E por pouco não perde, apesar de ter desperdiçado muitos gols. Copinha promete…
Direto do Alfredão
Pois é… A Copinha promete fortes emoções, mas não necessariamente boas emoções. O Noroeste judiou dos 292 torcedores que foram ao Alfredão na noite dessa quarta-feira (20/7) e viram o empate em 1 a 1 com a Internacional de Bebedouro – jogo válido pela quarta rodada da Copa Paulista (antecipado). Foram muitos gols desperdiçados e por pouco o time não sai derrotado, pois a Inter perdeu pênalti aos 42 do segundo tempo.
Antes de seguir com a análise da partida, acompanhada in loco, um breve esclarecimento: a partir desta Copa Paulista, e diferentemente de campeonatos anteriores, não irei fazer o relato do jogo, pontuando lances capitais. Isso meus colegas da mídia impressa já fazem com propriedade. Irei focar a opinião, os detalhes, as curiosidades e, claro, uma ou outra jogada relevante. Fecha parêntese.
O primeiro aspecto que chamou minha atenção foi a disposição tática dos jogadores. Ao contrário do jogo-treino que assisti contra o São Carlos, o Norusca não estava escalado no 4-4-2 com duas linhas de quatro. Altair, o camisa 10, que no amistoso jogou aberto na esquerda, atuou agora centralizado. Abriu espaço para as descidas frequentes de Gustavo Henrique e Adilson também caiu muito por lá. Renam, por outro lado, continuou aberto na direita e, em alguns momentos, o desenho tático do Alvirrubro lembrava o tradicional 4-3-3 com pontas, quando Renam descia.
Funcionou? Aparentemente sim, pois o Noroeste dominou os espaços e manteve a bola no campo ofensivo – apesar de ter chutado pouco a gol. Mas a verdade é que ficou difícil analisar porque logo aos 22 minutos o meia-atacante Renam se machucou. Saran colocou o volante Tiago Ulisses em seu lugar. Ao contrário do que alguns colegas da crônica criticaram, o Noroeste não passou a jogar com três volantes, pois Juninho foi adiantado para a meia – isso era muito claro para quem via o jogo. Pode-se contestar se o jogador deu ou não qualidade à criação, mas o desenho tático não ficou defensivo, como pode-se notar na figura logo abaixo. Aliás, o repórter Wagner Teodoro, do Jornal da Cidade, comentou comigo que um colega de Rio Preto relatou que Juninho realmente atuou como meia avançado durante a Série A2 – e com certo destaque.
A partir dessa nova disposição em campo, o Noroeste seguiu atacando contra uma recuada Inter, mas cometeu um pecado mortal: expôs-se ao contra-ataque. E foi assim que, aos 41, Murilo recebeu no mano a mano com Gustavo Henrique, o único atrás da linha do meio-campo – era uma jogada de bola parada do Norusca -, ganhou na corrida e tocou na saída de Yuri.
Ainda bem que o empate saiu no minuto seguinte, para evitar pressão maior no segundo tempo. Como bem observou o repóter Jota Martins, na transmissão da “dobradinha de ouro” 87FM/Jornada Esportiva, enquanto Altair cobrou as faltas na área, só deu o goleiro adversário. Nessa, deixou para Juninho alçar e foi para a área fazer o gol de cabeça.
No segundo tempo, o Alvirrubro seguiu atacando, mas sem competência para concluir. Na cara do goleiro, Adilson tentou dribá-lo, depois cavadinha e nada… Já diziam Cesar e Paulinho: “chute pro gor de bico…”. Quando foi substituído, aos 24 minutos, saiu vaiado para a entrada do jovem Vitor Hugo, que mostrou muita vontade e uma vasta cabeleira, mas a verdade é que pouco incomodou a defesa da Inter. Pelo menos foi aplaudido até quando errou, sinal claro de que a torcida apoia e terá paciência com a molecada do sub-20.
Depois, Saran lançou o meia Felipe Barreto no lugar de Altair. Criado na base alvirrubra e posteriormente transferido para o Palmeiras, o jovem jogador agenciado por Fernando Garcia vestiu pela primeira vez a camisa do Noroeste como profissional. Tem bom porte físico e estilo de jogo cadenciado, um meia de ofício. Espero vê-lo mais em campo. Só achei uma atitude sua meio marrenta, ao tomar a bola de Gustavo Henrique, mais experiente, para cobrar uma falta. Respeite os mais velhos, menino.
Lá atrás, apesar de pouco exigida, a zaga deu alguns sustos, sobretudo com Cris. E Bruno Lopes foi muito infeliz no lance do pênalti, ao dar um carrinho em que mostrou todas as travas ao atacante de Bebedouro. Não havia dúvida da infração. Ainda bem que o centroavante Matheus chutou para fora, inspirado na Seleção Brasileira, afinal, o campo do Alfredão tinha tanta areia quanto o de La Plata. O gramado está muito, muito ruim.
O time está ruim também? Para o tempão que treinou, sim. Percebe-se vontade, percebe-se ofensividade, mas parece que enterraram um sapo no estádio. O Norusca não consegue mais jogar bem! Desde nem me lembro quando, pois na Série A-2 de 2010 é consenso que não encheu os olhos. 2009 foi aquela lástima, então, somente alguns lampejos em 2008 vêm à memória. Faz tempo que o torcedor não sai plenamente satisfeito do Alfredão…
Sábado, contra o Linense, a barba já está de molho. Vem à lembrança o placar de 3 a 0 no ano passado… O que será desse Noroeste quando encontrar os calejados Paulista, Catanduvense, Penapolense, São Bernardo? Espero que, mais exigido, evolua. Aliás, o que resta aos noroestinos, hoje, é a esperança.