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Bauru 3, Paulistano 0: é campeão!

Paschoalotto Bauru varre o Paulistano e ganha com propriedade o Campeonato Paulista

Amarela, só a cor da medalha e do troféu. Pipoca, só para quem ficou em Bauru e curtiu na telinha (ou na grande emoção do Jornada Esportiva). Hoje, ninguém mais se lembra que o Paulistano havia vencido três partidas na temporada. As três que valiam mais foram vencidas com propriedade pelo Paschoalotto Bauru, que, ao fazer 79 a 68, apoiado por dezenas de baurenses que invadiram os Jardins, enfim chegou ao sonhado título paulista. Que tem que ser muito saboreado. E por enquanto é isso. O Canhota 10, que acompanhou de perto essa saga — e lamentou muito não estar na capital hoje — ainda falará muito dessa conquista. Por enquanto, parabéns à Associação Bauru Basketball Team, aos patrocinadores e à torcida, que fez linda festa na Invasão Furiosa — ou Inferno Azul, como queiram — que proporcionaram na casa do adversário.

O jogo
Com o clima de decisão aflorado, a bola começou queimando, mas logo a redinha estava balançando, lá e cá, com Bauru e Paulistano alternando a liderança do placar. Enquanto Larry e Ricardo lideraram a pontuação dos visitantes, Holloway puxava os anfitriões, que terminaram na frente o primeiro quarto, 17 a 19.

O segundo período mostrou o Paulistano a fim de fazer valer o fator quadra (não fator torcida…) e Bauru só foi pontuar a 7min. Mas, aos poucos, o Paschoalotto foi impondo seu jogo. A 3min do fim, delírio do lado azul da arquibancada. O Dragão virou o placar com uma bolaça de três de Barrios, ao mesmo tempo em que a arbitragem anotou uma falta antidesportiva de Mineiro em Andrezão, fora do lance. E ainda ao mesmo tempo em que abriram os portões do ginásio e mais bauruenses entraram no ginásio! Aí, foi a vez de Murilo deitar na marcação paulistana e levar boa vantagem para os vestiários: 39 a 32 (excelente parcial de 22 a 13).

No terceiro período, as defesas atentas, sobretudo a do Paulistano, que diminuiu a diferença. Mas o ataque do time da capital não foi eficiente, tanto que cometeu duas violações. Não tivesse desperdiçado tiros de fora, teria folga na frente. Até os irmãos Fischer guardarem cada um a sua bolinha e, aí sim, alcançarem essa tranquilidade no marcador, mantida até o fim da parcial (empatada em 18 a 18), que terminou com erros alternados no ataque: 57 a 50.

O quarto decisivo começou com cara de campeão, em bandejas de Larry e principalmente nas mãos de Fabian Barrios: dois chutes precisos e assistência linda (pós-infiltração) para Ricardo Fischer guardar mais três e ir pra galera, que foi ao delírio com enterrada de Gui e nova bola de fora do argentino. Rapaz, os guerreiros começaram a deitar a 5min do fim, contra um Paulistano nervoso, atordoado. E que viu a ponte aérea Murilo-Gui fechar com chave de ouro o show bauruense nos Jardins. E enquanto o cronômetro zerava com 79 a 68, Larry e Guerrinha, que lutaram desde 2008 por esse momento, já se abraçavam. E começou a festa sem limites!

Abre aspas*
“O título é importante porque marca a geração. A gente vem trabalhando, nem sempre consegue. Estamos batalhando faz tempo. Ganhamos dentro da quadra. Esse título é de todo mundo que veste a camisa”, comemorou Guerrinha.

“Bauru está iniciando um novo ciclo de vitórias. Mas hoje não dá pra falar, estou muito emocionado”, disse Rodrigo Paschoalotto, presidente do patrocinador máster.

“Foi difícil, o time do Paulistano é bom, mas estávamos focados. Queríamos ser campeões e conseguimos”, celebrou Larry Taylor, antes de ser carregado pela torcida.

“O time foi bem montado, a diretoria trabalhou bem, aí está o resultado. Estava engasgado esse título. Valeu a torcida que viajou. Bauru merece, a gente merece!”, disse Andrezão.

“Estou feliz porque as bolas entraram…”, e nada mais ouvi do que o emocionado Barrios, aos prantos, falou.

“O time do Paulistano impôs muita dificuldade, mas tivemos merecimento de entender o que tínhamos que fazer para ganhar o jogo. Com o terceiro lugar do Sul-Americano, o time se uniu mais. E ganhar por 3 a 0 na casa do adversário mostrou o peso da nossa equipe. E parecia que estávamos em Bauru, com a torcida aqui. Estão todos de parabéns!”, disse o auxiliar Hudson Previdelo.

“A gente merece mais ainda, pelo empenho de cada jogador. A torcida compareceu, foi o dia que mais senti a galera do nosso lado. Obrigado em nome de todos os atletas. Vamos comemorar! O Murilo é pé-quente, voltou para ser campeão junto com esse elenco valoroso”, comemorou Murilo, a estrela que assumiu a responsabilidade de craque do time e deu conta do recado.

*Declarações a João Paulo Benini e Chico José (Jornada Esportiva/Auri-Verde)

Números
Fabian Barrios: 23 pontos, 4 rebotes, 4 assistências
Ricardo Fischer: 15 pontos, 3 assistências
Murilo Becker: 14 pontos, 10 rebotes
Larry Taylor: 13 pontos, 5 rebotes, 4 assistências

Festa de gerações
Na festa na quadra, três ex-presidentes que ajudaram nessa caminhada: Rodrigo Coube, Pedro Poli e Joaquim Figueiredo. Outros tantos nomes fortes dos bastidores, entre patrocinadores, pessoas de suporte da equipe e colegas de imprensa viram de perto a comemoração. Coisa linda. Campeão, Bauru!

Por Fernando Beagá

Mineiro de Ituiutaba, bauruense de coração. Jornalista e mestre em Comunicação pela Unesp, atuou por 16 anos na Editora Alto Astral, onde foi editor-chefe e responsável pela implantação e edição das revistas esportivas. É produtor de conteúdo freelancer pelo coletivo Estúdio Teca. Resenhou 49 partidas da Copa do Mundo de 2018 para Placar/Veja. Criou o CANHOTA 10 em 2010, a princípio para cobrir o esporte local (ganhador do prêmio Top Blog 2013), e agora lança olhar sobre o futebol nacional e internacional.

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