Era para Rafael, Biloca e Kesley terem ganhado seus minutos, quando o placar estivesse dilatado. Mas o Paschoalotto Bauru não fez um bom jogo. Só venceu Rio Claro (por 82 a 77), por sua superioridade técnica. Daqueles dias em que, viesse um adversário mais qualificado, levava. Daqueles dias também, portanto, que Guerrinha ficou muito bravo à beira da quadra, e mais ainda porque cobrou vibração do time, em noite apática, de muitos erros e sufoco desnecessário. De qualquer forma, o líder do Campeonato Paulista chegou a 13 vitórias em 14 jogos. E agora inicia uma sequência de quatro partidas fora de casa. Vai ter que jogar muito mais do que isso.
O jogo
O primeiro quarto não foi a facilidade que se esperava, ainda mais com o desfalque da principal estrela rio-clarense, o armador Brown. Os chutes visitantes estavam certeiros, sobretudo com Luisinho. Bauru devolvia com a mão certeira de Andrezão e as cravadas de Lucas Tischer. Na metade do período, Rio Claro chegou a ficar na frente. Mas Larry, que ainda não havia pontuado, entrou em cena e conseguiu fechar o período na frente (23 a 20).
No segundo, Guerrinha lançou Barrios e Mathias para acordar o time. Eles até meteram suas bolinhas, mas Caio, do outro lado, guardou duas de três e manteve o advesário no páreo. Murilo, cestinha do primeiro tempo com 12 pontos, segurou a bronca e novamente o quarto foi vencido na marra (22 a 19), levando vitória de 45 a 39 para o intervalo.
Depois de uma boa e merecida bronca no vestiário, Bauru voltou ainda disperso. A ponto de Guerrinha dar bronca em Larry. “Organize o jogo!”, pediu encarecidamente… Em outra noite ruim, Gui Deodato perdeu bolas e seu chute de três só caiu uma vez, em sete tentativas. Dessa forma, não foi possível aumentar muito a diferença: fração de 19 a 15 e 64 a 54 no placar.
O quarto final foi tenso. Mas serviu para acordar todo mundo, inclusive o público, também em noite discreta. De repente, o ginásio inteiro entrou na pilha, vaiou o adversário, comemorou rebotes. Porque, a 5min do fim, Rio Claro estava na frente! — isto é, botou mais de dez pontos sobre Bauru em meio período. Aí, veio a reação, na raça de Tischer e na frieza de Murilo. Novamente, entretanto, os visitantes colaram. Só mesmo nos instantes finais a vitória se definiu, com bolaça do Alienígena, de fora, a 13s do fim. Vitória por 82 a 77, mas com período perdido por 16 a 22. Vale um puxão de orelhas.
Abre aspas
“Basquete é legal porque qualquer um que se esforçar pode se tornar um time forte. Mas nosso time está encaixado, focado e é muito difícil ganhar da gente. Um dia me perguntaram se Bauru precisava de um jogador novo. Eu disse que estamos encaixados e qualquer contratação nesse momento iria quebrar isso. O trabalho está sendo bem feito e estão todos de parabéns. O Andrezão está evoluindo muito, tem se tornado importantíssimo para o time. Quanto ao Gui, ele está nessa situação porque estamos exigindo muito dele ajudando na armação. Ele está ajudando muito o armador e se desgastando. Não é a mesma equipe do ano passado e está tentando se adaptar”, comentou Lucas Tischer, ovacionado pela galera ao final da partida.
A longa entrevista pós-jogo de Guerrinha trago em post exclusivo nesse domingo. Combinado.
Números
Murilo foi de duplo-duplo: cestinha, com 27 pontos (acertou os sete lances livres que teve), mais dez rebotes e dois tocos.
Larry anotou 18, pegou seis rebotes e distribuiu oito assistências.
Tischer fez 12, pegou dez rebotes.
Andrezão: dez pontos e dois rebotes.
Gui Deodato e Fabián Barrios fizeram somente cinco pontos, cada.