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Trem-Bala vence o fraco Grêmio Prudente

Jogadores fazem melhor partida e aquecem corações noroestinos em noite glacial no Alfredão

Direto do gelado Alfredão

A noite prometia ser a maior roubada do Canhota 10 desde que me propus a roer o osso com o Norusca na Copa Paulista. A previsão do IPMet se confirmou e o vento frio rasgou o rosto dos bravos noroestinos que foram ao Alfredão. Mas para recompensar esses fiéis torcedores, o Alvirrubro fez sua melhor apresentação neste semestre, sobretudo no primeiro tempo.

Com boa movimentação do quarteto ofensivo, o Noroeste chegou ao ataque tocando bem a bola e mostrando interessante disposição tática: Giovanni aberto na esquerda, chegando à linha de fundo, e Aidar pelo outro lado. Cleverson, voltando de contusão, foi discreto, mas ganhou confiança para as próximas rodadas, com seu golaço.

O Prudente, muito fraco, jogava com seu time principal ao mesmo tempo (empatou em 0 a 0 com o Atlético-MG, pela Sul-Americana). A molecada, em Bauru, não ofereceu perigo. O que não desmerece a vitória noroestina: quem pega time fraco e ganha com propriedade é porque jogou bem.

Agora vice-líder do Grupo 1, com seis pontos, o Trem-Bala visita a Penapolense, terceira colocada, domingo (8/8), às 10h.

O JOGO

A partida demora a engrenar. Somente aos 16 o primeiro chute no rumo do gol adversário. Aidar faz jogada pela esquerda e rola para trás. Juninho, sempre ele, arrisca da meia-lua e o goleiro pega. Um minuto depois, é a vez de Adílson tentar da intermediária para defesa de Vinícius. Aos 20, o Noroeste perde gol feito. Após bola cruzada da direita, a bola sobra para Aidar na área, pinga oferecida em sua frente e ele chuta travado, por cima, ganhando escanteio.

O Alvirrubro segue pressionando. Em bela trama, Rafael Mineiro faz a ultrapassagem pela direita, recebe e cruza, mas Adilson e Giovanni não alcançam.

Após a primeira chegada do Prudente, aos 24, em cabeceio de Saldanha defendido por Yuri, o Norusca chega ao merecido gol, aos 27. Giovanni cobra escanteio da esquerda, a zaga desvia e Cleverson domina o rebote no peito – da meia-lua, ele enche o pé no ângulo direito do goleiro, indefensável.

A partir daí, a partida esfria, assemelhando-se ao clima polar do Alfredão. Somente aos 38 o Trem-Bala volta a agredir a defesa rival. Giovanni, atuando bem aberto pela esquerda, cruza aparentemente sem perigo, mas Vinícius fura e a bola quase entra. Aos 42, de novo camisa 10 alvirrubro, fazendo grande partida. Ele chuta de longe e alto para difícil ponte do goleiro. No minuto seguinte, a segunda chegada do Prudente, novamente com Saldanha, que chuta mascado e facilita defesa de Yuri.

Aos 46, o lateral-esquedrdo Roque tem seu momento de Roberto Carlos, cobrando falta com força, do meio da rua – a bola passa do lado da trave.

No intervalo, voltando do carro – para buscar mais uma blusa de frio – passo ao lado do vestiário alvirrubro e o vento traz da janela o grito do treinador Marcos Antônio Ribeiro: “Vamos jogar bola!”. Os jogadores atendem de cara. Logo a um minuto, novamente em escanteio cobrado por Giovanni da esquerda, o gol sai. A bola sobra para Bonfim empurrar com o pé direito, rasteirinha. O capitão, que vinha de más atuações, vibra muito.

A partida segue com muita movimentação, mas sem chances, até o Trem-Bala ampliar, já aos 32 minutos. E novamente em jogada de Giovanni que gera escanteio. A cobrança é cortada, Aidar pega a sobra na beirada da área e tenta o gol por cobertura, quase sem ângulo. Debaixo da trave, Giovanni apenas confirma de cabeça.

O Prudente tenta reagir, mas Costela, aos 33, e Beto, aos 35, ambos de dentro da área, chutam a bola nos eucaliptos. A essa altura, o Noroeste já tem três novos atletas em campo: Almir Dias – que havia entrado bem contra o MAC –, Paulo Roberto ganha mais uma chance e Mizael novamente substitui o contundido Rafael Mineiro, que sempre apanha muito.

Aos 43, o veloz e desengonçado atacante Costela obriga Yuri a fazer sua primeira defesa difícil. Dois minutos depois, Rhayner dribla dentro da área e finaliza perto do gol. Mais relaxado, o Norusca começa a errar passes e ceder contra-ataques. Mas nada que apague a boa atuação, que pode sinalizar novo (e vencedor) rumo para o time na competição.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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