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Noroeste vence XV de Jaú em jogo-treino pegado

Já dizia o poeta: clássico é clássico. A turma não afina nem em jogo-treino. Assim foi o confronto entre Noroeste e XV de Jaú, preparatório para a temporada (cada um em sua divisão do Paulista). Teve até uma expulsão de cada lado – no caso, foi autorizada a substituição dos jogadores punidos (Marcelinho pelo Norusca).

Cheguei em Pederneiras – aliás, cidade muito simpática – para o segundo tempo. Arquibancada cheia, como o interior é um barato. O clássico regional virou atração na cidade. Aquele clima de corneta, cerveja liberada, torcedores bauruenses e jauenses lado a lado, em provocações divertidas e pacíficas. Melhor ainda: encontrar colegas de imprensa para bater papo e trocar impressões: os Jotas (Martins e Augusto), Alexandre Colin, Luis Antônio ‘Sin Sinhô’, Zé da Barca, Zé Carlinho, Gustavo Longo e o assessor Thiago Navarro.

Em campo, os cronistas contaram que foi um primeiro tempo de perna pesada – afinal, primeiro teste da temporada – e poucas chances de gol. Para minha sorte, o técnico Amauri Knevitz manteve o time após o intervalo, trocando apenas o goleiro – Nicolas, que começou titular, deu lugar a Yuri.

A escalação inicial do Norusca: Nicolas; Mizael, Thiago Júnior, Marcelinho e Alexandre; Garroni, França, Juninho e Velicka; Daniel Grando e Boka.

O esquema tático bem nítido: linha de quatro na defesa, com os laterais alternando os avanços; meio-campo em losango, com Garroni no vértice defensivo, França na direita, Juninho na esquerda e Velicka como homem da ligação – canhoto, acabava por cair mais na esquerda; no ataque, Grando abrindo nas pontas e o grandalhão Boka na área.

E foi numa jogada pela esquerda que o Noroeste abriu o placar aos três minutos do segundo tempo. Juninho, na lateral da grande área, cruzou para Boka completar de cabeça. Pouco tempo depois, o árbitro viu pênalti a favor do XV e o experiente lateral-direito Ricardo Lopes empatou, cobrando rasteiro no canto direito de Yuri.

A partir daí, o jogo esquentou, vieram as expulsões e os jauenses por algum tempo levaram mais perigo. Pressionado, Knevitz começou a mudar no time. Destaque para a entrada do jovem Pedro na lateral-esquerda – tem personalidade, encara o adversário, dribla, vai ao fundo. Daniel Grando, muito vaiado pela galera, deu lugar a Vitor Hugo.

Quando o confronto caminhava para terminar empatado, o Norusca chegou ao segundo gol. Após um pênalti não marcado sobre Nathan, os alvirrubros não desistiram da jogada e Boka recebeu a bola na linha de fundo; mesmo quase sem ângulo, ele finalizou de canhota no cantinho.

Se o Norusca passou longe de agradar, pelo menos começou vencendo. Espero que tenha uma característica que faltou ao time nas últimas temporadas: garra. Porque, pelo que se viu, só esse diferencial para compensar as deficiências técnicas.

O time que concluiu a partida: Yuri; Bira, Neto, Hélio e Pedro; Garroni, Kasado, Betinho e Nathan; Vitor Hugo e Boka. (o zagueiro De Lazzari, provável titular, sentiu dores e foi poupado; o atacante Diego, pra variar, está com problemas físicos – desta vez no púbis)

A seguir, imagens do confronto:

França encara marcador: titular remanescente de 2011
A torcida compareceu, inclusive a jauense (destaque): clima amistoso
Boka comemora seu primeiro gol com os companheiros: bom início do centroavante
Cobrando pênalti, Ricardo Lopes empata
Amauri Knevitz orienta o time; de camisa preta, o supervisor Marcos Honda
Velicka, driblando adversário e cobrando falta: candidato a maestro do time
Marcelinho reclama de expulsão durante a partida pegada (destaque) em Pederneiras
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Coluna

Vitória do Noroeste sobre o XV de Jaú não empolga

Coluna da semana também fala sobre medo do Norusca sair de Bauru

Texto publicado na edição de 22 de agosto de 2011 no jornal BOM DIA BAURU

Melhorou? Ainda não

Quando o XV de Jaú abriu o placar sobre o Noroeste, ontem, fiquei pensando no título desta coluna, caso a derrota (ou o empate) se consumasse: “Vai ganhar de quem?”. Afinal, com todo o respeito à tradição do clube jauense, o Alvirrubro poderia parar por aqui caso não o vencesse. Até perdeu muitos gols e o goleiro quinzista Rafael estava em manhã inspirada, mas nada que justifique a dificuldade que o time teve — quem pretende lutar pelo título não pode sofrer contra o lanterna. Enfim, os obrigatórios três pontos vieram na bagagem.

Mais uma vez, a molecada decidiu, a exemplo da vitória sobre a Santacruzense: Nathan assistiu Vitor Hugo, no segundo gol. Se na última derrota, para o Penapolense, o técnico Jorge Saran pediu calma a torcedores porque o time era de garotos — o que não é verdade, há muitos experientes entre eles —, desta vez ele foi coerente ao não botar simplesmente na conta do sub-20 a vitória sobre o XV. Pois foi um triunfo também do bom goleiro Nicolas e da segurança e criatividade que Tales deu ao meio-campo. E ao microfone do repórter Jota Martins, na webrádio Jornada Esportiva, fez uma promessa. “O Noroeste ainda vai formar grandes jogadores. Pode acreditar. Entendo a ansiedade, mas vai chegar a hora de os garotos entrarem no time e não saírem mais”, avisou o treinador. Quando isso acontecer, a torcida alvirrubra estará realizada.

O Noroeste tem o segundo turno da Copa Paulista pela frente e precisa melhorar muito. A vitória de ontem não empolgou ninguém.

Sem paranoia
Sempre estranhei manifestações de alguns noroestinos, em mídias sociais, temendo que o Noroeste saia de Bauru. Segundo esse pensamento, a família Garcia aproveitaria a perda de identificação do clube com a cidade para levá-lo debaixo do braço para outra cidade. Para mim, pura paranoia, mas respeito tal preocupação, até porque essas pessoas podem ter alguma fonte privilegiada, enfim.

Paranoia ou não, podem dormir tranquilos, alvirrubros. A resolução que a presidência da Confederação Brasileira de Futebol publicou no início deste mês complicou a vida dos itinerantes. A partir de agora, a CBF tem que aprovar um pedido de mudança de sede e de nome de um clube. E somente o fará mediante “sólidas justificativas”. É subjetivo, mas para times tradicionais parece mais claro, pois entidade fala em seu texto que “inconvenientes à ordem esportiva” motivaram a publicação dessa portaria. A comoção que a mudança do Noroeste causaria já é argumento suficiente para deixá-lo onde está.

O advogado Gustavo Delbin, do Instituto Brasileiro de Direito Despotivo, concorda. “Acho quase impossível que exista uma justificativa plausível para o Noroeste mudar de cidade. O fato de ter tradição esportiva, torcida, conselho deliberativo, estádio próprio, tudo isso dificulta muito a mudança. Note que os clubes que mudaram de cidade não tinham essa identificação. Mas clubes tradicionais não conseguem mais mudar de lugar”, disse à coluna.

Papo de basquete
Quando algum componente do Bauru Basket fala em união fora da quadra, não é balela. Presenciei no último sábado o clima familiar entre diretoria, comissão técnica e jogadores. No evento de confraternização com patrocinadores e imprensa, o Guerrinha das broncas era só mais um brincalhão. O pivô Alex Passilongo mostrou seus dotes de cantor — e não se saiu mal. Até o presidente Pedro Poli soltou a voz num sertanejão das antigas, para a alegria de Douglas Nunes, admirador desse gênero musical. O pivô, aliás, contou como foi enriquecedora sua participação na seleção brasileira. Disse a ele que não entendi até agora porque Magnano o cortou. “Nem eu!”, emendou o camisa 13.

Antes, o time venceu o Rio Claro de roupa nova, feita pela Cambs. A numeração também tem novidades. Pilar herdou a camisa 11 de Jeff Agba, que mudou para o 42. Gaúcho voltou a vestir sua camisa 6. E Luquinha, a partir de agora, é o canhota 10 da equipe.