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Bauru 2, Rio Claro 0: início de uma era

Mesmo sem entrosamento, Alex sajudou na partida em que Bauru abriu 2 a 0 sobre Rio Claro

(Direto da Panela) O que aconteceu nessa tarde de sábado na Panela foi muito mais do que um jogo de playoff do Campeonato Paulista. Foi até curioso, e só mesmo um elenco dessa categoria para fazer um treino de luxo numa partida dessa importância. Treino de luxo, nesse caso, não é demérito para a aguerrida equipe de Rio Claro. Não é porque o adversário era fraco, pelo contrário, deu muito trabalho nos dois jogos. É que o Paschoalotto Bauru precisa de entrosamento e o tempo é curto.

Alex Garcia chegou na quinta, bateu bola na sexta e foi para o jogo no sábado. Não sabia jogadas, conversou muito durante a partida com os colegas, tentando entender os movimentos, e mesmo assim seu talento sobressaiu-se, com jogadas de efeito. A vitória por 108 a 90 veio com segundo e quarto períodos de intensidade na defesa e velocidade, compensando os desencontros e abrindo um bom caminho para esse timaço que, a partir de segunda-feira, estará completo, com Rafael Hettsheimeir. Agora a coisa ficou séria!

O JOGO
A partida começou parecida com a da quinta-feira, com o Dragão com a mão quente de fora: as quatro primeiras cestas foram de três. Mas não foi o suficiente para desgarrar de Rio Claro. Foi aí que veio o momento de encantamento. A primeira vez de Alex. Um rebote nas alturas, uma bola de três e pronto, cartão mais do que apresentado. Mas tinha mais: o Brabo puxou um contra-ataque, do meio da quadra, achou Gui numa ponte-aérea de cinema. Quem se importa que foi só 29 a a 23? Começava uma nova era no Bauru Basket.

(O segundo e terceiro quartos, eu passei dentro de um carro. Pra ver como Bauru é grande, Quarenta minutos para ir e voltar: fui buscar a filhota no aniversário de uma amiguinha. Festa de Frozen, precisava ver que beleza, lembrancinha feita pelas próprias crianças, piquenique, a pequena se divertiu à ufa, como se diz na minha terra. Ah, o jogo! Pelo que ouvi no Jornada Esportiva, tranquilidade no segundo quarto, 22 a 11, e problemas no terceiro,23 a 35, Rio Claro fez mais pontos do que no primeiro tempo. Quando voltei, o placar marcava 75 a 69)

Pronto, de volta, a pequena fez uma meia dúzia de perguntas, enquanto Bauru transformava seis pontos de diferença numa lavada. Com Ricardo, Alex (depois Larry), Gui, Jefferson (depois Murilo) e Mathias, o time deslanchou. O Ligeirinho matando todas, o Brabo e o Batman acelerando, Mathias soberano embaixo e Murilo multiplicando bandejinhas. Fração de 33 a 21 para não deixar dúvidas da força de um time que, mesmo se conhecendo, impôs seu talento.

ABRE ASPAS
“Fiquei perdido, né? Até pra quebrar uma jogada, soltar mais o jogo, fica difícil porque você não sabe o que tem que fazer na quadra. Às vezes acaba trombando no companheiro. Mas durante os treinos, os jogos, vou pegando aos pouquinhos e fica tudo normal. Foi legal estrear com vitória, mas demora um pouquinho para incorporar à equipe”, disse, com sinceridade, o ala Alex.

“Foi um como treino mesmo, pois a gente ainda está aprendendo jogadas. Eu e Alex conseguimos entrar bem no nosso primeiro jogo da temporada. Vamos melhorar mais pra frente. O time está muito unido, com vontade de ganhar, vai ser um bom campeonato”, falou o ídolo Larry Taylor, rodeado de fãs.

“Sobressair no meio de todas essas estrelas é muito legal. Mas isso é um trabalho de equipe. Eles sentiram que eu estava num bom momento e trabalharam para eu converter essas bolas”, comentou Ricardo Fischer, que está impossível nas bolas de três. “Peguei um pouco do talento do meu irmão e estou treinando muito. Isso é que leva a ter confiança na hora do jogo e converter”.

“O time sentiu a entrada do Larry e do Alex. Ganhou em qualidade, mas perdeu sincronismo. E ainda tem o Murilo precisando de ritmo. O Mathias estava muito bem no jogo, mas tivemos que pôr o Murilo, pois ele tem categoria que vai nos ajudar muito lá na frente. Mesmo com essa mixagem, tem que ganhar o jogo, fazer o time pegar conjunto e seguir adiante. Mas faz parte, nosso trabalho é resolver problemas”, avaliou o técnico Guerrinha.

NUMERALHA
Ricardo Fischer: 31 pontos, 7 assistências, 4 bolas roubadas (que partida monstruosa!)
Murilo Becker: 19 pontos, 5 rebotes (deitou no final)
Jefferson William: 17 pontos, 5 rebotes, 6 assistências (seguro e agora com menos responsabilidade)
Gui Deodato: 16 pontos, 6 rebotes, 5 assistências (está maduro e jogando bem; minutos para ele!)
Alex Garcia: 9 pontos, 3 assistências (imagine quando estiver entrosado…)
Mathias: 8 pontos, 5 rebotes, 4 tocos (quatro!!!)
Larry Taylor: 8 pontos, 6 assistências (sentiu o jogo, mas logo se encaixa)

Foto: Henrique Costa/Bauru Basket

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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