitória sobre o Novorizontino.
Pegou mal
Vale registrar os portões do estádio Alfredo de Castilho demoraram a abrir, deixando centenas de torcedores do lado de fora já com a partida em andamento. O clube esclareceu que foi por causa do atraso da ambulância — ocorrência semelhante no Bauru Basket, semanas atrás — que o policiamento não liberou a entrada, que adiou o início da partida.
Foto reproduzida do Jornal da Cidade, de João Rosan