Após reunião fechada do Conselho Deliberativo — para formalizar a saída da FL Work and Sport –, imprensa e alguns torcedores se reuniram para ouvir a proposta do empresário Toninho Gimenez, de juntar patrocinadores para reerguer o Noroeste.
Não foi uma fala decisiva, ele pediu 20 dias para formalizar o projeto, segundo ele procurar os empresários com quem já falou previamente e formalizar os apoios. Chegou a dizer que, se ouvir não dessas pessoas, a opção será fechar as portas. Mas não será o caso, o cenário está desenhado.
Gimenez já está apalavrado com pelo menos quatro empresas e o montante deve girar entre R$ 60 mil e R$ 80 mil mensais, havendo ainda boa possibilidade de a empresa GVT, que se instalou há pouco em Bauru, patrocinar com cerca de R$ 300 mil por ano.
O valor inicial (que pode beirar os R$ 100 mil por mês, portanto) é para enxugar a estrutura e viabilizar o clube. Para a Série A-3, Gimenez promete um novo projeto, considerando inclusive a possibilidade de chegarem jogadores com salários bancados por seus respectivos empresários. A cessão do Complexo Damião Garcia à prefeitura também é um ponto defendido pelo conselheiro — uma economia de R$ 30 mil mensais, segundo ele.
No uso da palavra, Gimenez foi duro e não poupou críticas à gestão Buzalaf. Mas fez mea culpa, em nome do Conselho. “Fomos ridículos e covardes”, afirmou, sobre o fato de terem jogado essa batata quente chamada Noroeste nas mãos do inexperiente cartola Anis Buzalaf. Rechaçou o apoio de prefeituras vizinhas defendido por Abel Abreu e, apesar de elogiar o trabalho, viu como infrutífero o projeto de marketing apresentado por Marcos Cafeo, “tentado várias vezes nos últimos anos”.
Anis continua, por enquanto
O presidente chegou a dizer que estava disposto a renunciar durante a reunião, mas como a proposta ainda não se concretizou, no fim das contas disponibilizou-se a ajudar na busca de patrocinadores. Tampouco formalizou o pedido de licença (por motivos de saúde) que havia anunciado. Gimenez disse que a presença de Anis nesses 20 dias será necessária para “limpar o clube” — leia-se acabar com os vestígios da era Larangeira. A tendência é que, tão logo o projeto se concretize, Buzalaf se afaste e um grupo gestor assuma interinamente o clube até as eleições, que serão antecipadas para novembro — a tempo de preparar o time para a A-3.
Novo Conselho?
Sempre se fala em renovação do Conselho Deliberativo e novamente o assunto entrou em pauta — eleição também em novembro. Mas sempre abordado de forma confusa. O quadro associativo (que elege o Conselho, que, por sua vez, elege o presidente) é uma caixa preta e, por mais que faça parte do discurso, não se nota muita disposição para oxigenar esse grupo. E torcedores das arquibancadas, definitivamente, não serão levados em consideração, pelo teor das declarações dos conselheiros.
De novo a imprensa…
Novamente a imprensa foi cobrada por suas reportagens, o que se tornou corriqueiro nos últimos tempos. O jornalista Rafael Antonio foi injustamente mal interpretado por ter adiantado informação que se concretizou nessa sexta, sem ter revelado nomes na ocasião. Apenas respeitou a fonte e suas condições, princípios básicos do Jornalismo. Reafirmo que a imprensa de Bauru tem sido exemplar na cobertura do Noroeste, expondo a verdade e, digo mais, poupando o noticiário de fatos negativos e nebulosos exatamente por ser responsável, por não ter provas. Mas a rubraiada sabe dos bastidores…
Somos todos Noroeste
O que se espera desse novo momento que se anuncia no Noroeste é que o seu bem maior seja respeitado: sua torcida. Gente que procura o lado dos eucaliptos para amenizar o sol na testa. Gasta seu suado dinheiro no ingresso, na camisa oficial. Que vai até Criciúma apoiar o Alvirrubro. Que respira vermelho e branco diariamente, atenta ao noticiário, debatendo e imaginando soluções. Que vê a quantidade de torcedores diminuir ano após ano, mas insiste, tatua a pele, teima em sofrer, porque sabe que vai sorrir de novo. Que seja logo, aplaudindo um clube sustentável.