Conforme relatei na crônica da primeira vitória noroestina nesta Copa Paulista, o técnico Edinho Machado está aliviado — ao apito final, palavrão de desabafo e aquela benzida básica.
Depois que saiu do vestiário, concedeu entrevista à imprensa, descontraído entre os jornalistas e mais ainda entre colegas do clube. Brincou, deu risada, estava solto, sem o peso dos cinco jogos sem vitória que antecederam os 2 a 0 sobre o Monte Azul.
Mantido no cargo pelo presidente Anis Buzalaf, a despeito do desejo do gestor Fabiano Larangeira, Edinho não economizou nas palavras durante a coletiva. Trazido pelo empresário gaúcho, hoje ele parece afastado de quem lhe confiou o cargo há algumas semanas. E deu o recado: quer melhores condições de trabalho para o grupo, que, garante, pediu sua permanência.
“Espero que esse jogo de hoje tenha sido um marco para o Noroeste. De maneira nenhuma pensei em sair, como disse a cogestora. Mesmo sem a mínima estrutura, ganhamos, os jogadores se empenharam. Eles estavam pedindo a minha permanência”, revelou.
Acompanhando a partida atrás do banco de reservas, pude perceber o diálogo entre Edinho e jogadores. Parece mesmo haver cumplicidade. Ele dá bronca, cobra posicionamento e é atendido. Sua demissão seria mesmo precipitada, levando em consideração o turbilhão de fatos negativos ao redor do elenco. Deixemos a turma trabalhar, eles são o menor dos problemas em Alfredo de Castilho.
E como têm que trabalhar: os próximos quatro jogos, sendo três fora de casa, serão difíceis. Apesar da euforia da primeira vitória, a situação noroestina ainda é incômoda na tábua de classificação da Copa Paulista.