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Noroeste traz bom empate com o Corinthians

Em jogo que parecia perdido até Roberto Carlos falhar, Alvirrubro quase vira no fim e reclama pênaltis
DE BAURU
Ligado no PFC e na Jovem Auri-Verde

Tudo indicava que o Noroeste seria o sparring do Corinthians, que encara o colombiano Tolima na próxima quarta-feira (26/1), pela Pré-Libertadores. Mesmo dono do jogo, entretanto, o Timão cochilou e o Alvirrubro buscou o empate, além de apertar nos minutos finais e reclamar dois pênaltis. O resultado é bom, considerando o adversário e a manutenção da invencibilidade, apesar de o time continuar falhando na defesa – como assusta, esse Matheus… Na quarta, às 17h (horário ingrato…), o Trem-Bala recebe o Bragantino, no Alfredão.

Ao jogo, sem delongas (vídeo dos gols está no rodapé):

1º tempo

Desde os primeiros momentos, o Corinthians se impõe. O Timão chega por duas vezes, obrigando Matheus a rifar a bola, até sua primeira grande chance, aos nove: como ponta, Dentinho cruza da direita para cabeçada à queima roupa de Jorge Henrique.

Aos 14, o Noroeste tem sua grande chance. Vandinho puxa contra-ataque e encontra Ricardinho livre na esquerda; cara a cara com Júlio César, o goleiro leva a melhor.

Ronaldo dá seu primeiro chute a gol aos 16, aós receber passe de Bruno César – André Luis encaixa. Três minutos depois, o camisa 1 noroestino evita o gol: Vandinho erra passe, Dentinho aproveita, mas para no goleiro.

O Noroeste volta a passar perigo aos 33, quando André Luis rebate cobrança de falta perigosa de Roberto Carlos. A partida fica morna por sete minutos, até  o Corinthians abrir o placar. Bruno César recebe na esquerda entre três defensores e toca rápido para Dentinho, que chuta da entrada da área. A bola desvia em Da Silva e encobre o goleiro noroestino. 1 a 0.

Aos 43, o Trem-Bala quase empata. Ótimo lançamento de Ricardinho na área que encontra Zé Carlos. O camisa 9 arremata de primeira no lado de fora da rede.

2º tempo

O Norusca volta com Júlio César no lugar de Francis, pendurado. Mas a partida recomeça da mesma forma, com o Timão em cima. Aos dois, Ronaldo chuta prensado da entrada da área e ganha escanteio.

Jogando em ritmo de treino, o Corinthians puxa contra-ataque aos dez, com belo passe de Ronaldo para Jucilei – o camisa 8 finaliza para importante defesa de Andé Luis. Dois minutos depois, o Timão é surpreendido. Roberto Carlos erra o domínio de uma bola fácil, Vandinho rouba e lança para Thiago Marin, livre, chutar cruzado e empatar o jogo.

O jogo  se amarra até Matheus pregar mais um susto nos noroestinos, aos 21: André Luis rebate cobrança forte de Roberto Carlos e o camisa 3 alvirrubro se enrola com a bola, gerando um sufocante bate-rebate…

Em sua jogada característica, o Timão chega forte somente aos 32. Bruno César, arrisca de fora da área e André pega.

A partir dos 39, o jogo pega fogo. Paulinho recebe no lado direito da área e chuta forte, rasteiro, à esquerda do gol. No minuto seguinte, Marcelo Oliveira (substuindo RC) entra na área e chuta por cima. Aos 41, o primeiro pênalti reclamado pelo Norusca, quando Marcelo Oliveira derruba Aleílson – o camisa 18 entra bem no lugar de Zé Carlos, partindo para cima. Na reclamação, Márcio Gabriel leva vermelho.

O Corinthians quase desempata aos 43. Edno chuta muito forte da intermediária e André Luis – grande partida! – defende em dois tempos. O último lance relevante é do Noroeste: Aleílson entra na área driblando e é novamente calçado por Marcelo Oliveira. O árbitro Flávio Guerra ignora…

Pós-jogo

Ao microfone do repórter Jota Augusto, da Jovem Auri-Verde, o treinador Luciano Dias avaliou o resultado. “Seria muita pretensão ficar lamentando um empate com o Corinthians no Pacaembu. Alertei na preleção que teríamos dificuldades com a arbitragem… O importante é que a equipe não se acanhou. O grupo está de parabéns e vamos crescer na competição”, avisou o treinador noroestino.

Para quarta-feira, ele terá que quebrar a cabeça para substituir Márcio Gabriel. Aposta no jovem Betinho, improvisa o canhota Gustavo Henrique ou apela para um volante naquele setor? Ou ousa com Vandinho ou Aleílson por ali?!!! Aguardemos.

Foto na homepage: reprodução/site oficial do Corinthians

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Ituiutaba mostra como chegar à Série B

Peço licença ao leitor noroestino, público maior deste site. Como natural de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro – o apelido BH é por ter morado na capital -, não poderia deixar de registrar o acesso do Ituiutaba Esporte Clube à Série B do Campeonato Brasileiro. Clube de uma cidade de cerca de 100 mil habitantes, com um acanhado estádio, mas uma torcida inflamada.

Parece mentira. Quando saí de lá, em 1997, o clube, então com 50 anos de vida, era amador e estava iniciando seu processo de profissionalização. Portanto, não tive o privilégio de apoiá-lo nas arquibancadas. Acompanho daqui, pela internet, e até pouco tempo pelos relatos de meu pai, falecido em 2009, que não teve a oportunidade de vivenciar a alegria do último final de semana.

Popularmente chamado de Boa (seu primeiro nome foi Boa Vontade), o Ituiutaba venceu o Módulo II do Mineiro em 2004; foi semifinalista do Estadual da divisão principal em 2008 e 2009; neste ano, lanterna, voltou para a Segundona. O tropeço, entretanto, não impediu o time de ambicionar a vaga na Série B nacional.

Para quem não se lembra, o Ituiutaba estava no mesmo grupo do Noroeste na primeira e segunda fases da Série C 2008, a última com 64 clubes e que foi classificatória para os 20 de 2009. O Norusca não venceu os mineiros no Alfredão (1 a 1; 0 a 0) e, em Minas, foram uma derrota (1 a 4) e um empate (0 a 0). Quem passou em segundo daquele grupo foi o Guarani, hoje na Série A.

Mas, direto ao ponto: como o Boa chegou à Série B? Fazendo o arroz-e-feijão: impondo-se em casa e buscando pontinhos fora. E olha que o time é limitado (fala-se em modestos R$ 60 mil de folha salarial). Assisti ao jogo decisivo ontem (16/10, empate em 0 a 0 com a Chapecoense-SC – 1 a 1 na ida, em Chapecó) pela TV Brasil, e não vi nada demais. Pelo contrário: os atacantes finalizam mal – foram apenas nove gols em dez partidas.

Dez partidas. Dez! Só isso para pular da Série C para a B. Somando com os 12 para saltar da D para a C, 22 jogos separam o Noroeste da Série B, que é o auge para qualquer clube – o próprio Ituiutaba não precisa ter aspirações à elite nacional, manter-se na B já será enorme façanha. E seu primeiro desafio é providenciar ampliação de seu estádio ou fazer outro.

O desafio do Norusca: entender que Paulistão é alegria de pobre – dura pouco, acaba em maio. O que vale é o âmbito nacional e time em atividade até o fim de novembro.

Parabéns, Boa!

Fotos na homepage: Reprodução/Willian Marques/Correio de Uberlândia

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Parabéns, glorioso Norusca!

Reproduzo aqui texto publicado hoje (1/9) no jornal Bom Dia Bauru, que resume meu respeito e minha admiração pelo Esporte Clube Noroeste.

Genótipo e fenótipo

Peço licença para falar do centenário Esporte Clube Noroeste. Licença porque não sou bauruense, não nasci de linhagem alvirrubra. Entretanto, recorde as aulas de biologia, caro leitor.

Genótipo é o conjunto de genes, de nossas características hereditárias, nosso código de barras. Por essa teoria, sou torcedor do Ituiutaba (atualmente na Série C nacional), natural que sou de cidade homônima, do Triângulo Mineiro. Entretanto, não passava de um time amador quando de lá saí, há quase 14 anos.

Voltemos à biologia. Fenótipo: o resultado da interação do código genético com o ambiente. É aí que meu coração ganhou o carimbo noroestino. Passou a pulsar no descompasso desse time errante, um ioiô que testa cardíacos com seu sobe-desce, da elite à segundona, do inferno ao céu – parêntese para a geografia: céu que nessas coordenadas do Centro-Oeste paulista é o melhor ambiente do voo a vela e endereço do mais belo pôr do sol que já vi.

A paixão pelo Noroeste, porém, não me pegou de súbito. A nova vida universitária me ocupava – estudante demora a interagir de verdade com a cidade, a comunidade, muitos vão embora sem comer o legítimo sanduíche e mal sabem o que há depois da Rodoviária.

A princípio, achava graça do nome da dupla de ataque: Petróleo e Tequila. Interessava-me mais torcer para que o clube retornasse à elite para ver grandes times de perto. Pé frio: em 1999, o Norusca caiu para a A3. Enquanto o time vivia no limbo da Terceirona, eu estudei, namorei, formei-me jornalista, casei e finquei minha estaca por aqui. Hoje, arrependo-me de não ter estado ao lado do time naquelas horas difíceis, quando agonizava num sucateado Alfredo de Castilho, como um doente terminal. É nesses momentos que se forja o melhor dos torcedores.

Pelo menos, quando o Corinthians veio a Bauru para o retorno do clube à elite, em 2006, eu já não queria mais ver time grande. Grande era o Norusca! Já sentira o prazer de subir aos trancos e barrancos – sofrido como tem que ser – e até de ser campeão, na emblemática Copa FPF. Já estava contaminado, meu sangue era, de fato, rubro.

A partir dali, os heróis noroestinos ganharam herdeiros. Fabiano Paredão lembrou Amélio. Bonfim é tão longevo quanto Xandu. Marcelo Santos foi vigilante no lado esquerdo como Gualberto. O capitão Hernani (que está de volta!) honrou Lorico. Lenílson engraxaria as chuteiras de Ranulfo, mas por cinco meses triunfou pela meia-esquerda. Baroninho e Chico Spina teriam problemas em apostar corrida com Otacílio Neto pela ponta. Zé Carlos, o mais recente dos goleadores, foi guerreiro como Toninho na última Série A2.

Eu, como disse, não sou herdeiro de noroestino. Não assino Pavanello, Brandino, Grillo, Souto ou Perazzi. Mas já rasurei meu código de barras. E sou grato por ter sido acolhido por Bauru, berço desse glorioso time de futebol.