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Eu, corredor (10): menos pança, mais vontade!

Muito bom retomar esse diário de corredor com boas notícias! Depois do último post, quando relatei minhas duas corridas sofridas com o maior peso que tive na vida (79kg), entrei numa comilança, cravei 80kg e a luz vermelha acendeu. Foi quando, em ótima hora, a família sugeriu uma aposta, ao estilo Medida Certa, para quem perdesse mais peso até o Natal.

Era 19 de novembro. A academia relaxada, poucos quilômetros rodados. Mas a resolução de perder peso e, consequentemente, ficar mais leve para correr. Pela primeira vez na vida, fiz dieta. E funcionou. O ideal é consultar um nutricionista, mas ousei o regime por conta própria porque não fui radical, não cortei nutrientes, apenas comi de forma moderada, priorizando alimentos saudáveis.

Arroz e pão, só integrais. Café da manhã com iogurte e fibras. Almoço com prato comedido (sem esconder atrás da montanha de arroz e carne…) e cheio de salada. Jantar levinho, levinho. E algumas frutas entre as refeições — haaaja maçã! Aliado a isso, a academia, com um pouco de musculação para aguentar mais uma prova de 5km (Eco Runner, dia 8/dez). Depois da corrida (35min24, tempo alto de novo, mas cheguei inteiro e senti menos dor nos dias seguintes em relação às anteriores), parei com os ferros, só aeróbico, pois ganhar massa magra diminuiria minha perda de peso.

Pois bem. No dia 22 de dezembro, a “pesagem oficial”. Em pouco mais de 30 dias, sequei 5,6kg (a balança marcou 74,4kg), o que estava nítido na barriga com menos centímetros e no rosto mais afinado. Melhor: com mais disposição para correr. Ganhei a aposta e muito ânimo para encarar as passadas daqui pra frente. Até me dei de presente um tênis mais caprichado, da Asics — o anterior era bem pangaré…

O mais bacana é que, nos dois dias seguintes, corri com minha irmã, que começou a praticar antes de mim e me inspirou. Nunca tínhamos corrido juntos. E rendeu. Num dia, 3,8km em 25min (9km/h); no outro, 4,6km em 30min (9,2km/h), desempenhos melhores do que os 8,5km/h do dia 8. Melhor ainda: sem sentir dor depois.

No dia 30, já em São Paulo para o réveillon, mais uma corridinha. Muito bom ir para o asfalto, para quem tanto treina na esteira. Caminhei 20min com a esposa e o sogro antes de engatar 2,7km em 17min, isto é, 9,5km/h. Devagarinho, evoluindo. Desta vez, entretanto, resultou numa dorzinha no joelho, sinal de que é hora de voltar para a musculação e fortalecer.

A empreitada agora não tem data marcada nem compromisso com reduções na balança. Com a alimentação reeducada e atívidade física regular, sei que vou perder mais um pouco de peso. Eu achava que seria 72kg, agora já penso que pode ser 70kg. Mas é o meu corpo quem vai responder a partir de agora.

Ah, aposta ganha, rendi-me à comilança do Natal, ganhei 1,5kg, dei uma segurada no Ano-Novo e recuperei  0,6kg. Estou pesando 75,3kg enquanto escrevo estas linhas, o que não me assusta, vou queimar de novo e sem sofrimento. Porque agora, de pisante voador e menos pança para arrastar, eu vou longe. Corre, Fernando, corre!

Em tempo: haverá prova noturna em Bauru no dia 1 de fevereiro. Nunca participei de corrida à noite e estou ansioso porque deve ser um barato. Não vou traçar meta, mas certamente dá para me aproximar dos 10km/h. Sem neura, como bom mineirinho.

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Eu, corredor (9): arrastando a pança

Quem vê a foto, ou convive comigo, pode dizer: “mas você não é gordo!”. Não sou mesmo, mas tenho aquela concentração abdominal, a famosa barriga de chope, que tem um nome mais feio e perigoso: gordura visceral. É um dos principais fatores de risco de doenças cardiovasculares. Além disso, meu IMC (índice de massa corpórea) está em 25,8, isto é, acima do limite (25), acusando sobrepeso — estou pesando 79kg (tenho 1,75m), nunca pesei isso na vida, fui chassi de frango até os 23 anos, mais ou menos (tenho 33).

Pois bem, a corrida é minha aliada nessa empreitada: rumo aos 72kg. Um desafio e tanto. No último post, o da retomada, cogitei correr uma prova de 6km em 25 de agosto. Nem f… Passei longe dela — depois da labirintite, veio virose, zica total. Se seria uma loucura correr àquela altura, não foi menos ousado o que acabei fazendo semanas depois: duas provas de 5km em 15 dias! Pior, sem o condicionamento ideal — o tempo tem sido implacável e a frequência na academia meio espaçada.

Na primeira prova, a etapa Fogo da Eco Runner (15/set), arrastei-me na turma do fundão. Consegui trotar 3,5km em longos 24min. Quando ia começar um subidão, arreguei… Caminhei por pouco mais de 1km e voltei a trotar no trecho final. Resultado: impressionantes 41min20 no total, de provocar risadas nos pilotos da Caterham na F-1. Nos dias seguintes, corpo baleado, doía só de pisar e descer escadas era tarefa penosa.

Poucas vezes na academia no intervalo, mas reforçado por bater uma bolinha três vezes (basquete trio, vai ter campeonato de empresas, depois conto), achei que ia ter mais fôlego. As pernas ainda não ajudam, mas fui melhor. Dessa vez (Volta da USP, dia 29/set), foram apenas 200m de caminhada, exatamente antes da subidona dentro do campus, no quilômetro final. Os 35min46 foram até decentes diante do resultado anterior, mas ainda muito longe de uma corrida boa, mesmo para um iniciante.

Tenho uma prova em 29min40 no “currículo”e o ideal é correr abaixo disso. Quando acontecer, será sinal de que meu condicionamento estará melhor, o músculo mais preparado, o coração e o pulmão mais em sintonia com a minha vontade.

O próximo passo é melhorar a alimentação e aumentar a frequência na academia. Nunca tomei iogurte na vida e está difícil acostumar com aquele troço azedo, por mais granola e outras firulas que eu misture. Mas eu chego lá. Ainda mais porque meu amigo Aziz, com quem sempre competi de moleque (do videogame às ficadas na balada), está brigando contra a balança e será humilhante ele me deixar para trás. Agora, somos dois velhos pais de família. Ainda dá tempo de tirar o velho dessa frase aí.

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O vexame do Brasil na Copa América de basquete

Quatro derrotas em quatro jogos. Tropeços para adversários teoricamente “batíveis”. Não se imaginava tomar 29 pontos do Canadá, perder para o Uruguai e eu nem sabia que se jogava basquete na Jamaica. Depois do quinto lugar na Olimpíada de Londres, a Seleção Brasileira deu um gigante passo para trás — e terá que recorrer a um humilhante convite se quiser estar presente no Mundial de 2014.

Nem vale tocar no assunto das ausências de Nenê, Splitter, Leandrinho, Varejão e cia… Por contusão ou problema burocrático com a NBA, é cenário repetitivo e o técnico Rubén Magnano deveria saber lidar com isso. Se faz bem ou não de convocá-los mesmo assim para expor suas negativas, cada um que avalie. O certo é que o grupo, mesmo sem essas feras, deveria ter feito melhor papel na Venezuela.

O que ficou evidente foi a fragilidade física, sobretudo no garrafão, que resultou numa defesa vulnerável. E o ataque, com poucas variações e muito dependente de Marcelinho Huertas, teve pontuação baixa nesses quatro jogos.

Que o fracasso sirva, pelo menos, para expor as feridas da CBB, que hoje existe quase que exclusivamente para gerir a Seleção — já que os clubes criaram ligas para organizar seus campeonatos nacionais (até na base masculina!) — e mesmo assim não consegue fazer um trabalho de excelência. Apostou todas as fichas em Magnano e ele se mostrou, como qualquer um, falível. E fica ele também exposto, seus métodos autoritários que criaram antipatia na comunidade basqueteira nacional.

Não é o caso de demitir o treinador, com contrato até 2016. Mas o trabalho de avanço que ele havia conquistado escorreu pelos dedos. Terá que começar tudo de novo.

Larry Taylor
O gringo-brasuca do Paschoalotto Bauru sucumbiu junto com os colegas. Era evidente seu esforço, sua dedicação se desdobrando na defesa, mas seus números foram tímidos: médias de 6,8 pontos, 5,5 rebotes e 2,3 assistências. A minutagem aumentou em relação à Olimpíada: 29min em quadra, contra 11min em Londres.

Seu retorno a Bauru é imediato, já que teve férias antes de se apresentar a Magnano. Terá um tempo para se “reprogramar”, como disse Guerrinha, mas o fato de voltar com mais ritmo de jogo e com uma atuação menos burocrática do que a de 2012 deve ajudar.

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A crise do São Paulo

Dez dos 12 grandes clubes brasileiros já ganharam a Libertadores. Faltam apenas Botafogo e Fluminense. O dia de glória deles pode chegar. Afinal, os últimos campeões, Corinthians (2012) e Atlético Mineiro (2013) carregavam uma sina tão grande que suas conquistas pareciam inimagináveis. Mas são clubes poderosos, de massa, chegaram lá.

Falamos da glória. Cheguemos à outra ponta. O inferno. Sete dos 12 grandes já foram rebaixados no Campeonato Brasileiro. Faltam sentir esse gosto amargo: Cruzeiro, Flamengo, Internacional, Santos e São Paulo. Todos, menos o Tricolor paulista — ou pelo menos não me recordo –, já escaparam em rodadas finais, flertaram seriamente com a segundona. Cedo ou tarde, o dia deles também chegará.

E o São Paulo, exatamente o time que me falha a memória vê-lo sofrendo no fundo da tabela, hoje corre sérios riscos de cair. Impensável até outro dia ver o estruturado e moderno clube paulistano numa situação dessas. Creditava-se o hegemônio tricampeonato nacional e 2006 a 2008 por causa da organização. Mas esse modelo, esse exemplo, se foi. A boa estrutura segue, mas a política está em ruínas. Quando Juvenal Juvêncio resolveu virar ditador. Quando o hábito de acreditar no trabalho de longo prazo de treinadores deu lugar ao preguiçoso exercício de demitir. Quando as contratações, antes pontuais e certeiras, ficaram numerosas e equivocadas.

Erros nada diferentes do que o dos outros clubes. É que tudo era certinho demais no São Paulo e beirou a arrogância. Agora, justamente na reta final da incontestável gloriosa carreira de Rogério Ceni, um golpe desses. É cedo, dá tempo de o capitão e seus colegas salvarem a campanha tricolor. Mas, desde que todos aprendam lições. Até porque, não é preciso cair para arrumar a casa. É o jeito mais dolorido, funciona (vide o Corinthians pós 2007 que ganha tudo hoje), mas não precisa ser assim.

Do mesmo jeito, sobreviver na elite não é sinônimo de eficiência. O endividado Flamengo está aí como a maior prova, com um título em 2009 que foi uma bela exceção em meio a sufocos em campo durante décadas de amadorismo na gestão de seu futebol.

Dá tempo, São Paulo. Mas tem faxina pela frente, com ou sem queda.

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Eu, corredor (8): o desafio de voltar

Esta é a parte sem-vergonha do blog. Aquela em que o jornalista se mete a criar um querido diário, contar sua luta contra o sedentarismo, mas a preguiça está na frente, bem na frente… Mas, não tem outro jeito: tenho que retomar quantas vezes forem necessárias. A corrida acaba sendo pano de fundo. Não tenho metas ousadas de resultados ou de quilometragens. Só quero ver minha saúde refletida nas passadas — e consequentemente diminuir a incômoda barriguinha.

A última vez que completei uma prova foi no início de julho de 2012! E logo depois da minha melhor performance (a primeira vez correndo 5km abaixo de 30min), parei total. Pausa para férias, desencontro agenda-academia e só quase um ano depois criei vergonha na cara.

De volta para a academia. Por pouco tempo… Veio uma crise de labirintite e pausou o esforço do meu retorno. Coincidindo com a cara nova do blog, quero de novo dar a cara entre os ferros. A prioridade é total no fortalecimento muscular, a parte aeróbica vem com o tempo. Mas aí, bateu a vontade de cometer a loucura de correr uma prova de 6km já no dia 25 de agosto. Dá tempo? Não sei. Ano passado, nessa mesma prova, corri 3km, caminhei 1km e voltei a correr outros 2km. Não queria passar por essa experiência de novo. Bom, vamos ver no que dá, tudo vai depender da frequência nesses primeiros dias.

Até com a leitura sobre os benefícios da corrida eu parei… É um universo fascinante. Vai aqui só um aviso: minha intenção não é criar um manual de corredor, arriscar dicas, nada disso. Meu negócio é contar história. Se entreter alguém, terá valido a pena.

Por enquanto, se ninguém acreditar na minha volta, eu compreenderei. Espero surpreender. Inclusive a mim mesmo!