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Noroeste quer fazer amistoso contra grande paulista, mas calendário não ajuda

Noroeste quer jogar amistoso contra time grande, mas não há datas disponíveis

Lendo matéria de Luiz Beltramin na edição de ontem (20/ago) do Jornal da Cidade, fiquei espantado com a pretensão do gestor noroestino, Fabiano Larangeira (foto). Segundo a reportagem, ele pretende fazer uma amistoso comemorativo, pelos 103 anos do Noroeste, contra um grande clube paulista, no dia 3 de setembro.

Entende-se por time grande paulista Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, certo? Pois bem: a não ser que a partida seja disputada por reservas ou juniores, não dá para essas equipes comparecerem ao Alfredo de Castilho nessa data. Vejamos:

O São Paulo joga contra o Náutico, pelo Brasileirão, exatamente no dia 3.

O Palmeiras enfrenta o Chapecoense, pela Série B, também no dia 3.

No dia 4, o Corinthians pega o Internacional pelo Campeonato Brasileiro.

Também no dia 4, o Santos encara o Atlético Parananense pela Série A.

Se o gestor tem expectativa de grande público e renda — “Seria um alívio em nossos encargos”, disse ao JC –, tem que ser com os titulares, certo? Ninguém vai comprar ingresso (caro) para rever o goleiro Walter (ex-noroestino e atual terceiro goleiro do Corinthians) ou a molecada santista.

A reportagem derrapou informando que dia 3 é sábado (é uma terça), então ficou a dúvida se não seria num final de semana. Tanto faz: aos sábados há jogos do Brasileiro também.

Larangeira já reclamou da imprensa bauruense, que só mostra lado negativo — mostra a verdade, que infelizmente, hoje, é caótica. Mas a saída que encontrou para tentar criar uma esperança de que entrará receita no clube afronta a inteligência.

Lembrando que o recurso não é inédito. Em 2010, ano do centenário, o Norusca cogitou fazer um amistoso festivo contra o Corinthians, fundado no mesmo dia. Depois, sondou o Boca Juniors. Ambos, entretanto, estavam envolvidos com seus campeonatos nacionais. Até o Remo do Pará foi convidado e disse não. A solução? Veio o Estoril, então na segunda divisão de Portugal, que estava em pré-temporada no Brasil e nem tinha camisa oficial para jogar, improvisou uniforme, sem escudo. Partida vista por 1.200 pagantes e renda de míseros R$ 7.850…

E nem é preciso falar que clube grande cobra “cachê” para jogar amistosos, pede passagens, hospedagem…

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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