É sempre bom reconhecer o melhor jogo do adversário, mas foi daquelas noites em que pouca coisa deu certo. O aro estava duro, a vibração não foi suficiente. E os erros do início do campeonato — sobretudo o passe — estiveram mais evidentes. Assim, o Paschoalotto Bauru perdeu a primeira no Paulista, logo em casa. O Paulistano triunfou com propriedade, por 92 a 81.
O jogo
Foi um início equilibrado, como prometia ser a partida. Placar lá e cá, até que o Paulistano resolveu mostrar um nova faceta nesta temporada: a marra. Quando Guerrinha alertou a mesa de que o técnico Gustavinho de Conti havia modificado a substituição, ele deixou quatro jogadores em quadra para desafiar o treinador bauruense, por três jogadas — uma bola de três do time da capital, seguida de oito pontos bauruenses para pôr fim à afronta que não deu certo. Com Barrios calibrado, Bauru fechou o primeiro quarto com 23 a 14.
O segundo período foi igualmente tenso. Gustavinho reclamava de um lado, Guerrinha devolvia um “fala muito” do outro. E o pivô Renato, ex-bauruense, resolveu provocar, estapeando a tabela depois de uma enterrada. Depois errou passe, tomou toco e pouco feliz dali em diante. Mas seu time conseguiu equilibrar a parcial (23 a 24), levando para o intervalo o placar de 46 a 38. O Dragão errou muitas bolas (11 perdidas no primeiro tempo) e Guerra deve ter cuspido fogo no vestiário.
Na volta, a dificuldade desse início de Paulista novamente esteve evidente: Ricardo Fischer sobrecarregado e muito marcado. As disputas no garrafão foram intensas, sobretudo entre Tischer e Mineiro. Nos chutes de César (cestinha da partida, com 22 pontos!) e nas infiltrações de Holloway, o Paulistano fez boa fração de 19 a 30 e passou à frente: 65 a 68.
O quarto final foi mais uma vez de teste para a competitividade do time em momentos adversos, pois o Paulistano chegou a abrir 13 pontos, explorando os erros de Bauru e encaixando contra-ataques. Barrios brigou muito com Renato lá embaixo e, como bom argentino, soube catimbar. O jogo pilhado acabou esquentando os ânimos fora da quadra. A dreitoria bauruense teve trabalho para conter manifestações mais hostis ao banco de reservas dos visitantes. E o time da capital, até outro dia freguês, botou pressão, com cravada e peitadinha estilo NBA. A marra funcionou: 81 a 92 (parcial de 16 a 24). E criou-se uma nova rivalidade, pois, agora, o Paulista tem returno…
Bronca
Assim que terminou de conceder entrevistas, o Guerrinha reuniu time e comissão técnica no vestiário. Aproveitou o calor da derrota para mexer nos brios. “Se a gente acha que está acima, não pode perder um jogo desses. Se chegar em playoff com o espírito de hoje, perde”, cravou o treinador, que reconheceu o melhor jogo do adversário.
“Dá para tirar várias lições do jogo. O Paulistano jogou com muito mais intensidade do que nós. Temos que aprender e entender que o campeonato é forte, não podemos ficar dependendo da volta do Larry. Não podemos perder 18 bolas! Nosso time ficou acuado e não conseguimos reagir. Nunca é bom perder. Em casa, pior ainda! Principalment por essa diferença de pontos…”, finalizou Joge Guerra.
Sábado, às 18h, o visitante será Mogi, que venceu Limeira, em casa, por 80 a 37.
Números
Murilo foi o cestinha bauruense, com 20 pontos — e pegouoito rebotes. O argentino Barrios, cada vez mais solto, marcou 15. Ricardo, mesmo em noite pouco inspirada, fez 13 e distribuiu seis assistências. Andrezão anotou 11 e pegou sete rebotes. Tischer fez nove pontos e também capturou sete bolas.