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Bauru 1, Franca 1: do atropelo à derrapada

Franca domina três dos quatro períodos e arranca boa vitória na Panela de Pressão

Direto da Panela

Foi uma tarde de lições. A principal delas, de que não existe time imbatível. Lição para o entusiasmo geral, não especificamente para o time, porque este não estava em cima do salto. Sempre respeitou Franca, mas uma jornada de menor pontaria e vacilos na defesa resultou na derrota por 80 a 82. Agora, a vantegem pula para o lado francano, que manda dois jogos no Pedrocão. O Dragão pode vencer lá também? Claro que pode. Sobretudo se jogar basquete e não se contaminar pelo clima de rivalidade que insistem em elevar o tom, além da esfera esportiva. Até terça, às 20h.

O JOGO
A partida começou amarrada e a bola bauruense teimava em não cair, enquanto Figueroa, a exemplo do jogo 1, guardava todas – foram 4/4 nos chutes de três no primeiro tempo. Vacinados com a força de Hettsheimeir, os francos trataram logo de pendurar o camisa 30 bauruense com duas faltas. Coube a Gui Deodato tentar conter o placar, que acabou favorável aos visitantes no primeiro quarto: 13 a 19.

O segundo período prometia uma reação dos guerreiros, com cinco pontos seguidos do Batman e Larry Taylor com fome de bola, entrando no lugar de Ricardo Fischer, outro com perigoso acúmulo de faltas. E Figueroa seguia calibrado, agora com a companhia de Léo Meindl… Quando um gato preto entrou patinando na quadra, muita gente deve ter pensado o pior. Bobagem, o da minha mãe é lindo e dá sorte, o Fredinho. O bichinho da Panela encantou ao driblar a toalhada de Coimbra. Àquela altura, os francanos fechavam meio jogo dez pontos na frente, 34 a 44 (fração de 21 a 25).

Veio o terceiro quarto e bicho pegou. Não o gato, devidamente protegido. E que lançou seu feitiço sobre Coimbra, eliminado precocemente com cinco faltas, botando o baleado Leonardo no sacrifício. Quieto no banco, provocou e causou confusão. A turma de Lula reclamou de objeto na quadra – o “artefato” não apareceu… A catimba teve efeito contrário: acordou Bauru, que fechou o período com 14 pontos seguidos (nove de Hett em três bolaças de fora e cinco de Larry) e virou o placar: 64 a 58 (ótimos 30 a 14).

Com seis pontos de frente e a torcida vibrando, era hora de administrar. Mas a defesa francana funcionou e Léo Meindl e Lucas Mariano resolveram lá na frente. Na reta final do quarto, Larry foi eliminado com cinco faltas e, do banco, viu Franca marcar oito pontos seguidos. A última bola seria bauruense, e quase todo o quinteto teve chance de concluir. Erro, rebote, erro, rebote, erro… A bola insistiu em não cair e o gosto da derrota amargou o fim de semana. Mas também atiçou a sede da virada. A conferir.

NUMERALHA
Rafael Hettsheimeir: 19 pontos, 6 rebotes
Larry Taylor: 15 pontos, 4 assistências
Ricardo Fischer: 13 pontos, 4 assistências
Gui Deodato: 10 pontos, 3 bolas roubadas
Alex Garcia: 10 pontos, 3 rebotes, 3 assistências
Jefferson William: 9 pontos, 8 rebotes

ABRE ASPAS
“Tivemos o azar de não cair a última bola. Mas isso é playoff. Vamos tentar reverter lá em Franca”, resumiu o pivô Rafael Hettsheimeir.

“Nós como equipe temos que evoluir na dificuldade. Eles fizeram um primeiro tempo melhor, nós tivemos aquele terceiro quarto surreal e no último, a arbitragem parou muito em lances livres e quebrou nosso ritmo, o relógio não andava. E o final foi catastrófico, tentamos cinco ataques no último lance, não era pra ser… Parabéns pra Franca, tiveram mérito. É bom pra nossa evolução, sabemos onde pecamos e onte temos que melhorar. Agora é descansar. Com todo o respeito a Franca, queremos fechar lá”, disse o ala Gui Deodato.

“Conseguimos reverter, diante de uma equipe que estava jogando bem, abrimos vantagem, mas não soubemos finalizar o jogo. Demos oito pontos seguidos, o que foi mortal. Mas da mesma forma que ganharam aqui, podemos ganhar lá. A gente constrói uma equipe nos momentos bons e nos difíceis. Agora depende da gente. Ninguém é imbatível e temos que ter a mesma humildade na vitória e na derrota”, comentou o técnico Guerrinha.

 

Foto: Henrique Costa/Bauru Basket

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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