(Direto da Panela) Esta partida teve vários personagens, mas é ilustrada pela imagem acima pelo cara que chamou a responsabilidade de ser decisivo: Ricardo Fischer. O Maestro não tem medo de furar defesas nos segundos finais. Assim, o Paschoalotto Bauru conquistou uma importantíssima vitória sobre o Brasília, 94 a 92, que ainda valeu o bicampeonato da Copa dos Campeões das Américas (Troféu Claudio Mortari), confronto entre os campeões da Liga das Américas e da Copa Sul-Americana de 2015. A boa vitória anima a torcida, que esteve em bom número (mais de 1,3 mil pagantes).
O Dragão chega a 14 vitórias em 18 jogos e está confortável na vice-liderança da temporada regular, na cola do líder Flamengo. Na próxima semana, pega a estrada (e os ares) de novo, para encarar o Pinheiros do dia 3 (20h30) e o Caxias no dia 6 (17h30, com transmissão da RedeTV!).
BOLA QUICANDO
Foi um jogão. Daqueles que é bom demais ganhar, porque mede a força e, principalmente, a capacidade de decidir. Alternância na dianteira do placar, muito contato físico no garrafão, pressão sobre a arbitragem, enfim, muitos ingredientes para uma noite bacana na Caverna do Dragão.
No primeiro quarto, os ataques se sobressaíram às defesas, numa alta contagem de 31 a 29 a favor dos bauruenses. O período seguinte, claro, cobraria fôlego e a contagem caiu pela metade: fração de 16 a 14 para o Paschoalotto, que foi para o vestiário com uma pequena vantagem, 47 a 43.
No segundo tempo, a peleja seguiu pau a pau. Hettsheimeir jogava bem embaixo, mas fez uma bola de fora decisiva quando exigido — a cesta que recolocou Bauru à frente, já no quarto final. Alex também guardou um triplo precioso, além de explorar bem seu jogo interno. Atuações decisivas para conter o bom trabalho de Cipolini e a mão quente de Deryk Ramos. Mas ninguém foi mais ponta-firme do que o Ligeirinho. Ricardo, nessas horas, pega a bola, bota debaixo do braço e ninguém o para até a redinha balançar. Como joga. Assim, Bauru conseguiu abrir dois pontinhos a cinco segundos do fim e o Lobo-guará cedeu rebote em sua tentativa. Triunfo maiúsculo do Dragão.
GANHEI O DIA
A Panela estava cheia de ex-guerreiros. Em quadra, Pilar (entrevista logo abaixo). O coordenador do NBB, Fernando Fischer, fazia as honras ao professor Claudio Mortari, homenageado da noite. Thiago Aleo e Gui Deodato também estavam prestigiando os ex-colegas — cumprimentei o sempre simpático Batman. Já o pivô Thiago Mathias, hoje em Franca, que lidera o ranking de eficiência do NBB 8, fiz de longe a foto ao lado… Até que estou indo embora, chegando ao carro, ele me vê, pede para o taxista parar e desce para me dar um abraço. Digo a ele que espero que volte um dia, pelo que joga e pelo carisma. Ele sorri, se despede. Respeito e admiração mútuos é a melhor das relações entre um jornalista e um grande atleta. Sucesso, Balothias.
ABRE ASPAS
Falei com o Eclético, esse figura que deixa o sangue em quadra, se preciso. Trombou muito com Alex, não tem medo de cara feia, mas estranhou o calor da Panela:
Hettsheimeir sempre rende um papo bacana — “você é foda” tá no áudio, quando ele ri do meu elogio provocativo. Outro figura.
Alex Garcia fala da partida e do esforço de Murilo, a quem cedeu o privilégio de erguer o troféu:
Eu não sou apresentador de programa dominical, mas acho que é a terceira vez que faço Murilo chorar… Também… Vai saber encarar perrengue bem assim. Depoimento imperdível:
Por fim, a avaliação do técnico Demétrius Ferracciú:
NUMERALHA
Maestro Ligeiro: 21 pontos, 8 rebotes, 5 assistências
Canelaimeir: 20 pontos, 4 rebotes
Capitão América: 18 pontos, 3 rebotes, 3 assistências
Jé, o Definidor: 12 pontos, 4 rebotes, 1 toco
Roberdei, o Especialista: 10 pontos, 3 rebotes
Léo Monstro: 6 pontos, 3 rebotes
Murilaço, o empreendedor: 5 pontos, 3 rebotes
Wesley Sena do Brasil: 2 pontos, 6 rebotes e 1 prego sensacional