Tudo errado na quadra, tudo errado na arquibancada. O Paschoalotto Bauru foi apático a ponto de, na partida inteira, pontuar parecido com o que fez primeiro tempo do jogo três, na Panela — Franca venceu por 79 a 59. No meio da galera, a lamentável hostilidade dos francanos. Uma quinta-feira triste, ainda, porque o Dragão teve que jogar, no mesmo horário, contra o Palmeiras, na estreia do NBB6. A única coisa boa dessa noite confusa foi o protesto que os atletas combinaram no início das partidas, gastando duas posses de bola, cada, sem ir para a cesta — inspirados no que os boleiros do Bom Senso F.C. fizeram na rodada desta semana no Brasileirão de futebol.
Como era esperado para a série, haverá quinto jogo. A impressão de que Bauru mataria fora de casa se deu pela facilidade com que venceu os dois primeiros na Panela — mesma facilidade que Franca teve neste jogo 4… A hora da verdade será na próxima terça, dia 19, às 20h, na Caverna do Dragão.
O jogo
No primeiro, de muitos erros e poucos pontos, Bauru conseguiu manter a vantagem francana sob controle, perdendo por apenas 31 a 25. Fez o mesmo no terceiro quarto, perdendo a fração por apenas dois pontos (15 a 13), mas o placar agregado já revelava oito pontos difíceis de buscar. E impossíveis quando se multiplicaram, no passeio que Lucas Mariano e Eddie Basden: mais 12 pontos (33 a 21) e placar folgado ao zerar do cronômetro. Ricardo Fischer, o motor do time, esteve mal e muito preocupado em argumentar com a arbitragem. Ele, Murilo, Gui e Fernando Fischer pontuaram menos de dois dígitos, contribuindo pouco no ataque e bem abaixo da média.
Abre aspas*
“A equipe não entrou bem. Vamos ter que decidir em casa. O time jogou sem energia, não esteve bem, não podemos deixar isso acontecer. Agora vamos ver como Franca vai reagir lá na nossa casa”, avisou o pivô Lucas Tischer, melhor bauruense em quadra.
“Hoje faltou paciência, qualidade, Franca jogou com mais energia, as coisas fluíram mais para eles. Franca mereceu a vitória, isso é indiscutível. Trabalhamos o campeonato inteiro para ter a quinta partida, vamos decidir em casa”, comentou o técnico Guerrinha.
*Entrevistas concedidas ao repórter Diogo Carvalho (matou saudades da latinha!), da Auri-Verde/Jornada Esportiva
Números
Lucas Tischer: 20 pontos, 8 rebortes
Larry Taylor: 10 pontos, 4 rebotes
Fabian Barrios: 8 pontos, 4 rebotes
Torcidas
Eu deveria dizer que é difícil comentar à distância, sem ter visto.
(Parêntese: não vi porque não tenho ESPN HD+ e é triste para o basquete paulista estar limitado a um canal que pouquíssimas pessoas têm acesso. Este é um canal para os pacotes top, que pouca gente tem… Enfim, meia dúzia viu esse clássico pela TV)
Voltando: não vi, mas é fácil opinar. Torcida tem que ir ao ginásio para assistir à partida e apoiar jogadores. Qualquer ato de hostilidade é lamentável. Ponto final. Se os francanos erraram no Pedrocão, temos que rechaçar, condenar, reclamar na Federação, fazer boletim de ocorrência, qualquer ferramenta lícita e pacífica está valendo. Agora, sugerir que Bauru tem que dar o troco, ser igualmente besta? Não contem comigo. Chamam a diretoria do Bauru Basket de “boazinha”, por sua hospitalidade. Eu prefiro chamar de correta. Rafael Antônio foi muito feliz na transmissão: o ginásio é lugar de avós, casais, crianças. Tem gente que fica mandando dedo para o torcedor adversário e nem olha para a quadra… A batalha é lá, embaixo da cesta. Luta fora da esportiva é falta do que fazer.
Atualizado: um comentário só para as reações nos comentários abaixo — que eu acho ótimo, todo mundo tem o direito de opinar e se manifestar — é que não preciso dar aula de interpretação de texto para ninguém. Qualquer ato de hostilidade é lamentável, portanto, estou falando de ambos os lados. Quando falo especificamente do pessoal de Franca, falo por terem jogado objetos nos bauruenses. Provocações verbais até são do jogo. Objetos, nunca — e isso inclui o que os bauruenses jogaram na quadra.