Categorias
Coluna

Coluna da semana: a derrota do Noroeste e o “acerto” de Nathan Thomas com o Bauru Basket

Texto publicado na edição de 24 de outubro de 2011 no jornal BOM DIA BAURU

FALTAM DOIS JOGOS

Muito já se falou desse controverso segundo semestre do Noroeste. Laboratório, uso da base e daí por diante… Todo ano é a mesma coisa. “Semestre perdido” é a expressão recorrente, aquela muleta de discurso tratada pela coluna na semana anterior. No mundo ideal, o time que disputará a Série A-2 de 2012 já deveria estar pronto e entrosado. Mas a realidade não é tão generosa assim. Nem com o clube bauruense, nem com ninguém. Cada metade de temporada tem vida própria. Somente planejamento e continuidade refletem resultados de uma competição para outra. E até que o Noroeste já colhe frutos de suas categorias de base – reativadas há cerca de um ano – que deverão encorpar o grupo ano que vem.

Vamos combinar assim: o Alvirrubro tem dois jogos para decidir sua permanência na Copa Paulista. Esse é o foco. Deixemos a roupa suja para outra hora.

Apatia
No sábado, na derrota para a Ferroviária, o Norusca se arrastou em campo em rede nacional. Praticamente não incomodou a defesa grená. Altair, que alterna lampejos de armador cerebral com sumiços em campo, foi pouco produtivo. Sem Anderson Cavalo, não se viu um noroestino marcando presença na área – nem quando Vitor Hugo entrou no segundo tempo. O volante França novamente se desdobrou, enquanto Tiago Ulisses não é nem sombra daquele marcador voluntarioso que chamou a atenção no Paulistão. Já o jovem goleiro Léo assumiu a fogueira em sua estreia no profissional e não comprometeu. E o meia Lucas ainda não justificou o oba-oba lançado sobre ele – uma espécie de “Neymar da Vila Pacífico”.

Não cola
Mais uma vez, o treinador Jorge Saran usou a justificativa da juventude da equipe. A média de idade de alvirrubros que estiveram em campo foi de 22 anos – contra 26 do time de Araraquara. Engraçado é que, na Copinha do ano passado, o clube bauruense tinha um elenco mais velho e atribuía seus insucessos à correria da molecada dos adversários. A grande vantagem de quadrangulares decisivos é que todo jogo “vale seis pontos”, isto é, sempre há confronto direto entre postulantes a vaga. Apesar de estar na lanterna do grupo, com três pontos, o Noroeste ainda está vivo.

Papo de basquete
Com início arrasador – duas vitórias por “cestadas” – na Liga de Desenvolvimento Olímpico (o NBB sub-21), o Itabom/Bauru já virou sensação do grupo B da competição, que classificará três equipes para o hexagonal final, que já tem Flamengo, Franca e Paulistano classificados. O ala Gui, sobrando fisicamente, tem ficado mais de 30 minutos em quadra, mesmo sem haver essa necessidade – lembrando que Luquinha e Ferrugem se machucaram na estreia. Entre os jogadores do Regatas de Campinas (clube que fez parceria com o Bauru Basket), o ala Weliton roubou 15 bolas na partida de ontem, contra a Liga Sorocabana (106 a 48), e ainda foi o cestinha do jogo (20 pontos). Olho nele, Guerrinha!

Enquanto o futuro está garantido, o presente é a semifinal do Paulista. Abrir 2 a 0 sobre São José nos jogos em casa é primordial. Gui, Luquinha e o assistente Hudson Previdello (que treina o sub-21) voltam de São Sebastião do Paraíso para reforçar o time.

Papo de basquete 2
Segundo o site Basketeria, o norte-americano Nathan Thomas assinou com o Bauru Basket um contrato de dois meses para ser experimentado em condições de jogo, no início do NBB 4. A posição oficial da diretoria, entretanto, é de que o ala continua em fase de testes – o que o próprio jogador confirmou à coluna. O diretor financeiro Eder Poli afirmou que é preciso levantar recursos para a contratação, se houver o aval de Guerrinha. O certo é que o carismático gringo já caiu no gosto da galera.

Atualizado: apesar de todas as pistas de que Nathan deve defender o Bauru Basket no início do NBB 4, o Canhota 10 tomou o cuidado de ouvir o lado oficial da história, que não confirmou o acerto.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *