Chamem o Tiririca. Pior do que está, não fica. O cenário atual é cair para a quarta divisão. Ser goleado pelo clássico placar de 3 a 0 pelo Juventus, que ocupava a modesta 16ªposição antes da rodada, acusa esse futuro trágico. Aliás, o Noroeste somou apenas dois pontos até aqui jogando contra adversários fracos. A exceção talvez seja o Taubaté, hoje vice-líder, contra quem o Alvirrubro empatou na estreia, justamente na única apresentação que causou certa esperança de um time brigador.
Entretanto, a garra que anunciava-se ser o tom desse time, deu lugar à apatia. Nesta tarde de domingo, diante de 192 testemunhas, viu-se marcação frouxa, discussões entre eles e muito nervosismo. O limitado time da capital jogou como quis na casa noroestina, o que ficou claro no terceiro gol, de Rafael Branco, que foi assistido por Fernandinho, que entrou facilmente na área.
O jovem goleiro Aranha, que estreou no profissional, foi a grata surpresa e o único aplaudido ao final da partida. Não fosse sua atuação, o placar seria mais elástico e a vergonha ainda maior.
E como não pode ficar pior, espera-se que os reforços que vão estrear na partida da próxima quarta (26/fev), contra o Sertãozinho, deem novo ano a essa molecada. A zaga deverá ser nova, com os mais rodados Zé Ilton e Danilo. O atacante Jairo, ex-Votuporanguense, também por estrear. Já o trio são-paulino (o volante Alan, o meia Gustavo Zumpano e o atacante Léo Paoli) está acima do peso, ainda correndo atrás da melhor condição física, e não se sabe se estream. O atacante Adelino, maior esperança, está contundido e, por enquanto, não vem mais.
Ao final da partida, o gestor de futebol Toninho Gimenez foi aos vestiários e falou grosso com os jogadores. O vice-presidente Rafael Padilha também estava presente. Ambos argumentaram que o que a diretoria prometeu de condições de trabalho está cumprindo. Garantiram a continuidade de Ney Silva, que saiu desgastado na derrota de quinta, para o América, mas acabou ganhando a razão diante da pífia apresentação contra o Moleque Travesso.
O Sertãozinho é o 11º colocado e acaba de perder para o Tupã, 17º, em casa. Então, tem que ir para lá com sangue nos olhos e iniciar essa retomada, que não pode mais ser adiada. Quarta divisão, para a camisa do Noroeste, é um inferno que ninguém quer conhecer.
O JOGO
No primeiro tempo, o Noroeste não conseguiu criar ofensivamente — a bola não chegava a Aguiar, que mal tocou na bola — e acaba alvo dos contra-ataques juventinos. Em um deles, aos 21, Renato recebeu em posição duvidosa e abriu o placar. O visitante teve outras claras chances de gol, mas Aranha trabalhou bem. Na segunda etapa, logo aos 2min Aranha salvou o Norusca, mas não evitou, dois minutos depois, o gol de Dudu Mineiro, de cabeça, concluindo longo cruzamento que veio da esquerda. O Juventus chegou com perigo mais duas vezes antes dos 15min, enquanto o Alvirrubro não conseguia ultrapassar a intermediária, trocando passes infrutíferos. Só aos 23min, Lauro deu chute perigoso. Aos 36, com cobrança de falta de Gilson, a outra chance. E só. Aí, aos 41, veio aquele gol fácil que citei lá em cima. Cabeças baixas e uma inquietante resignação em todos os noroestinos que estavam no estádio. É nítido que este time que entrou em campo não vai ganhar de ninguém. Velas acesas para os reforços.
O Noroeste perdeu jogando com Wellington Aranha; Bira, Alex Bacci e Rafael Silva; Ruan (Fernando Henrique), Gustavo, Luiz Henrique (Gilson) e Jeffinho (Zé Roni); Lauro César e Aguiar.