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Em noite de Ricardo Fischer, Bauru vence Caquetios de virada

Ricardo Fischer chama a responsabilidade e conduz Bauru à segunda vitória na Liga Sul-Americana

Uma pena haver tantos lugares vazios no ginásio Panela de Pressão. E sorte de quem viu o jogaço entre Paschoalotto Bauru e Caquetios de Falcón, da Venezuela. As duas equipes chegaram empatadas, com vitórias na noite de estreia, e fizeram um legítimo duelo de líderes. Os anfitriões tiveram muito trabalho para construir, de virada, o placar de 97 a 89, em noite inspiradíssima de Ricardo Fischer — e não menos eficiente de Murilo  e Larry, que ajudaram no arremate da contagem. Agora, só uma derrota por larga vantagem tira o Dragão da próxima fase da Liga Sul-Americana. Que venha o Defensor, nessa quinta, às 20h.

O jogo
Logo de cara deu para perceber que ali estavam as duas forças do grupo. Jogo lá e cá. Em início mais lento, entretanto: o cinco contra cinco predominou nos primeiros minutos. Foi quando Ricardo descobriu que a marcação dos venezuelanos era frouxa embaixo da cesta: o Ligeirinho infiltrou várias vezes e encontrou o Murilo sozinho no garrafão em outras — eles foram os que mais pontuaram no primeiro quarto, que terminou empatadado, 21 a 21.

No segundo quarto, a partida acelerou. Bauru desperdiçou muitos ataques e o Caquetios encaixou contra-ataques e contou com a mão boa de Hicks assumiram a liderança do placar — se vacilam na defesa, são espertos na frente, entre uma e outra oscilação de peladeiros. E foi assim, jogando soltos, que fecharam o primeiro tempo dez pontos na frente, 34 a 44 (parcial de 13 a 23).

No retorno, o Dragão ainda demorou a acordar. A diferença não caía, a bola não caía… Pra piorar, Lucas Tischer ficou pendurado com quatro faltas e foi para o banco. E a arbitragem também não foi um primor. Com isso, o ginásio, apesar do público ainda aquém do esperado, se inflamou. E Murilo, como sempre até aqui nesta temporada, chamou o jogo. Infiltrou, meteu bola de três e vibrou muito. A 3min do fim do período, a Panela acordou de vez, em bolaça de fora de Ricardo. E virou com seu irmão, Fernando Fischer, em sua especialidade. Nova dianteira dos venezuelanos, mas valeu a recuperação dos guerreiros, que buscaram sete pontos (fração de 26 a 19) e foram inteiros para o período final, 60 a 63.

Se Sucre já começou assustando com mais uma bola do perímetro, Ricardo Fischer, o melhor em quadra, empurrou o time para a vitória, marcando os 11 primeiros pontos do time no período. Larry, até então sumido no jogo, fez bola de três na hora certa e Gui roubou bola no lance seguinte, sofrendo falta intencional dos venezuelanos que gerou ataque de quatro pontos (lances livres mais posse de bola aproveitada por Murilo). Foi a vez de Larry fazer oito pontos seguidos e garantir o triunfo bauruense, por 97 a 89.

Abre aspas
“Estávamos jogando mal, conseguimos tirar a diferença e praticamente garantir a vaga. Pude conduzir o time, e tenho que enaltecer muito o trabalho de pick and roll do Murilo, do Tischer e do Mathias. Assim pude puxar  pontuação”, comentou Ricardo Fischer, cestinha da partida.

“Foi muito importante a reação do time, principalmente pela rotação ter funcionado. E uma partida dessas, como intercâmbio, contra um time muito físico como esse, é muito importante para a temporada. É um ganho que só um torneio internacional proporciona”, disse o técnico Guerrinha, satisfeito com o trabalho do time.

Números
Ricardo Fischer: 25 pontos
Murilo: 24 pontos, 6 rebotes
Larry Taylor: 18 pontos, 8 rebotes, 5 assistências, 5 roubadas
Fabian Barrios: 11 pontos, 6 rebotes, 4 assistências

Fazendo as contas
Apesar das duas vitórias, os alvilaranjas ainda não estão classificados. Caso o Caquetios vença o Concepción e Bauru perca para o Defensor (que hoje bateu os chilenos por 87 a 80), a decisão vai para saldo de cestas. Até aí, só um desastre… O Dragão tem um saldo de 27 pontos, o Defensor de um e o time de Falcón, dois negativos.

Bastidores
O Paschoalotto Bauru encarou uma multa de R$ 5 mil para dar visibilidade a todos os seus patrocinadores. Era permitida apenas a marca máster no uniforme. O expediente não poderá ser repetido na próxima fase, mas mostra o comprometimento da associação com seus apoiadores.
Atualizado: US$ 5 mil — em moeda de Obama.

Outra curiosidade da noite foi o fato de Bauru jogar como “visitante”, pelo menos na posição da tabela de jogos. Assim, jogou de azul e sentou-se no banco de reservas do outro lado (o da saída dos vestiários), fato que não ocorria desde o antigo Bauru Basquete, no início da última década.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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