(Direto da Panela) Poderia até ser chamado de jogo do ano em Bauru. Também, pudera, foi o primeiro jogo em casa em 2015… Ainda bem que outros jogões virão, mas esse já é bom candidato. A vitória de 92 a 84 do Paschoalotto Bauru sobre o Flamengo deixou a torcida em êxtase na Caverna do Dragão. Depois de tantas vitórias cozinhando o galo, um adversário à altura para realmente extrair o que há de melhor do elenco bauruense. E foi um repertório maravilhoso. Defesa forte, infiltrações e muita entrega durante os 40 minutos: o jogo coletivo dos guerreiros está de encher os olhos. De quebra, mais uma taça, a quarta da temporada: a Copa dos Campeões das Américas (Troféu Cláudio Mortari), uma espécie de recopa, envolvendo o campeão da Liga das Américas e o da Liga Sul-Americana. Todas elas erguidas na Panela, esse salão de festas em que até os ratos se divertem.
BOLA QUICANDO
Primeiro quarto de um Flamengo sangue nos olhos, com campanha irregular para o potencial de seu elenco, bravinho com a Liga (pelo WO imposto pelo STJD) e a fim de revanche após a derrota no Rio. Do outro lado, entretanto, Alex Garcia e Rafael Hettsheimeir garantem a igualdade em 18 pontos. Aqui não!
No segundo período, o lá e cá segue até que, finalmente, Bauru consegue desgarrar um pouco no placar, graças à entrega de Day (três faltas), Gui e Larry — o Alienígena se multiplica para barrar um ataque de Marquinhos, que refuga. Na redinha, Jefferson puxa a pontuação. Sete pontos de diferença (parcial de 24 a 17) são uma cestada, tamanho o equilíbrio da peleja: 42 a 35.
O pivô Meyinsse dá trabalho no início do terceiro quarto, caem todas as bolas do gringo. Mas o troco vem em infiltrações de Larry, Alex e Ricardo. Importante destacar que há quem critique o arsenal de bolas de fora de Bauru. Pois bem: o Flamengo aperta o perímetro e os guerreiros invadem a zona pintada! Quanto repertório. Destaque para dois passeios do Brabo, em sua jogada característica: o bandegancho! A 2min50 do fim do período, o árbitro Cristiano Maranho se contunde, é atendido e volta à partida no sacrifício. E logo marca técnica de Marquinhos, sua quinta falta, eliminado do clássico. Fração de 27 a 26 acresce mais um pontinho na diferença: 69 a 61.
O quarto derradeiro começa com a volta do tiroteio de três: quatro miras certeiras desnorteiam o time de Marcelinho, que erra até lance livre… O golpe no queixo vem com linda trama de Alex e Larry. Entre os colegas de imprensa, comento: “acabou o jogo”. O Paschoalotto abre 18 pontos. A torcida ensaia o grito de olé, mas é abafada pelo lampejo rubro-negra, que diminui para nove. Melhor não brincar com o campeão da LDA e o Alienígena rouba uma bola para conter a reação. Ele avança e, na largadinha, tem humildade em cesta (enterra, Larry!). Fração empatada (23 a 23) e a torcida celebra a incontestável vitória, que carimba de vez o status de melhor time da atualidade. O Dragão alado voa muito, mas muito mais alto do que o Urubu.
NUMERALHA
Brabo: 21 pontos, 7 rebotes, 3 assistências
Ligeirinho: 17 pontos, 3 rebotes, 3 assistências, 2 roubos de bola
Murilaço: 16 pontos, 9 rebotes
Jé, o Definidor: 15 pontos, 8 rebotes, 3 roubos de bola
Hett, o Canela: 11 pontos, 3 rebotes
Alienígena: 9 pontos, 3 rebotes, 3 roubos de bola
ABRE ASPAS
Agora que descobri que é facinho subir o áudio, vamos a eles. Quem preferia ler as declarações, manifeste-se. E se dar pau, avisem-me!
RICARDO FISCHER:
JEFFERSON WILLIAM:
LARRY TAYLOR (ouvir até 1min02, depois é áudio aberto que pega eu papeando com o Chico do Santos, técnico do Vôlei Bauru):
GUERRINHA:
MAIS CLIQUES DO CANHOTA NO JOGO:
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