Limeira jogou bem, mostrou a força de seu elenco qualificado e foi páreo duro para o Paschoalotto Bauru, como esperado. Apesar disso, em nenhum momento a vitória pareceu ameaçada, tamanho o controle da partida do líder do campeonato, que soube administrar milimétrica vantagem e ainda deslanchou no finalzinho, fechando em 89 a 80.
A expectativa sobre a atuação do armador Larry Taylor, em seu retorno da Seleção, foi superada positivamente. O Alienígena entortou adversários com dribles que arrancariam aplausos de Garrincha, distribuiu (dez) belas assistências e pontuou bem (19). O baque da má campanha brasileira na Copa América já passou, o camisa 4 está de sorriso largo e animado com os novos colegas. Vai dar gosto de ver esse time jogar daqui pra frente — e ainda falta os irmãos Fischer…
O Dragão alcança 12 vitórias em 13 jogos e segue tranquilo na liderança do Campeonato Paulista. No próximo sábado (14/set), recebe Rio Claro, também na Panela de Pressão, às 18h.
O jogo
Logo de cara deu para perceber Larry Taylor solto, sobrando fisicamente ao conduzir a bola com sua habitual velocidade. Ele experimentou servir Tischer com a bola lá no alto, encontrou Andrezão — grande jogo do Mamute, cestinha com 22 pontos! — na linha de três e trocou passes no perímetro com Gui. Mas, do lado de lá havia o não menos habilidoso David Jackson, e Limeira mostrou que não seria um jogo fácil para o Dragão. Parcial de 26 a 20. No segundo quarto, os visitantes apertaram a marcação e apostaram nos chutes de Renato e no jogo interno de Bruno Fiorotto para devolver a fração (26 a 20) e irem para o intervalo empatados em 46 pontos.
No terceiro quarto, Bauru construiu a diferença que garantiu a vitória. Andrezão infiltrou, brigou por rebotes; Fabián Barrios, em nova boa atuação, mostrou que está com o chute calibrado. A fração de 24 a 18 garantiu “gordura” para o período decisivo, que foi apertado. O placar ficou amarrado por quase metade do tempo e, quando as bolas começaram a cair, foram mais do lado alvilaranja. Gui Deodato encarou marcação e fez belo jump; Larry fez infiltrações de cinema (uma concluída por ele, outra com belo passe para o Mamute); e a galera fez a festa, com a vitória por 89 a 80.
Números
Larry foi o cara, com duplo-duplo (19 pontos, dez assistências) e ainda pegou cinco rebotes. O cestinha Andrezão (22 pontos) capturou quatro rebotes, distribuiu quatro assistências, roubou duas bolas e deu um toco. O argentino Barrios fez 16 pontos (4/7 da linha de três), Gui guardou dez e pegou sete rebotes. E a dupla do garrafão foi discreta, mas não menos eficiente: Murilo fez 11 pontos, pegou seis rebotes e deu três assistências; Tischer também fez 11.
Abre aspas
“Eu não estava num dia inspirado, então não tinha motivo para vibrar. Não fui no começo do jogo como eu queria. Tenho que trazer uma coisa dentro de mim e pensar positivo para ajudar o time. Tive um bom final de jogo, mas um começo ruim. Parabéns para o Andrezão, que ajudou muito hoje. E a equipe está de parabéns”, comentou Gui Deodato, quando perguntado porque estava de cara amarrada no jogo.
“Ano passado, quando voltei da Seleção, voltei diferente. Este ano, não queria isso de novo… A semana inteiro pensei em fazer meu jogo, mais ainda por causa da lesão do Ricardo. Entrei com tudo. Foi meu primeiro jogo com os novos colegas, mas eu já os vi jogando, faz cinco anos que vejo. Sei como o Murilo jogava com o Fúlvio e tentei fazer o mesmo. Ele e o Tischer são pivôs com velocidade e foi fácil para entregar a bola para eles. Gostei muito do time, temos tudo para brigar pelo título”, comemorou Larry Taylor.
“Desde que cheguei, o Guerra falava para eu jogar de três, para melhorar meu jogo. Eu acreditei nele e a cada dia treino mais forte para me fixar nessa posição. Se precisar, jogo na quatro e até de cinco, o negócio é jogar e ajudar o time. O Guerra acredita no meu trabalho, eu no dele e acho que está dando certo”, disse o ala-pivô Andrezão, feliz pela grande fase.
“O André melhorou muito, evoluiu. Acrescentou uma característica essencial no jogo dele, a bola de três. E faz de tudo: briga, pega rebote, bola espirrada, melhorou o drible… Está personalizado. O Gui não foi bem hoje. Estava muito preocupado com faltas… Jogo é igual briga de rua, não pode vacilar”, avaliou Guerrinha, sobre dois de seus pupilos. O treinador ficou feliz com a forma como Larry voltou, sem os vícios da Seleção: “O Larry jogou nas características de Bauru. Ele se sentiu bem, o time está feliz, são amigos e teve uma química boa. Todo mundo gosta dele, até o adversário gosta do Larry. Aceitaram o Larry, sabem da importância dele para nossa franquia”.