Ganhar jogando mal vale. O importante é ganhar. Mas vencer com propriedade é melhor ainda. Deixar claro que é superior ao adversário, que usufrui do fator quadra. E foi assim que o Paschoalotto Bauru bateu Franca, por 88 a 79, e terminou a fase de classificação do Campeonato Paulista em primeiro lugar — pelo terceiro ano seguido, aliás. Agora, é fazer valer o fator casa em busca do tão sonhado título. Ainda há muito a melhorar, erros a atacar, mas o caminho está trilhado. Que venha o Palmeiras, depois Pinheiros ou Mogi. E, provavelmente, São José à espreita lá na decisão. Um passo de cada vez, ok, agora os guerreiros precisam descansar. Oito jogos em 15 dias… Mas valeu a pena.
O jogo
Primeiro quarto forte, corrido, para testar o fôlego dos guerreiros nessa sequência insana de jogos. O que estava nítido: o quinteto titular (Ricardo, Larry, Gui, Tischer e Murilo) dando mostras de melhor entrosamento, com interessantes trocas de bola. Do outro lado, entretanto, havia o time de Franca com boas opções de revezamento. O Dragão até chegou a abrir vantagem, mas vacilos de ataque nos instantes finais (incluindo air balls) permitiram aos visitantes encostar: 24 a 22.
No segundo período, o ataque oscilou menos, mas a defesa funcionou a ponto de os guerreiros abrirem dez pontos. Barrios, Fernando Fischer e Mathias deram descanso à rapaziada e o jogo fluiu. Mas… (tem que ter mas em Bauru x Franca) a coisa apertou de novo e a diferença diminuiu para seis pontos, 44 a 38 (nova vitória parcial, 20 a 16). Em resumo, foi bem, mas poderia ter ido mais folgado para o vestiário. Detalhe: pontuação puxada por Larry (8), Murilo (14) e Tischer (11), que fizeram 75% dos pontos do time.
Outro detalhe: a Panela foi enchendo durante o primeiro tempo. Não lotou, mas fez barulho. Com camiseta nova (e bonita) da Fúria e tudo.
Ao terceiro quarto: Ricardo Fischer começou a destruir em quadra. Bandeijinhas ao estilo Huertas, cesta e falta, velocidade no passe. O moleque está com o repertório cada vez melhor (anote: em 2020, vai ser titular da Seleção na Olimpíada de Tóquio). Por outro lado, a bola de Gui não cai… Que fase. Entre altos e baixos, o placar esticava aos poucos: boa fração de 24 a 17 (68 a 55).
Como bom clássico, a parada não estava definida. Os gringos Hayes e Figueroa estavam com a mão boa, mas o Barrios também guardou as suas de fora e Murilo seguiu ganhando a briga ofensiva no garrafão. Por mais que houvesse dois dígitos na diferença, ninguém relaxava, muita unha foi parar no apêndice. A certeza da vitória só veio na vibração da cravada (mais falta) de Lucas Tischer, a 1min do fim. Ali, veio a confiança para o último fôlego, para celebrar a merecida liderança da fase de classificação.
Números
Murilo, sempre ele, Murilaço: 24 pontos, 6 rebotes
Lucas Tischer: 18 pontos, 8 rebotes e 3 assistências (mais que Larry e Ricardo (!), duas cada)
Larry Taylor: 17 pontos, 5 rebotes
Ricardo Fischer: 15 pontos
Fabian Barrios: 10 pontos
O abre aspas vem mais tarde, com Larry, Ricardo e Guerrinha