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Coluna da semana: análise da participação do Noroeste na Série A-2

Com atraso, mas sem caducar o texto, segue a coluna publicada na edição de 7 de maio de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Balanço noroestino

O Noroeste já está de férias, pensando na Copa Paulista, mas vale aqui um balanço de despedida da Série A-2. O Norusca encerrou sua participação com 48% de aproveitamento dos pontos (Penapolense e Barbarense subiram com 53%, Atlético Sorocaba com 60% e São Bernardo com 63%). Pesou muito no insucesso noroestino o desempenho fora de casa (apenas 30%), mas sobretudo os pontos perdidos no estádio Alfredo de Castilho. A princípio, um aproveitamento de 64% dentro de casa parece bom, mas foram quatro empates e duas derrotas em Bauru, isto é, 14 pontos desperdiçados (cinco deles na fase final, que decretaram a permanência na segunda divisão).

Outro problema foi a bola na rede, lá e cá. O Noroeste fez poucos gols (35, média de 1,4 por jogo) e sofreu muitos (36), terminando com saldo negativo de um. O leitor atento irá apontar que a União Barbarense fez somente 33 e sofreu 32. Então, é possível conseguir o acesso com números tímidos. Sim, mas na hora da decisão, é preciso mais. Aí, o time de Santa Bárbara D’Oeste fez oito gols e sofreu quatro – enquanto o Norusca anotou míseros cinco a favor e tomou dez em sua meta. O que não tem erro é ser ofensivo: o Atlético Sorocaba terminou a competição com média de dois gols por partida e saldo positivo de 17.

Continuo achando que, não tivesse desacelerado na reta final da fase de classificação – apenas seis pontos nos últimos cinco jogos – o desfecho poderia ter sido outro. O time perdeu o embalo a partir dali.

Bilheteria
Excetuando os jogos contra Palmeiras e São Paulo (quando havia mais torcida visitante), a média de público do Noroeste no Paulistão 2011 foi de 1.177 pagantes. Na Série A-2 2012, muito mais gente: 1.905 por jogo. Se não chega a ser um resgate de noroestinos ou a formação de novos torcedores, é a prova de que a galera gosta do filé, paga ingresso pra ver time que, pelo menos, entra em campo com perspectiva de vitória. Prova disso é que, na 19ª rodada, quando o técnico Amauri Knevitz anunciou que escalaria reservas, deu a senha para pouca gente ir ao estádio – somente 834 pagantes e prejuízo de R$ 2.290 para o clube.

Por falar em grana, como custa caro uma partida de futebol! Em média, as despesas são de quase R$ 9,6 mil no Alfredão. Por tudo isso, de um faturamento bruto de bilheteria de exatos R$ 188.315, o Norusca teve uma renda líquida (descontados também os impostos) de R$ 53.879,06 – apenas 28% do montante inicial. Sinal de que catraca não salva as finanças de um clube. Por isso, a diretoria aposta corretamente na base. Se o volante França se destacar no Brasileirão pelo Coritiba a ponto de chamar a atenção de um clube europeu, pode ser um grande reforço para o cofre alvirrubro.

Papo de basquete
A festa na Panela de Pressão foi mesmo linda, apesar de aparentemente haver mais gente do que a capacidade do ginásio – o que é um perigo… Pena que a vitória não veio na abertura da série contra Brasília, pelas quartas do Novo Basquete Brasil. Por mais guerreiros que sejam os atletas do Itabom/Bauru, ficou bem difícil evitar o avanço dos atuais bicampeões [Atualizado: e não evitou; Brasília fechou em 3 a 0].

Sobre o afastamento de Douglas Nunes, foi o desfecho de uma relação que não era boa há tempos. Um jogador talentosíssimo cujo gênio forte e introspectivo não se encaixou no estilo família do grupo. Quando começou a ser preterido, não reagiu para mostrar serviço e reconquistar confiança. Seu jogo simplesmente murchou. Mas não é preciso execrar o rapaz, que prestou bons serviços – como aquele jogaço contra o Quimsa. Que seja feliz em outro time.

Eu, corredor
Ontem [domingo] venci mais uma etapa nessa nova vida de corredor. Mais uma prova de 5km. O trecho de subida até a Polícia Federal, “escalei” com dignidade. Sem caminhar um instante sequer, alternei o ritmo para chegar inteiro. Ótima sensação de dever cumprido, medalha no peito. Correr é muito bom.

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Coluna da semana: Noroeste não pode mais errar

Nem tudo está perdido, mas o Norusca não tem mais o direito de errar… Confira o texto publicado na edição de 16 de abril de 2012 no jornal BOM DIA Bauru, que também fala do bom início do Itabom/Bauru nas oitavas do NBB4.

Terra arrasada?

Não, ainda não. O termo é o treinador do Noroeste, Amauri Knevitz, ao raciocinar que “quando ganha, nem tudo está certo, quando perde, nem tudo está errado, não é terra arrasada”. O problema é que, depois da derrota de ontem, o Noroeste não pode errar mais. A goleada sofrida em Penápolis surpreendeu o mais pessimista dos alvirrubros. Mas há tempo de corrigir esse trajeto.

Vice-líder, o Norusca ainda depende só de si. Se vencer Penapolense e Red Bull, os dois próximos jogos no Alfredão, fica perto da vaga. Mas é bom não comemorar dez pontos como o número do acesso. A nota de corte segura para a classificação para a Série A-1 é de 11 pontos. Quem chegar a essa pontuação não será alcançado pelo terceiro colocado. Já com dez, o passaporte para a elite pode ser decidido no saldo de gols — e é aí que a derrota de ontem ganha um peso desastroso no sonho noroestino.

Então, duas vitórias em casa e um empate com o São Bernardo, na última rodada: essa é a conta segura. Mas será preciso correr dobrado para alcançá-la. Um vacilo jogando em Bauru e adeus Paulistão.

Caminho mais fácil
Entre as combinações de resultados que recolocam o Noroeste na elite, essa é a melhor: se vencer os dois jogos no Alfredo de Castilho e o Penapolense ganhar do São Bernardo, em Penápolis, na penúltima rodada, os dois chegam a dez pontos e não podem mais ser alcançados. Essa é minha aposta – ou esperança…

Dúvida
Afinal de contas, é “o” Penapolense ou “a” Penapolense? Partindo do princípio que é o Clube Atlético Penapolense, é no masculino. Mas a Sociedade Esportiva Palmeiras é “o” Palmeiras… A maioria da crônica bauruense fala “a”, a imprensa de Penápolis diz “o”. Enfim, isso não vai mudar o preço do dólar, até porque o próprio site oficial do time não se decide – usa os dois gêneros em textos distintos – e também porque os torcedores preferem chamar de CAP ou Pantera.

Camisa 9
Se Zé Carlos foi decisivo em 2010, o Noroeste sofre este ano na posição de centroavante. Boka, Roberto, Diego… Ninguém se firmou. Mas daí colocar Nena de titular, só porque fez o gol salvador na rodada anterior? É notório que se trata de um atacante limitado. Tomara que volte a queimar a língua de todos. Se uma façanha dessa acontecer, que construam dois bustos na Vila Pacífico: para o artilheiro improvável e para o treinador que insistiu nele! Mas prefiro que Knevitz escale dois velocistas no ataque e deixe a opção de um trombador para o segundo tempo, se necessário.

Papo de basquete
Tudo leva a crer que o Itabom/Bauru fecha a série contra a Liga Sorocabana na próxima sexta-feira, em 3 a 0, depois abrir esse confronto das oitavas do NBB vencendo fora de casa. Após semanas de contusões, longas viagens, e desgaste (físico e emocional), o time volta aos trilho na hora certa. Se Larry Taylor e Jeff Agba estão jogando no limite de suas forças, Fischer e Pilar voltam inteiros e logo estarão no ritmo dos colegas. A ótima notícia é a boa fase de Gaúcho, o que melhora o revezamento na ala. Sem contar o trio de “moleques maduros”: Gui, Luquinha e Andrezão são a maior prova do potencial do projeto Bauru Basket. Os elogios da imprensa especializada a eles se multiplicam.

Premiado
Anote aí: Gui vai concorrer a pelo menos dois prêmios ao final da temporada: melhor jogador jovem e atleta que mais se desenvolveu – troféu que Andrezão também merece disputar.

Necessário
A relação Douglas Nunes/Bauru, hoje, não é das melhores. Marrento, quando ele está invocado em quadra, os pontos se multiplicam. Introspectivo, quando não protagoniza jogadas, murcha… No último sábado, jogou apenas 19 minutos e anotou apenas três pontos. É preciso uma conversa franca entre as partes para extrair o melhor desse jogador nessa reta final do NBB.

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Coluna da semana: bom começo noroestino

Com atraso, mas em tempo, reproduzo aqui o texto publicado na edição de 9 de abril de 2012 no jornal BOM DIA Bauru, que fala da ótima vitória do Noroeste na abertura da fase decisiva da Série A-2 – hoje tem jogo contra o Red Bull. Falo ainda do momento do Bauru Basket antes da magnífica vitória sobre Brasília.

Vitória fundamental

Futebol é simplicidade, não tem o que inventar. Por isso o título acima, essa verdade absoluta: para retornar à elite paulista, estrear vencendo em casa na fase final da Série A-2 era fundamental para o Noroeste. Afinal, os dois próximos confrontos serão fora de casa. Era imprescindível (permita-me o clichê) fazer o dever de casa. E o Norusca fez. No sufoco, na raça, mas quem disse que vai ter jogo fácil? Mais uma vez, o acesso virá com sangue (rubro!) nos olhos, determinação em cada dividida, dando chutão sem ter vergonha.

Na agradável noite de sábado, tudo conspirava a favor. Mais uma vez fardado como deve ser (seja rubro, Norusca! – a campanha deu certo!) e com bom público (quase três mil pagantes) apoiando. Mas o São Bernardo jogou solto no primeiro tempo, merecia ir para o intervalo com a vitória. As vaias e a conversa no vestiário devem ter acordado o time. No segundo tempo, a atitude e a entrega em campo é que garantiram o triunfo. Porque os sustos continuaram, Nicolas (goleiraço!) salvou pelo menos dois gols certos deles, mas o Noroeste, finalmente, assustou os aurinegros do ABCD, com chutes de fora da área. Se não funcionou na articulação, que seja na bola aérea, que encontrou Thiago Junio (assim mesmo, sem o R) na pequena área completar de canela. Numa hora dessas, gol de canela é golaço.

Líder
Com o empate entre Penapolense e Red Bull, na outra partida do grupo, o Noroeste se isola na liderança. Contra esses dois times é que o Norusca vai decidir sua vida nos próximos quatro jogos, os dois primeiros fora de casa – dois empates já seriam bem-vindos – e depois decidir a vida no Alfredão, para não precisar do resultado no dificílimo confrontro contra o São Bernardo, lá na terra do Lula.

Invasão noroestina
Concordo com o Rafael Antônio, do Jornada Esportiva: é precisa pintar de vermelho o estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, nessa quarta. Um ônibus já está confirmado, no valor de R$ 5 e cada um arca com seu ingresso – faltam poucos lugares. Interessados devem procurar o Pavanello no telefone 3011-1936. Por ser quarta, a disponibilidade da galera é menor, mas noroestinos quem moram em Campinas e região ou mesmo na capital deverão reforçar a torcida. Para domingo, em Penápolis, a expectativa é de três ônibus partindo de Bauru.

Lamentável
A galera alvirrubra está em festa pelo rebaixamento do XV de Jaú para a quarta divisão paulista, é justo e essa é a graça do futebol. Mas não posso deixar de lamentar que esse vizinho e tradicional clube tenha chegado ao fundo do poço. Os noroestinos Pedro, Léo e Nathan participaram da campanha do Galo.

Papo de basquete
O Itabom/Bauru vive seu pior momento físico e técnico justamente no momento mais importante da temporada, a reta final do NBB. A derrota para a Liga Sorocabana na última sexta evidenciou o mau momento do time, que acumula lesões, desgaste físico e também (está saltando aos olhos) falta de entusiasmo em quadra. Mesmo sem Fischer, Pilar e Jeff, não seria normal (ou aceitável) perder para Minas jogando em casa. E os mineiros quase saíram de Bauru com a vitória. Se não vencerem Brasília amanhã, na Panela, os guerreiros terminam a primeira fase no sétimo lugar e encaram ninguém menos do que Franca, de cara, nas oitavas… Vencendo, o adversário será a Liga Sorocabana.
[Atualizado: o time reagiu na hora certa e vai para os playoffs com moral após bater Brasília em seu último compromisso na fase de classificação. Por outro lado, o que era iminente explodiu: Douglas Nunes destoando do grupo em relação a comprometimento, segundo Guerrinha.] 

Bom Mosso
Ele saiu do banco para decidir a partida de ontem [domingo]. Fez sete pontos decisivos no último período, inclusive os quatro últimos. O pivô Mosso, que passou boa parte da temporada quieto na reserva, chegou a não viajar em alguns jogos, mas nunca desistiu. O técnico Guerrinha relatou que o camisa 25 emocionou o grupo recentemente quando pediu a palavra e disse a todos para aproveitarem a oportunidade de defender Bauru, que oferece boa estrutura. Aos 30 anos, ele já dormiu no chão e comeu muito pão amassado Brasil afora. Disse que limpa a quadra se for preciso e que está à disposição mesmo que seja para jogar só um minuto. É desse espírito que o Bauru Basket precisa nessa reta final.

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Coluna da semana

Não houve nada de sensato na decisão do Noroeste de trocar o horário do jogo do último sábado. Houve tudo de emoção e entrega no êxito do basquete na Liga das Américas. São os temas da coluna publicada na edição de 19 de março de 2012 no jornal BOM DIA Bauru.

Basquete 10 x 0 Noroeste

O placar inalterado da partida do Noroeste anteontem, contra o Rio Claro, pareceu castigo. Nota zero para a sensibilidade do clube, que solicitou mudança de horário (das 15h30 para as 19h) e dividiu as atenções com a Liga das Américas de basquete. Seja qual for o motivo da alteração – fugir do calor ou simples pirraça –, não justifica. A Panela de Pressão no mesmo complexo, Bauru sediando evento internacional. Seria mais inteligente bolar uma “rodada dupla” do que medir forças.

Não interessa se o futebol é mais popular ou se os públicos são supostamente distintos. Enquanto Quimsa e Leones jogavam na preliminar da segunda rodada, ouvia-se os fogos. Era o Norusca entrando em campo. Quando o Itabom/Bauru entrou em quadra, no gramado jogavam o segundo tempo. Bauru lá e cá, como se coração se dividisse ao meio… Esse conflito de horário já aconteceu muitas vezes e ainda vai acontecer, mas Liga das Américas de novo na Sem Limites vai demorar…
(Atualizado: fico muito feliz por Bauru ter impressionado a FIBA Américas e haver a possibilidade de um grupo semifinal voltar para cá. Mas não se engane quem pensa que foi a estrutura ‘no jeitinho’ da Panela. Foi a bela torcida que compareceu, vibrou e encheu a tela da Fox Sports de gente – pois os outros grupos da Liga das Américas foram um fiasco de público.)

E não reclamo porque não pude ver o jogo. Talvez mais cedo também não pudesse. Mas o torcedor de Bauru certamente teria essa opção. Então, não vi o jogo, não há o que analisar taticamente. No mais, empate em casa contra adversário inferior é sempre ruim. E ponto.

Papo de basquete
Vamos ao que interessa. Excelente finalmente ver a Panela de Pressão de volta, mesmo que maquiada. Com exceção da quadra impecável, o resto do espaço foi reformado na base da gambiarra. Fiação antiga, cadeiras velhas, infiltrações… Pior: muita coisa ajeitada de última hora.
Também estranhei ver apenas o pessoal do Bauru Basket correndo atrás dos detalhes finais. Até cesto de lixo para banheiros eles providenciaram… Na hora H, a Semel estava mais focada nos confetes.
A torcida iniciou vaia quando o secretário Batata foi anunciado, mas a popularidade de Rodrigo Agostinho o salvou. Estou com o recente editorial do BOM DIA: chega de jeitinho. Nada de confete para essa administração: não fez nada demais.

Lágrimas
Guerrinha desmoronou na entrevista coletiva após a emocionante vitória sobre o Quimsa, da Argentina, por 89 a 83, que valeu vaga para a segunda fase da Liga das Américas. Quem sabe das dificuldades dos guerreiros entende cada lágrima do treinador. “A gente limpa a quadra se for preciso. Essa vitória é a prova do comprometimento, da emoção que cada jogador. A gente não quer sensibilizar ninguém a apoiar. Fazemos tudo por amor ao basquete. Se entenderam o recado após toda essa entrega do time, se tivermos condições de montar um elenco ainda mais forte, essa Panela vai ficar sempre cheia”, comentou.

Identificação
Entendeu, Noroeste? Percebeu o que é emocionar o público, criar identificação, envolver-se com a comunidade? Deveriam estar todos os alvirrubros na Panela, recebendo uma aula de amor ao jogo, sobretudo de Larry Taylor, que atuou no sacrifício após lesionar o joelho direito na véspera da competição.

Alienígena
Rende um documentário a saga de Larry nos últimos dias. Apreensão, abatimento, suspense, homenagem ao entrar em quadra nos minutos finais na sexta só para ser ovacionado – um gesto de agradecimento de Guerrinha – e descanso no sábado. Tratamento intensivo para tentar jogar no domingo. E como jogou! Mauri, Vanderlei e Leandrinho irão entender: o maior nome da história do basquete de Bauru é Larry James Taylor Junior.

Aqui, não!
Recado da torcida: primeiro, ninguém ganha aqui só batendo a mão no peito. O ala Pellot, do Quimsa, provocou a galera e nada fez depois disso – teve até “air ball” (arremesso que não dá nem aro) do gringo. Segundo: esse time não pode acabar, essa emoção tem que continuar. O presidente Joaquim Figueiredo, emocionado, garantiu à coluna: “Não vai acabar!”.

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Lá e cá

Hoje a Camila Turtelli publicou foto em que apareço fotografando em jogo do Bauru Basket, em sua coluna no BOM DIA. No momento do clique, eu estava fotografando a dupla Camila e Juliana Lobato (a fotógrafa que fez o zoom incrível) para testar o zoom do meu novo brinquedo. Como se vê abaixo, não chegou nem perto da qualidade da foto da Ju.

na página 15, basta clicar na imagem
Camila e Ju Lobato de olho no jogo dos guerreiros