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Noroeste 2013: certezas e interrogações

As certezas são poucas. As interrogações, muitas. Assim o Noroeste começa a temporada 2013. Venho ensaiando há tempos um texto que resuma o turbilhão de novos acontecimentos no Alvirrubro, mas viraria uma tese. Melhor mesmo lançar alguns tópicos sobre alguns pontos que tranquilizam os torcedores e outros que ainda deixam a galera muito apreensiva.

Carlos Alberto Seixas foi uma escolha acertada para comandar o time. Está acostumado a lidar com orçamento apertado e se virou bem nos tempos de Santacruzense. Não é fácil motivar jogador que não sabe se a grana vai pingar no fim do mês. Além disso, é acostumado a comandar garotada. Em entrevistas, mostra uma postura otimista e pede um voto de confiança na equipe que está lapidando. Espero que a diretoria tenha paciência, caso os resultados não venham de imediato. Nada de demitir após uma sequência negativa. Seixas é treinador para ficar, no mínimo, a temporada inteira.

O elenco, formado por gente que procura seu espaço no futebol, pode trazer boas surpresas durante a disputa da Série A-2. Desde que mantenha-se motivado e com dinheiro no bolso. Garra e suor podem ganhar jogos, compensando um nível técnico mais baixo. Entretanto, descontentamento se reflete em campo também. Uma certeza no futebol é que o combustível do atleta é sua conta bancária. Portanto, a diretoria tem que se desdobrar para não atrasar salários.

Como será o definitivo uniforme noroestino? Tomara que nada parecido com o apresentado na Copa SP de Juniores. A aplicação errada do escudo sobre a cor vermelha foi de rasgar a tradição. Ainda não vi de perto, alguém me ajude: há duas ou três estrelas sobre o escudo? Tem que ser três a partir do título da Copinha, seguindo o raciocínio de copas estaduais das outras duas (Interior de 1943 e Copa FPF de 2005).

O presidente Anis Buzalaf é um noroestino conhecido, esteve invariavelmente nas cadeiras do Alfredão e a partir daí presume-se sua boa intenção em conduzir o Norusca. Mas é certo que começou vacilante, não centralizou as informações estratégicas, que pipocaram distorcidas por todos os lados — até torcedor publicou “furo” no Facebook.

Marcas na camisa: imagino que o presidente está bancando do próprio bolso a participação do clube na Copinha (deslocamento, alimentação, etc), pois são empresas dele que figuram no uniforme do clube. Poderia deixar isso claro, pois marca em camisa tem valor, não se pode simplesmente tapar buraco. Isso só mostra a urgência em fechar patrocínios na camisa, sobretudo máster. E fica a dúvida: não há nenhuma negociação em andamento? Conversas assim são estratégicas e devem ser sigilosas, mas tranquilizaria o torcedor saber que há possibilidade de entrar dinheiro novo no clube.

Venda de jogadores: a diretoria precisa abandonar o raciocínio de enxugar gelo. Vender jogador para garantir o mês só irá adiar a realidade. Mizael e Romarinho foram colocados na prateleira por uma ninharia — ainda bem que nenhum negócio se concretizou, são atletas que podem render muito mais. E sobre a negociação de França com o Hannover, da Alemanha, que o clube não cochile e se informe sobre como resgatar o percentual que tem direito como clube formador.

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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